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Vantagens do esporte além da prática: função social impacta vidas e pode transformar o mundo

Vantagens do esporte além da prática: função social impacta vidas e pode transformar o mundo

Estamos em um bom momento para discutir a função social do esporte, já que se aproxima a Copa do Mundo de Futebol Feminino, a ser disputada entre 20 de julho e 20 de agosto na Austrália e na Nova Zelândia. Com o foco voltado para o tema, vale lembrar que as práticas esportivas vão além do que vemos na televisão e ajudam a desenvolver o entendimento sobre questões voltadas à sociedade (individual e coletivo), à democratização (acesso e representatividade) e à cultura (valores e identidade nacional e regional). Isso funciona para atletas, mas também para as torcidas e os países representados, que prestam mais atenção a estes pontos neste momento.

“O esporte sempre esteve presente na história. Antes mesmo das competições, ele era importante para a socialização e até para a sobrevivência do ser humano. O que nem todo mundo sabe, é que as práticas também são fundamentais para a sociedade atualmente por um outro motivo: como ferramenta de DEIP, Diversidade, Equidade, Inclusão e Pertencimento, promovendo cada vez mais a necessidade no acesso equitativo, valorização da prática por diferentes grupos sociais e respeito às diferenças”, explica Keyllen Nieto, fundadora e consultora da Integra Diversidade.

No esporte, além da superação de limites, o espírito de equipe costuma prevalecer. Mesmo em modalidades individuais, as pessoas envolvidas na preparação são imprescindíveis para as competições, ajudando a entender as particularidades como parte integrante de um conjunto. “É um meio de jogar luz à diversidade e ir contra a exclusão e o preconceito, inclusive mudando a história de quem não se sentiu verdadeiramente abraçade em outros lugares”, diz Nieto.

Um aliado da inclusão social

Portanto, o esporte é instrumento de inclusão social. “Embora haja exceções, o esporte gera um tipo de democratização, pois além de facilitar o acesso de quem o pratica em muitas modalidades, também traz ampla representatividade de diversos perfis”, conta a fundadora.

O Brasil, por exemplo, é mundialmente conhecido pelo futebol e o vôlei, o que ajuda a exemplificar como os esportes levam a cultura de determinado país ou região para o mundo. Quando determinados grupos (gênero ou raça, por exemplo) ganham alguma notoriedade, eles geram uma espécie de reconhecimento. Segundo Nieto, “as pessoas que gostam e assistem, mas não estão no ´padrão’, podem se identificar com as pessoas atletas e então surge uma oportunidade, o que nem sempre está na vida desses indivíduos”.

Isso fica ainda mais evidente em tempos de Copa do Mundo de Futebol Feminino, já que as mulheres, no Brasil, não são reconhecidas neste esporte, mesmo que já exista uma evolução, com o espaço televisionado conquistado, por exemplo. “Quando uma competição desse porte ganha holofote, é capaz de alimentar o sonho de muitas pessoas, inspirando gerações e fazendo com que a roda da inclusão gire mais depressa”, enfatiza.

A consultora destaca que esse impacto social do esporte vai muito além do sucesso nas competições ou do ganho físico. Ao se sentir parte integrante de uma atividade, seja ela individual ou coletiva, a pessoa encontra o seu lugar no mundo. “Nos esportes, as interseccionalidades (pessoas que fazem parte de mais de um grupo sub-representado) e particularidades se combinam e, muitas vezes, fortalecem os resultados. Para quem só aprendeu a viver na exclusão, por conta de um sistema injusto e ainda muito conservador, é uma forma de descobrir que existe muita gente ao seu lado”, explica.

Além de aprender técnicas e regras, a pessoa praticante desenvolve outros valores. Os esportes também refletem a identidade dos povos e fomentam a cultura, além de deixar mais claro o significado dos termos “coletivo” e “individual” e como eles se completam dentro e fora da atividade. Nesse cenário, a pessoa que pratica determinada modalidade é convidada a pensar além da prática em si, se enxergando como parte de um contexto maior.

“Usamos o exemplo do futebol feminino, que está em evidência, mas essas questões, mas precisamos ir além. Não podemos esquecer o que está acontecendo com o atleta Vinícius Júnior, que enfrenta, na Espanha, um momento extremamente difícil, de demonstrações violentas e frequentes de racismo.

A forma como ele está respondendo e a proporção que os casos tomaram ajudam a encorajar outras vítimas em torno da pauta antirracista, assim como abrir os olhos de autoridades em prol desta causa”, destaca a consultora. Segundo Nieto, o palco do esporte é um amplificador, que dá visibilidade a esse problema e permite que as conversas aconteçam e as soluções venham de maneira mais transversal e até globalizada.

Entre outras coisas, aqui estão algumas que ajudam a explicar a importância do papel social do esporte. Além de incentivar e promover a inclusão e o respeito, também é o fio condutor, que aproxima pessoas aliadas e causas em uma combinação que rende frutos para toda a sociedade.

Créditos
Com informações da Ecomunica
Foto: Divulgação