Dr. Responde

Doenças da vida moderna: o que afeta a saúde

Problemas como o trânsito intenso acarretam no adoecimento da população. Foto: Freepik
Problemas como o trânsito intenso acarretam no adoecimento da população. Foto: Freepik

Cintia Magno

Os hábitos e rotinas impostos pela vida moderna impactam diretamente no modo de vida de cada indivíduo e, como não poderia deixar de ser, também na sua saúde física e mental. Se no Século 18 doenças infecciosas como a varíola eram responsáveis por grandes índices de mortalidade, chegando até a dizimar parte da população, o avanço da medicina e o desenvolvimento das vacinas fizeram com que as doenças que mais preocupam em relação ao risco morte se alterassem ao longo do tempo. Em meio a todas as transformações proporcionadas pelo avanço da tecnologia, mudaram também os hábitos da vida moderna e, consequentemente, as doenças relacionadas a ela.

A vida corrida e preenchida por longas horas de trabalho, o trânsito intenso e o transporte público precário das grandes cidades, a dificuldade de fazer as refeições em casa e no horário correto, o sedentarismo e o estresse não são apenas exemplos da rotina vivenciada por muitas pessoas na atualidade, mas também dizem respeito a hábitos e comportamentos que impactam diretamente na saúde da população. Não é à toa que a sociedade moderna vê crescer a incidência de doenças ligadas aos hábitos de vida, como doenças crônicas e transtornos mentais.

Doenças não transmissíveis – Males que mais afligem o mundo 

Lançado no final de maio deste ano pela Organização Mundial da Saúde (OMS), a edição mais recente do Relatório Estatísticas Mundiais de Saúde 2023 destaca que as doenças não transmissíveis (DNTs) continuam a causar a maior carga de doenças em todo o mundo. Ainda de acordo com o documento, em 2019, uma pessoa com 30 anos de idade teria 17,8% de chance de morrer em decorrência de uma das quatro principais Doenças Não Transmissíveis antes dos 70 anos de idade. “O impacto das DNTs aumentou, passando de 61% das mortes globais em 2000 para causar 74% em 2019, e de causar 47% dos anos de vida ajustados por incapacidade”.

Considerando que, segundo aponta a própria OMS, as doenças não transmissíveis normalmente resultam de uma combinação de fatores genéticos, fisiológicos, ambientais e comportamentais, a saída para o controle e prevenção dessas doenças passa pela redução dos fatores de risco, muitos deles ligados aos hábitos de vida.

“As quatro principais doenças não transmissíveis, ou seja, doenças cardiovasculares, câncer, doenças respiratórias crônicas e diabetes, mataram coletivamente cerca de 33,3 milhões de pessoas em 2019, um aumento de 28% em relação a 2000”. De acordo com as projeções da OMS, o total anual de mortes globais chegará a quase 90 milhões em 2048, sendo que 77 milhões delas serão ocasionadas por doenças não transmissíveis, segundo a organização.

O que as projeções realizadas pela OMS revelam é que, para além de doenças novas como a Covid-19 e o vício em games, males que já são velhos conhecidos da população e da ciência continuam a preocupar, como é o caso da tuberculose, da hipertensão e do diabetes.