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Drauzio Varella diz que foi ameaçado de morte

Drauzio Varella disse que foi ameaçado de morte após ter abraçado uma detenta acusada de ter estuprado e matado um garoto de nove anos. Foto: Twitter Reprodução
Drauzio Varella disse que foi ameaçado de morte após ter abraçado uma detenta acusada de ter estuprado e matado um garoto de nove anos. Foto: Twitter Reprodução

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Drauzio Varella disse que foi ameaçado de morte após ter abraçado uma detenta acusada de ter estuprado e matado um garoto de nove anos, em maio de 2010. A cena foi exibida no programa Fantástico, da TV Globo.

“Eu, pessoalmente, [recebi] ameaças de morte. Hoje, quando eu olho para trás, eu lamento o que aconteceu, é claro. Mas isso foi gerado por um abraço. Isso que é a tristeza, gerar uma coisa tão violenta assim, porque você deu um abraço em uma pessoa”, disse o médico ao UOL.

A entrevista exibida no programa dominical abordava a situação de pessoas transgênero no sistema penitenciário brasileiro, e a detenta foi uma das entrevistadas.

O ápice do encontro entre Drauzio e ela ocorreu quando o entrevistador perguntou há quanto tempo a presidiária não recebia uma visita na cadeia.

A presa respondeu: “Oito anos, sete anos”. O médico então disse: “Solidão, né, minha filha”, e deu um abraço na entrevistada. A troca de afeto entre Drauzio, que é voluntário no sistema penitenciário há mais de três décadas, e a detenta gerou comoção na internet, que promoveu uma mobilização para o envio de cartas e presentes para ela.

A situação só se inverteu na semana seguinte à exibição da entrevista quando sites e contas em redes sociais, muitos deles encabeçados por personalidades conservadoras e bolsonaristas, passaram a divulgar os crimes cometidos pela detenta que não haviam sido informados na entrevista conduzida pelo médico.

Drauzio, porém, diz que não sabia do crime por ser médio, e não juiz. “Mas ali, no Fantástico, eu estava como repórter. Estava como jornalista, falando daquela realidade”, disse ele. “Eu me comovi com aquela pessoa que me olhou de um jeito tão desprotegido, tão triste, que me deu vontade de dar um abraço nela, que não fazia parte de script nenhum, nem caberia.”