Pará

Atleta recebe medula em procedimento inédito no Ophir Loyola

Atleta recebe medula em procedimento inédito no Ophir Loyola Atleta recebe medula em procedimento inédito no Ophir Loyola Atleta recebe medula em procedimento inédito no Ophir Loyola Atleta recebe medula em procedimento inédito no Ophir Loyola
A atleta Sandra Faustino, de 52 anos, foi submetida ao procedimento, no qual a medula do próprio paciente é utilizada no tratamento. Foto: Pedro Guerreiro/Ag. Pará
A atleta Sandra Faustino, de 52 anos, foi submetida ao procedimento, no qual a medula do próprio paciente é utilizada no tratamento. Foto: Pedro Guerreiro/Ag. Pará

O Hospital Ophir Loyola (HOL) realizou este mês, o primeiro Transplante de Medula Óssea pelo Sistema Único de Saúde (SUS) no Norte do Brasil. A atleta Sandra Faustino, de 52 anos, foi submetida ao procedimento, no qual a medula do próprio paciente é utilizada no tratamento.

A infusão das células coletadas previamente foi bem sucedida, após dez dias de observação ocorreu a “pega da medula”. Nesta segunda-feira (24) ocorreu a constatação que a medula óssea está funcionando e o transplante obteve êxito. A transplantada deve receber alta ainda nesta semana, segundo o responsável técnico pelo procedimento, o oncohematologista Thiago Xavier Carneiro.

Cerca de 90% da demanda oncohematológica do Pará é assistida pelo HOL. Avaliado em cerca de R$ 200 mil, na rede privada, o autotransplante de medula óssea é ofertado gratuitamente aos usuários do SUS no hospital paraense.

O procedimento, realizado com cooperação técnica da Fundação Centro de Hemoterapia e Hematologia do Pará (Hemopa), ampliou as modalidades de transplantes no Estado por intermédio da Central Estadual de Transplante (CET), da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa).

Cerca de 90% da demanda oncohematológica do Pará é assistida pelo HOL. Avaliado em cerca de R$ 200 mil, na rede privada, o autotransplante de medula óssea é ofertado gratuitamente aos usuários do SUS no hospital paraense. Foto: Pedro Guerreiro/Ag. Pará

“Um sonho tornou-se realidade”. Foi desse modo que o responsável técnico pelo serviço definiu o transplante de medula óssea realizado na capital paraense. O procedimento exitoso durou cerca de uma hora, de acordo com a equipe médica que, além de Xavier, é composta pelos oncohematologistas Luciana Leão e João Saraiva, e pela enfermeira especialista em oncologia e hematologia, Rosana Moreira.

O que é a medula

O tecido líquido que ocupa o interior dos ossos, a medula óssea é responsável pela produção das células-tronco hematopoiéticas, que geram elementos do sangue. O transplante autólogo busca substituir o tecido doente por meio de células sadias transplantadas do próprio paciente. O material é coletado e armazenado para ser devolvido após o usuário ser submetido a altas doses de quimioterapia que erradique células doentes.

“A medula óssea fica dentro dos ossos, sendo responsável pela produção do sangue, fundamental para o funcionamento do nosso corpo. No transplante realizado aqui no HOL, a medula do paciente é coletada, congelada e armazenada. Posterior ao tratamento, o paciente recebe novamente o material, contribuindo para a recuperação acelerada. O transplante é complexo e exige que as equipes funcionem de maneira conjunta”, ressaltou Xavier.

Para a realização do procedimento, faz-se uma avaliação completa. Diversos exames são solicitados para determinar a aptidão. Verifica-se o funcionamento dos órgãos e se o paciente apresenta alguma doença infecciosa ativa, por exemplo.

Fases

O transplante possui três fases e dura cerca de um mês. Na primeira, também conhecida como mobilização, o paciente recebe medicamentos para estimular a migração das células progenitoras hematopoiéticas, encontradas na medula, para o sangue periférico, isso facilita a coleta. Posteriormente, é realizada a aférese, na qual essas células são separadas por centrifugação em um equipamento automatizado antes de serem congeladas. E, na última etapa, o material é infundido em um procedimento similar à transfusão de sangue.

 

Ophir Loyola recebeu este ano autorização para realizar o procedimento

Em maio deste ano, o Hospital Ophir Loyola recebeu credenciamento do Ministério da Saúde para a retirada e transplante de células-tronco hematopoiéticas. Foto: Pedro Guerreiro/Ag. Pará

Em maio deste ano, o Hospital Ophir Loyola recebeu credenciamento do Ministério da Saúde para a retirada e transplante de células-tronco hematopoiéticas. De imediato, as equipes médicas e assistenciais iniciaram a busca ativa por pacientes aptos ao TMO. A auxiliar administrativa e atleta Sandra Faustino foi selecionada para passar pelo procedimento inaugural. Internada no dia 22 de junho, menos de um mês após a acreditação, a belenense passou pela aférese.

“A aférese é a coleta de um produto do sangue total. Por meio do processamento em uma máquina estéril, coletamos o componente desejado, seja plasma, plaquetas ou, como neste caso, células progenitoras”, afirmou Evelyn Ferreira, gerente da coleta de doadores do Hemopa.

Diretora-geral do Hospital Ophir Loyola, Ivete Gadelha VazFoto: Pedro Guerreiro / Ag. ParáA coleta das células progenitoras de Sandra ocorreu no último dia 5 de julho e durou cerca de 4 horas. O material foi devidamente acomodado em uma maleta e levado ao hemocentro, onde foi processado, congelado e aguardou até ser infundido na paciente, no último dia 14.

A diretora-geral do HOL, Ivete Vaz, celebrou o feito da instituição que, além do TMO, realiza transplantes de rins e córneas. “A conquista não é somente do HOL, mas de todos que apoiaram a causa e, principalmente, da população paraense e nortista, que agora conta com mais esse serviço de excelência oferecido gratuitamente aos usuários do SUS. Celebremos a vida nova da paciente e de tantos outros que serão assistidos pelo serviço”, afirmou a gestora.