O som que vem das periferias de Belém mais uma vez ultrapassa as divisas do Pará. Desta vez é a aparelhagem Rubi Light que fará uma miniturnê por dois estados. Popular na região amazônica, o tecnobrega será apresentado em cidades como Brusque, Blumenau e Florianópolis, em Santa Catarina, e em Manaus, no Amazonas, por onde a turnê inicia, no dia 5 de agosto.
Prestes a completar 72 anos, no dia 13 de agosto, a aparelhagem faz a tour com caráter celebrativo. A Rubi é uma das mais tradicionais do Pará e dessa “instituição” originaram-se outras duas vertentes: o Rubi Lendário e o Rubi Light, que surgiu no ano passado.
Jhony Herbert, que atua no marketing do Rubi Light, conta que a aparelhagem já se apresentou em estados vizinhos como Maranhão e Amapá. E agora, o trabalho do grupo ganha outras projeções. “O convite veio desde o lançamento da aparelhagem [Light] no ano passado, porém, a equipe estava estudando a questão da logística. Até que no final de maio deste ano, a aparelhagem decidiu aceitar esse desafio”, afirma.
Seguirá viagem de norte a sul do País, uma equipe de 30 pessoas, entre atuantes na montagem da aparelhagem e DJs. Em cada nova jornada, o segredo é sempre levar alegria para o público, comenta Jhony Herbert. “O Rubi é uma das maiores nessa tradição, sobretudo quando se fala de aparelhagem. Além disso, é um empreendimento que garante muita diversão e alegria nas noites paraenses. O novo Rubi Light completou um ano no dia 4 de junho, e além dele, temos o Lendário Rubi, que lançou suas novas estruturas no mês passado. Então, a alegria é tripla.”
Responsável pelo contato direto com o público e por proporcionar uma grande interação com as pessoas, Klausen Paranhos, mais conhecido como DJ Kleusinho, diz que está bem ansioso por essa estreia da turnê. “A expectativa é muito grande. Isso significa a realização de um sonho. A turnê tem uma importância enorme para mim, que sou um DJ que veio de baixo e hoje tenho a honra de integrar a equipe de uma aparelhagem da qual sempre tive muita vontade de fazer parte, representando uma cultura muito linda do estado do Pará”, diz.
Sob a alcunha de “O Responsa”, DJ Kleusinho tem 30 anos, dos quais 14 foram dedicados ao som das aparelhagens. “Comecei tocando na periferia, onde muitos diziam que era para eu desistir do meu maior sonho, que sempre foi tocar. Recebi muitos ‘nãos’, mas nunca desisti e hoje, graças a Deus, estou mostrando meu trabalho e representado as quebradas de onde vim.”
Jhony Herbert completa: “Para nós é muito gratificante receber todo esse carinho do nosso público. Chegar a esses outros estados é um passo muito importante para nós, do Rubi, e até para outras aparelhagens, pois antigamente muitas pessoas tinham preconceito com o nosso movimento e hoje já tem uma nova visão dele. E o melhor: estão abraçando cada vez mais essa cultura que mais cresce em nosso país”, comemora.
Não é novidade que o som produzido na Amazônia encanta novos ouvintes. No ano passado, o ritmo foi levado para o Rock in Rio, com um espaço totalmente dedicado à visibilidade do tecnobrega e suas vertentes, a Nave.
Da periferia, ganhou força desde o início dos anos 2000, quando o ritmo feito a partir de batidas marcantes – que misturam sintetizadores eletrônicos com o carimbó, o calypso e guitarradas – ganhou projeção em círculos descolados, com artistas como Gaby Amarantos, que antes de emplacar o sucesso “Ex Mai Love” como tema de novela, já homenageava as aparelhagens com músicas como “Rubi”, cantado por ela com a Banda Tecno Show.