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Para Tom Cruise, missão não muito impossível

 

“Que loucura eu poderia fazer no próximo filme?”. FOTO: divulgação

Em 1996, o consagrado diretor Brian de Palma resolveu transformar uma série de suspense e espionagem famosa, Missão Impossível, em um filme com a mesma pegada de gênero, mas com um ar mais moderno, escalando o astro Tom Cruise como o personagem Ethan Hunt, um agente de espionagem encarregado das tarefas mais perigosas do governo americano. Com um ritmo cadenciado, cheio de intrigas e cenas de tirar o fôlego, o filme rapidamente se tornou um cult e uma franquia de ouro para a Paramount.

Hoje, 27 anos depois, a sétima parte da série chega aos cinemas mantendo a regularidade da franquia e estabelecendo um crescendo de ação que testa os limites físicos de Cruise e a credulidade dos espectadores, em sequências cada vez mais absurdas. Se você achou que ficar pendurado para fora de um avião decolando era o ápice, saiba que aqui o protagonista pula de uma montanha de moto.

Não esperem nenhuma originalidade em “Missão Impossível – Acerto de Contas Parte Um” (2023). É ação frenética do início ao fim, com uma história não tão elaborada quanto seu antecessor, “Efeito Fallout”, mas mantendo o thriller sempre caminhando para frente, um objetivo plausível (no mundo do filme, claro), um vilão carismático e saídas inteligentes para as enrascadas de Hunt e sua equipe, dessa vez atrás de uma chave dupla que pode parar uma inteligência artificial perigosa para o mundo.

Usando essa premissa básica, o diretor Christopher McQuarrie (também roteirista), demonstra toda sua familiaridade com a franquia. As sequências de ação funcionam e evitam o excesso de efeitos especiais, além de manter um bom ritmo do início ao fim, e Tom Cruise correndo para lá e para cá. E como esse senhor de 61 anos corre, a todo momento desafiando a morte. Tom Cruise não está disposto a entregar o ouro do cinema para o streaming, nem que tenha de dar o próprio suor pela indústria da tela grande.

É importante destacar ainda o entrosamento do elenco, a maior parte já vindo dos outros filmes. Além, claro, da trilha sonora já consagrada da franquia, que ganha novas camadas de melodias, tanto nas sequências de ação, quanto nas de respiro dramático. Há algumas incongruências no roteiro, como a aproximação muito rápida entre personagens e alguns elementos soltos na narrativa, mas nada que diminua a diversão que o filme garante, mostrando que o gênero de ação está em ótima forma este ano, com outros bons exemplares, como “John Wick 4” e “Resgate 2”. É cinema prático e divertido em alta. O público agradece.

MOSTRA

O Cine Líbero Virtual está com uma mostra excelente sobre o cinema Tcheco. Dessa vez, o streaming traz “A Pequena Loja da Rua Principal”, um drama psicológico sobre a implementação das Leis de Nuremberg dos nazistas, do diretor Ján Kadár e que teve a protagonista Ida Kaminska indicada ao Oscar de Melhor Atriz. Assista gratuitamente em cineliberovirtual.com.br.