Autonomia alimentar, sustentabilidade e empreendedorismo, são os principais objetivos do time Enactus da Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra) na criação do projeto Horti-Firme que produz jambu, alface e cheiro-verde em hortas verticais com o uso de água da chuva no bairro da Terra Firme, em Belém. As hortaliças são para venda e o consumo das famílias.
O time da Ufra conquistou dois prêmios no Evento Nacional Enactus Brasil (ENEB), um como “Time Revelação” e outro reconhecendo o projeto Horti-Firme como incentivo para alcançar um dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU): “Fome Zero e Agricultura Sustentável”.
O Projeto Horti-Firme iniciou em um antigo ciclo da Enactus Ufra e atendia as famílias venezuelanas que vivem em Belém. Com o retorno do time, os alunos resolveram reativar o projeto, mas na Terra Firme que “foi escolhida por ser o bairro que cerca a universidade e queríamos trazer essa conexão da comunidade da Terra Firme com a comunidade acadêmica”, comentou Ingrid Silva, aluna de Agronomia e presidente da Enactus Ufra.
“O objetivo do projeto é implementar a autonomia alimentar e a sustentabilidade. A partir do momento que as famílias consigam ter um potencial de produção das hortaliças, para que isso possa ser um negócio delas, para venderem para os vizinhos, nas feiras, e se torne uma renda complementar”, afirmou a aluna.
O grande diferencial do projeto é a captação da água da chuva. Em Belém, mesmo com grandes reservatórios hídricos, em muitos bairros periféricos a falta de água é rotineira. “Então pensamos que essa captação de água da chuva é uma forma sustentável de reutilização da água, tanto para irrigar quanto para, futuramente, utilizar em atividades domésticas”, comentou.
A captação é por meio de calhas e tubulações que levam a chuva do telhado até uma caixa d’água. Nela o morador pode acionar o registro sempre que necessário para ligar as fitas gotejadoras para a irrigação das hortaliças.
O Horti-Firme atende 6 famílias que passam por um treinamento antes da implementação do projeto nas casas. “Nós ensinamos quais são as hortaliças mais fáceis de serem cultivadas, ensinamos a plantar, como fazer irrigação, o tipo de substrato, a importância desse manejo todo”, finalizou Ingrid Silva.
Premiação
No Evento Nacional Enactus Brasil (ENEB), o time da Ufra venceu como “Time Revelação” e conquistou o prêmio ODS2, de reconhecimento pelo Projeto Horti-Firme. O Enactus Ufra ainda chegou em mais duas finais: Prêmio de Inovação Social e Liga Rookie.
O Prêmio Time Revelação em 2023, destacou aqueles que obtiveram a maior curva de crescimento desde abertura do ciclo, sendo destaque e gerando impacto dentro da rede. “A importância que esse prêmio traz para nós é poder firmar mais parcerias, poder expandir o empreendedorismo social e alcançar mais pessoas de risco e vulnerabilidade social”, comentou o aluno de Engenharia Cartográfica e de Agrimensura, Maédely Carvalho que, junto com a Ingrid, apresentou o Projeto Horti-Firme no ENEB.
O Prêmio ODS 2 é relacionado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas (ONU). O segundo objetivo é “Fome Zero e Agricultura Sustentável”, com o propósito de acabar com a fome, alcançar a segurança alimentar e melhoria da nutrição e promover a agricultura sustentável. Foi nesse contexto que o projeto Horti-Firme foi reconhecido e conquistou o prêmio entre mais de 100 times presentes.
O evento ocorreu em São Paulo, entre os dias 19 e 21 de julho, e para chegar no estado o time da Ufra passou por alguns desafios. “Nosso maior desafio foi relacionado a logística de como iriamos chegar lá. Então fizemos rifas, procuramos patrocínios, fechamos parcerias com empresas nacionais e multinacionais, para que nós pudéssemos alcançar o nosso objetivo e representar o projeto Horti-Firme e a Ufra”, disse Maédely.
Para participar do evento, a Enactus enviou 7 alunos e a professora-conselheira, Natalia Guarino, que receberam o apoio da Ufra. “A universidade ajudou bastante a gente. Os professores deram muito apoio, compraram as nossas rifas. A gestão também ajudou custeando a passagem e as diárias da nossa professora conselheira e deu uma ajuda de custo aos alunos para diárias, tanto para a alimentação quanto para locomoção, proporcional aos quatro dias que ficamos em São Paulo”, finalizou.
Fonte: Ascom/Ufra