Ser médico, engenheiro, veterinário ou cientista são as profissões dos sonhos que a maioria dos pais brasileiros desejam para seus filhos. A medicina aparece isolada em 1º lugar (89%), o que reitera a atratividade dessa carreira. Ser engenheiro ou engenheira também permanece no imaginário popular como uma das profissões de maior prestígio no país (84%), aparecendo na 2ª posição. É o que revela a 14ª edição da pesquisa Observatório Febraban feita pelo Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (IPESPE) para a Febraban.
Ainda como as profissões de maior prestígio estão os veterinários(as) e cientistas (ambos com 82%); os desenvolvedores(as) de software/programadores(as)/ profissionais de TI e administradores(as)/ empresários(as), ambas as profissões com 81%.
A pesquisa realizada entre os dias 1º e 7 de julho de 2023, com 3 mil pessoas nas cinco regiões do País, aborda a perspectiva dos brasileiros sobre o prestígio das profissões e quais os setores que mais geram riqueza no país na opinião da sociedade. O levantamento procura investigar se os brasileiros estão alinhados com a tendência internacional de realinhamento e prestígio das profissões seguindo as mudanças sociais e econômicas e a influência dos meios de comunicação e redes sociais.
Perguntados sobre as profissões do futuro, os entrevistados listam em primeira mão atividades “tradicionais”, como médicos e professores, indicando uma visão sobre a manutenção de sua importância para o país e a sociedade, a despeito de um horizonte de mudanças no mercado de trabalho. Profissões da área da Tecnologia da Informação (TI) ou ligadas a redes sociais não são elencadas entre as mais importantes no futuro.
No Brasil, como em todo o mundo, a pandemia escancarou um cenário de incerteza e acelerou uma série de mudanças antes pensadas para um horizonte de dez anos. Além disso, teria impactado na forma como as profissões são vistas, com aumento da valorização daquelas voltadas ao cuidado das pessoas.
Ao serem perguntados sobre qual setor gera mais riqueza para o país, os entrevistados apontam majoritariamente o Agronegócio como primeiro lugar (47% das menções). Em um distante segundo lugar é citada a Indústria (11%). Já Educação, frequentemente analisada como produtora indireta de riquezas ou de riquezas intangíveis, ocupa a 3ª posição, com 10% de menções.
A maioria dos brasileiros também prefere os modelos de trabalho remoto e híbrido, que somados, têm a preferência de mais da metade dos trabalhadores (56%), contra 44% que preferem o presencial.
“Esse Observatório traz informações relevantes sobre a satisfação com a profissão atual e a expectativa de mudanças no mercado de trabalho, a exemplo do medo – declarado por 43% dos brasileiros – quanto ao avanço da Inteligência Artificial”, destaca o sociólogo e cientista político Antonio Lavareda, presidente do Conselho Científico do IPESPE.
A íntegra do 14º levantamento Observatório FEBRABAN, pesquisa FEBRABAN-IPESPE pode ser acessada neste link.
Abaixo, seguem os principais resultados do levantamento:
1. PROFISSÕES DE MAIOR PRESTÍGIO
Acima de 80%
Médico(a) – 89%
Engenheiro(a) – 84%
Veterinário(a) – 82%
Cientista – 82%
Administrador(a) de empresas – 81%
Desenvolvedor(a) de software/ TI – 81%
Entre 79% e 61%
Arquiteto(a) – 79%
Nutricionista – 76%
Psicólogo(a)- 76%
Juiz(a)/ Promotor(a) – 75%
Economista – 74%
Enfermeiro(a) – 74%
Atleta – 73%
Bombeiro(a) – 73%
Farmacêutico(a) – 73%
Profissional mercado financeiro – 70%
Professor(a) – 70%
Advogado(a) – 69%
Agricultor(a) – 68%
Contador(a) – 68%
Banqueiro(a) – 66%
Publicitário(a) – 65%
Jornalista – 63%
Trabalhador(a) Construção Civil – 61%
Abaixo de 60%
Artista – 58%
Militar – 50%
Padre/Freire ou Pastor(a) – 47%
Policial militar ou civil – 45%
Influenciador Digital – 43%
Motorista de ônibus ou caminhão – 41%
Político(a) – 25%
2. PROFISSÕES DO FUTURO
Instados a identificar as profissões do futuro, os entrevistados listam em primeira mão atividades “tradicionais”, indicando uma visão sobre a manutenção de sua importância para o país e a sociedade, a despeito de um horizonte de mudanças no mercado de trabalho.
Médico(a) – 70%
Professor(a) – 67%
Enfermeiro(a) – 58%
Bombeiro(a) – 54%
Agricultor(a) – 53%
Psicólogo(a) – 51%
3. PLANOS PARA MUDAR DE PROFISSÃO
Cerca de oito em cada dez brasileiros (77%) se dizem satisfeitos com a profissão atual, contra 19% que expressam insatisfação. As mulheres se mostram mais satisfeitas que os homens com a profissão atual. E também aqueles que têm escolaridade e renda mais altas.
Em razão da elevada satisfação atual, quase seis em cada dez brasileiros declaram não ter planos de mudar de profissão no horizonte de 12 meses.
4. SETORES QUE MAIS GERAM RIQUEZA
O Agronegócio ocupa isolado o 1ºlugar (47% das menções). Em um distante segundo lugar é citada a Indústria (11%). Já Educação ocupa a 3ª posição, com 10% de menções. O setor Bancário e Financeiro é o principal gerador de riquezas para 9% dos entrevistados e, com percentual similar, é citado Ciência e Tecnologia (8%).
Entre os homens e a população do Norte e Centro-Oeste, públicos para os quais o Agronegócio tem de fato importância expressiva, é onde esse setor mais ganha destaque como gerador de riquezas.
5. FORMA DE TRABALHO IDEAL
Os modelos remoto e híbrido, somados, têm a preferência de mais da metade dos trabalhadores (56%), contra 44% que preferem o presencial.
6. INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL
O avanço da Inteligência Artificial tem gerado medo de desemprego em 43% dos brasileiros, sendo que 53% dizem não ter essa preocupação. O receio é maior na Geração Z, onde os jovens de 18 a 26 anos, mais envolvidos com atividades na área de tecnologia, provavelmente temem a substituição do seu trabalho por robôs.
Fonte: Febraban