TEXTO: Agência Pará
Victor Brecheret (1894-1955), um dos mais renomados expoentes do universo da escultura no país, foi um dos artistas que buscaram referências na cultura de diferentes grupos originários da floresta e as incluiu em sua obra. O trabalho do artista pode ser apreciado na exposição “Brecheret Modernista – A Imagem Indígena como Símbolo de Brasilidade”, que será inaugurada nesta terça-feira, 18 de julho, às 18h, na Galeria Antônio Parreiras, no Museu do Estado do Pará (MEP – Praça Dom Pedro II, s/n – Cidade Velha). A abertura contará com visita guiada pela curadora da exposição, a professora e historiadora da arte, Maria Izabel Branco Ribeiro.
Com patrocínio do Instituto Cultural Vale, via Lei Federal de Incentivo à Cultura, e apoio local da Secretaria de Estado de Cultura (Secult), a mostra, projeto do Instituto Victor Brecheret, reúne cerca de 30 esculturas e 20 desenhos originais, além de obras e reproduções assinadas por outros artistas com interesses semelhantes. A exposição traz um panorama da trajetória do artista ítalo-brasileiro com foco na formação da linguagem plástica de Brecheret, seus vínculos com as propostas modernistas e seu interesse no universo indígena.
PREOCUPAÇÃO COM UMA ARTE DE CARACTERÍSTICAS BRASILEIRAS
Segundo a curadora, ao ressaltar a faceta do Modernismo de Brecheret, a mostra também se propõe a reverberar, num espectro mais amplo, a preocupação de vários artistas que, no início do século 20, ansiavam por uma arte com características brasileiras. A integração do escultor com o grupo modernista é exemplificada com peças como “Ídolo” e “Sóror Dolorosa”, presentes na mostra da Semana de Arte Moderna de 1922.
Considerado o introdutor da arte moderna na escultura brasileira, Brecheret recebeu o Prêmio Nacional de Escultura na I Bienal de São Paulo, em 1951, com a obra “O índio e a suaçuapara”. É também o autor da obra “Monumento às Bandeiras”, localizado no Parque do Ibirapuera, em São Paulo (SP). Em 1955, ele expôs na 3ª Bienal Internacional de São Paulo, onde foi homenageado postumamente com sala especial na edição seguinte, em 1957.
TEMÁTICA INDÍGENA DESDE MONUMENTO ÀS BANDEIRAS
A temática indígena já aparece na obra de Brecheret no princípio da década de 1920, quando, ao compor a maquete para o “Monumento às Bandeiras”, decide incluir grupos de indígenas e mestiços. Após uma temporada no exterior, Brecheret retorna para o Brasil em 1936. Nesse período, o interesse do artista pelos povos do Brasil central e da Amazônia se tornou seu foco, em termos de costumes, mitos, interações com a natureza e padrões plásticos.
“Essa linguagem que ele desenvolve se revela tão eficiente e expressiva que Brecheret passa a usá-la em outras figuras, como em um São Francisco”, exemplifica Maria Izabel, graduada em Educação Artística e doutora em História da Arte.
Belém é a segunda cidade a receber a exposição “Brecheret Modernista – A Imagem Indígena como Símbolo de Brasilidade”, que já passou por Belo Horizonte-MG, entre abril e junho, e seguirá para o Centro Cultural Vale Maranhão (CCVM), em São Luís-MA, em janeiro.
VISITE
Exposição “Brecheret Modernista – A Imagem Indígena como Símbolo de Brasilidade”
Quando: 18 de julho a 08 de outubro de 2023, de terça a domingo, das 9h às 17h.
Onde: Galeria Antônio Parreiras – Museu do Estado do Pará (Praça Dom Pedro II, s/n – Cidade Velha)
Quanto: Entrada franca
Visita guiada: Com a curadora Maria Izabel Branco Ribeiro, no dia 18 de julho, às 18h.