Grande Belém

Trabalhadores do Ver-o-Peso vivem expectativa para a COP 30

O artesão Douglas Cardoso, 25, também está confiante com a confirmação do evento em Belém e já adianta que se comunicar com estrangeiros não é um problema. Foto-Wagner Santana/Diário do Pará.
O artesão Douglas Cardoso, 25, também está confiante com a confirmação do evento em Belém e já adianta que se comunicar com estrangeiros não é um problema. Foto-Wagner Santana/Diário do Pará.

Ana Laura Costa

Não à toa, os olhos do mundo estão voltados para a região Amazônica. A 30ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), vai ocorrer em 2025, e a capital paraense será a anfitriã para as discussões estratégicas de preservação do meio ambiente e sustentabilidade na Amazônia.

Nos últimos anos, a conferência recebeu em média, cerca de 40 a 50 mil pessoas durante as duas semanas. Ou seja, são esperadas milhares de pessoas em Belém, o que exige um grande esforço da cidade e do país, em termos de infraestrutura. Mas as pessoas que vivem em Belém também são peças fundamentais para a realização do evento.

O Mercado do Ver-o-Peso, por exemplo, abriga trabalhadores que dependem do fluxo de visitantes no local para ganhar o pão de cada dia. Assim, as erveiras, boeiras e artesãos que dividem o espaço, já comparam a COP 30 ao Círio de Nazaré – época em que conseguem faturar uma boa renda extra por conta da grande movimentação de turistas que visitam a capital.

Nos boxes de alimentação que ficam em frente à baía de Guajará, comidas típicas, pratos com peixes regionais e açaí fresco fazem sucesso entre os visitantes. Mas só isso não adianta, explica a atendente Fabiane Leão, de 33 anos. Para ela, a simpatia é a alma do negócio, e para conquistar os turistas que vão chegar por aí, ela também vai arriscar o inglês.

Para Fabiane Leão, a simpatia é a alma do negócio, e para conquistar os turistas que vão chegar por aí, ela também vai arriscar o inglês. Foto-Wagner Santana/Diário do Pará.

“Não é todo o dia que tem turista estrangeiro por aqui, é mais no Círio mesmo, mas a gente tem que se mexer, não pode se enrolar. Eu me arrisco nas conversações, procuro saber como desejar bom dia, oferecer um drink, porque as pessoas gostam do nosso acolhimento, gostam de ser bem recebidos”, conta.

As preparações da COP 30 começam por aí mas não param. Segundo Fabiane, algumas mudanças vão ocorrer no box em que ela trabalha, tudo para deixar mais organizado e a cozinha abastecida. “Por conta do número de pessoas que a gente espera que passe por aqui, vamos investir na infraestrutura, organizar e abastecer nossos estoques e, principalmente, caprichar no atendimento, claro”, disse.

O artesão Douglas Cardoso, 25, também está confiante com a confirmação do evento em Belém e já adianta que se comunicar com estrangeiros não é um problema.

O artesão Douglas Cardoso, 25, também está confiante com a confirmação do evento em Belém e já adianta que se comunicar com estrangeiros não é um problema. Foto-Wagner Santana/Diário do Pará.

“Eu sempre uso um aplicativo de tradução, não tem segredo, se vejo que não está fluindo, só pego o celular e traduzo tudo o que quero dizer e o que a pessoa está tentando contar”, comenta. Ele também revela que, com a Amazônia em alta, as produções artesanais já estão com tudo. “Já estou produzindo muito mais e daqui para lá (2025) é provável que o trabalho só aumente. A expectativa é que até lá estejamos com mais funcionários, se Deus quiser”, completa.