Em nosso mundo acelerado, somos constantemente bombardeados com mensagens de positividade. A sociedade nos pressiona para sermos felizes e otimistas e apenas mostrar emoções positivas. Desde a infância, fomos ensinados a esconder nossas lágrimas, não reclamar e esconder nossos verdadeiros sentimentos. Frases como “Veja o lado positivo da vida” e “Não seja negativo” tornaram-se mantras arraigados em nós.
“A positividade tóxica tornou-se uma tendência predominante, onde as pessoas se sentem compelidas a manter uma perspetiva positiva o tempo todo, mesmo diante da adversidade. Embora a positividade seja importante, negar e suprimir emoções negativas pode prejudicar nossa saúde mental. É crucial autenticamente abordar e processar nossos sentimentos em vez de invalidá-los ou fingir que não existem. Isso nos permite criar um espaço saudável e genuíno de crescimento pessoal e resiliência emocional”, comenta Eduardo, psicoterapeuta e especialista em comportamento humano.
Abraçar a vulnerabilidade também está ganhando reconhecimento por seu poder transformador. Isso nos permite conectar profundamente com nós mesmos e com os outros, promovendo relacionamentos genuínos e significativos. Através da exposição, podemos experimentar a verdadeira empatia, compaixão e compreensão. Abrimo-nos ao crescimento, aprendizado e desenvolvimento pessoal ao abraçar nossas vulnerabilidades.
A cultura da positividade tóxica nos leva a buscar constantemente o prazer e evitar tudo o que possa causar desconforto ou tristeza. Acreditamos que a felicidade está nos bens materiais, no sucesso profissional e em retratar uma vida perfeita nas redes sociais. No entanto, a psicanálise e os aspetos espirituais nos ensinam que somos seres complexos com lados claros e escuros.
Traumas e dificuldades fazem parte da vida de todos. Negar essas experiências negativas significa negar uma parte fundamental de nossa humanidade. Reconhecer que experiências desafiadoras também podem trazer crescimento, aprendizado e transformação é importante. Ignorar a dor e reprimir as emoções negativas não leva à verdadeira felicidade, mas à negação da nossa autenticidade.
À medida que crescemos, muitas vezes nos tornamos insensíveis ao sofrimento dos outros. Em vez de oferecer apoio ou um espaço seguro para as pessoas expressarem sua dor, tendemos a descartar emoções negativas e responder com clichês vazios. Ao fazer isso, reprimimos os sentimentos dos outros e perpetuamos a positividade tóxica.
Rejeitar a vulnerabilidade nos outros também torna mais difícil lidar com nossa exposição. Ficamos presos em um ciclo de buscar constantemente o prazer e evitar a dor, perdendo a capacidade de nos conectarmos genuinamente com nós mesmos e com os outros. Isso leva a uma perda de prazer e nos impede de experimentar uma gama completa de emoções e sensações.
Libertar-se da mentalidade de positividade tóxica e cultivar empatia genuína é crucial. Ajudar alguém não significa apenas tentar fazê-lo se sentir melhor instantaneamente. Significa estar presente, ouvir com compaixão, oferecer apoio emocional e aceitar as emoções que surgem, sejam elas positivas ou negativas. Às vezes, uma pessoa triste não precisa de palavras de incentivo, mas de um abraço caloroso ou de alguém disposto a compartilhar sua dor.
Ao abraçar a autenticidade e a empatia, criamos um ambiente onde todos se sentem valorizados e compreendidos. Reconhecemos que a vida consiste em momentos felizes e dolorosos e que todas as emoções têm seu lugar. Ao permitir que os outros sejam vulneráveis ao nosso lado, também nos permitimos ser vulneráveis. É assim que construímos relacionamentos autênticos e enriquecedores, baseados na conexão genuína e no entendimento mútuo.
É hora de abandonar a cultura da positividade tóxica e abraçar a autenticidade e a empatia. Devemos estar dispostos a enfrentar nossas emoções negativas e apoiar os outros em suas jornadas emocionais. Só então podemos experimentar uma vida totalmente conectada e significativa.
Os principais especialistas em psicologia e bem-estar mental estão pedindo uma mudança nas normas sociais em relação à expressão emocional. Eles enfatizam a importância de criar espaços seguros onde os indivíduos possam expressar livremente suas emoções sem julgamento ou vergonha. Essa mudança beneficia a saúde mental individual e contribui para o desenvolvimento de comunidades mais empáticas e solidárias.
Organizações e indivíduos são incentivados a promover ambientes que priorizem autenticidade e vulnerabilidade. Ao promover conversas abertas sobre emoções, apoiar a exposição e dissipar o mito da positividade tóxica, podemos criar um efeito cascata positivo que beneficia indivíduos e comunidades. Só saberemos lidar com as comunidades se primeiro aprendermos a lidar com nós mesmos.
Em conclusão, o poder da autenticidade deve ser reconhecido. Romper as barreiras da positividade tóxica e abraçar a vulnerabilidade é crucial para o crescimento pessoal, bem-estar mental e conexões significativas. Ao fazer isso, contribuímos para um mundo mais compassivo e compreensivo, aprendendo a lidar com nossos lados positivos e negativos.
Créditos
Com informações da ASSESSORIA DE IMPRENSA CACAU OLIVER
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