TEXTO: ALINE RODRIGUES
De hoje, 14, até domingo, 16 de julho, em Soure e Salvaterra, acontece a 6ª edição do Festival Marajoara de Cultura Amazônica, evento que celebra a cultura marajoara. A programação é pensada para valorizar os fazedores de cultura do Marajó, com um recorte esse ano nas duas cidades marajoaras. O evento também proporciona o intercâmbio de artistas de Belém e sua região metropolitana e dos Estados da Amazônia.
“O objetivo é fortalecer e fazer girar toda uma cadeia de produção cultural e turística da região do Marajó, por meio da cultura, propiciando uma agenda cultural que envolve o público no tempo da natureza e conectando os mestres e mestras com seu público, realizando uma troca de saberes e fazeres com diversos outros artistas, em um processo de retroalimentação, no intuito de promover inspirações de que possam surgir novas experiências, expressões e composições futuras”, diz Guto Nunes, integrante do Coletivo Pulsar Marajoara, que realiza o festival, e formado por três casais que têm um longo histórico de envolvimento com a comunidade local, não está restrita apenas ao período do evento.
MÚSICA, DANÇA, TEATRO E CULTURA POPULAR
Na programação, muita música, dança, cultura popular, teatro, cinema, contação de histórias, boi-bumbá e uma roda de conversa sobre as Leis Aldir Blanc e Paulo Gustavo. Além disso, haverá apresentação de um grupo de carimbó do Quilombo do Caldeirão, que nasceu a partir de uma oficina fruto do Festival Marajoara de 2022, em parceria com a Fundação Cultural do Pará.
“Este ano contamos com a participação de Neuber Uchoa, de Roraima, compositor e vencedor de vários festivais. Teremos muito carimbó, toadas e música popular paraense e amazônida. A programação é multicultural e artística, com teatro, dança, muita música e audiovisual. Podemos destacar, dentro deste leque de expressões artísticas, os dois cortejos que acontecem em Soure, com o Carimbloco, e em Salvaterra, com o Carimbúfalo, criado pelo ícone da cultura do Marajó, Mestre Damasceno”, detalha Guto.
Na linguagem do teatro, o ator Leonel Ferreira apresenta uma obra sobre o imaginário ribeirinho amazônico paraense. “Teremos ainda a apresentação do Grupo de Teatro Gemte, com a peça ‘Quem vai pagar o pato?’, que faz sua estreia no Festival Marajoara de Cultura Amazônica, e na linguagem do audiovisual, teremos o lançamento do videoclipe ‘Matinta’, de Matheus Moura”, adianta Guto. Episódios da websérie dirigida por ele sobre os mestres e mestras da cultura marajoara também estão na programação.
DE NÓS PARA NÓS
Em sua sexta edição, o Festival Marajoara de Cultura Amazônica caminha a passos firmes, avaliam os organizadores. “Este ano, como em todas as edições do Festival Marajoara, trouxemos um tema à superfície. Em anos anteriores, valorizamos o movimento LGBTQIAPN+, enaltecemos as cidades de Soure e Salvaterra, aprofundamos a importância de nossa arqueologia marajoara por meios da cerâmica. E este ano o nosso tema é ‘De nós para nós’, o que nos faz refletir sobre o valor de pertencimento, o que reforça que este Festival Marajoara é e sempre foi feito por muitas mãos”, explica Guto.