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Crítica: Resgate 2

Crítica: Resgate 2

John Wick? Não, Tyler Rake

Thor anda se metendo em diversas frias fora da Marvel FOTO: divulgação

Quando “Resgate” (2020) estreou na Netflix em 2020, eu havia dito que Chris Hemsworth estava no ponto para ser o próximo grande astro de ação de Hollywood, após outros não vingarem no posto. Bem, ele ainda não conseguiu se desvencilhar da persona do Thor, mas continua sendo uma boa opção para o gênero, por ter carisma, tempo de comédia e porte adequado para o cargo, mesmo não tendo grandes atuações. A presença dele, inclusive, é o ponto forte da continuação “Resgate 2” (2023), já lançado na plataforma.

Assim como no recente “irmão” de gênero “John Wick”, a franquia Resgate se mostra eficiente em alguns pontos importantes: sabe se impor como uma obra sem grandes pretensões, mas com um roteiro minimamente funcional e várias qualidades técnicas, da fotografia aos efeitos de som. Em suma, um passatempo eficaz que prende do início ao fim, sem enrolar ou enganar o espectador.

No primeiro, o protagonista Tyler Rake explode a Índia para proteger o filho de um mafioso internacional e acaba ferido mortalmente. Agora, mesmo tendo sobrevivido e passado um tempo no hospital por causa do ataque anterior, ele volta à ação para resgatar a ex-cunhada e os filhos de outros mafiosos, só que dessa vez, na Geórgia.

É curioso que o diretor Sam Hargrave tenha a mesma origem de Chad Stahelski, de John Wick: iniciou a carreira como dublê e, posteriormente, se transformou em diretor. Além de ser eficiente nas coreografias de luta e tiroteios, Hargrave também sabe usar os elementos de cena para reforçar a urgência da ação, além de não cair na tentação dos cortes rápidos e câmeras tremidas para esconder falhas nos momentos mais corridos do filme. Pelo contrário, ele consegue manter os personagens enquadrados e a câmera bem focada. Quem diria que o cinema comercial, hoje, depende de técnicos responsáveis por manter a integridade dos atores e nos fazer acreditar em façanhas quase impossíveis? Falta Hollywood criar a categoria merecida para o trabalho dos dublês no Oscar…

Outra similaridade com Stahelski é a preferência por efeitos práticos e longos planos sequências, dando maior verossimilhança às sequências, como o do resgate na prisão, que dura 20 minutos, e a do ataque de helicópteros a um trem na neve. Por outro lado, é preciso uma suspensão de descrença maior, já que as cenas ficaram muito maiores, diminuindo bastante a sensação de aventura real do primeiro filme. Mesmo assim, é mais um passatempo divertido para o final de semana.

Julian Sands

Infelizmente, a Polícia americana confirmou a morte do ator Julian Sands, 65 anos, que se perdeu em uma floresta próximo da casa dele, na Califórnia, em Janeiro, e o corpo só foi descoberto agora. Sands é um desses atores que a gente viu muito como coadjuvante nas décadas de 1980 e 90. Minhas lembranças mais vívidas de Sands é como o cramunhão em “Warlock” e o cientista de “Aracnofobia”, além do cirurgião sem noção no tresloucado “Encaixotando Helena”. Uma grande perda.