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Dino afirma que suposto espião russo seguirá preso no Brasil

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino. Foto: Valter Campanato/AgÊncia Brasil
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino. Foto: Valter Campanato/AgÊncia Brasil

RAQUEL LOPES

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, disse na manhã desta quinta-feira (27) que o suposto espião russo Serguei Vladimirovich Tcherkasov permanecerá preso no Brasil. A declaração foi dada após a realização de parecer técnico acerca de dois pedidos de extradição.

“Quanto ao cidadão russo Serguei Vladimirovich Cherkasov, esclareço que o parecer técnico do Ministério da Justiça, acerca de dois pedidos de extradição, está embasado em tratados e na lei 13.445/2017. No momento, o citado cidadão permanecerá preso no Brasil”, publicou o ministro em redes sociais.

Tcherkasov, 39, foi detido em abril de 2022 por autoridades holandesas sob a acusação de uso de documentos falsos. Para entrar no país europeu, ele apresentou papéis brasileiros, em nome de Victor Muller Ferreira, na tentativa de trabalhar no TPI (Tribunal Penal Internacional) na vaga de analista júnior.

A polícia holandesa indicou então que ele não era um cidadão brasileiro, mas um agente do Departamento de Inteligência das Forças Armadas da Rússia. Assim, Tcherkasov foi considerado um espião disfarçado no exterior utilizando identidade completamente nova e, portanto, um imigrante em condição irregular.

Após ser deportado ao Brasil, ele foi denunciado pelo crime de falsidade ideológica pelo Ministério Público Federal, e, em julho de 2022, a 5ª Vara da Justiça Federal de Guarulhos o condenou a 15 anos de prisão.

No entanto, Moscou requisitou formalmente ao governo brasileiro, em setembro do ano passado, a extradição de Tcherkasov para a Rússia, onde supostamente ele era procurado por tráfico de drogas.

O Departamento de Justiça dos EUA também o acusa de atuar como agente estrangeiro em território americano. De acordo com a pasta, no período em que estava registrado como estudante em Washington, ele recolheu informações sobre cidadãos americanos e as repassou a superiores.

Em março, os EUA tornaram pública uma acusação por fraude bancária e imigratória contra o russo que, passando-se por cidadão brasileiro, estudou em uma universidade americana, a renomada Johns Hopkins, e se candidatou a uma vaga no Tribunal Penal Internacional, em Haia, na Holanda, de onde foi deportado.