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Gerson Nogueira e a Série C: 'A hora de virar a página'

A bola vai rolar no próximo final de semana Foto: Wagner Santana/Diário do Pará
A bola vai rolar no próximo final de semana Foto: Wagner Santana/Diário do Pará

A hora de virar a página

O Campeonato Brasileiro da Série C chega à 10ª rodada e atinge a metade da fase de classificação. É quando começam a se definir os blocos na classificação, acirrando a disputa por um lugar no G8 e o desespero entre os que estão na parte inferior da tabela. PSC e Remo começaram a rodada fora da zona da degola, mas ainda distante da primeira página.

Os jogos desta rodada devem determinar a consolidação no alto da tabela. Amazonas (18 pontos), São Bernardo (16), São José (15), Operário (15) e Náutico (15) são os que mais pontuaram e se destacaram até agora.

É no bloco intermediário que PSC e Remo se situam, aos trancos e barrancos. Apesar da rota em ziguezague, o Papão alcançou o 12º lugar com a vitória sobre o Floresta e tem na próxima terça-feira um compromisso fundamental para suas pretensões, diante do Botafogo-PB.

Com 12 pontos em nove jogos disputados, o PSC tem menos pontos do que o investimento feito permitia sonhar. Perdeu jogos por desorganização tática e dificuldades ofensivas. Não por acaso, é hoje o time com o pior ataque (7) e a defesa mais vazada (14).

Números tão díspares constituem um retrato inquestionável do caos que caracteriza a campanha alviceleste. A vitória, conquistada a duras penas, na última rodada serviu de alento e estímulo para os próximos jogos.

Com a pontuação atual, será necessário somar mais 18 pontos (em 10 rodadas) para obter a classificação. É o limite mínimo de pontuação para quem luta por uma vaga nos quadrangulares.

A reação tem que ser imediata, levando em conta as oscilações normais da competição. Ao PSC restam ainda seis jogos em casa, incluindo o clássico Re-Pa, o que pode alavancar a pretensão de chegar aos 18 pontos necessários para chegar.

Contra o Belo, em viés de baixa, mas em 7º lugar com 14 pontos, caberá a Marquinhos Santos encontrar finalmente a formação ideal. O que tem sido utilizado até o momento é um time pouco confiável, envelhecido em excesso e que sofre muito principalmente quando sai de Belém.

Será uma boa oportunidade para quebrar a escrita negativa nos jogos como visitante. O formato do meio-campo talvez seja o ponto nevrálgico da equipe. Geovani, João Vieira e Juninho não podem ser reservas num setor que tem Artur, Nenê Bonilha e Robinho como titulares. Nem Bruno Alves pode ser suplente de Vinícius Leite. Escolhas que precisam ser revistas.

Um duelo interessante entre os melhores times do país

Botafogo e Palmeiras são os principais destaques da Série A, pela pontuação e também pela regularidade. Campeonato longo e seletivo, o Brasileiro é um torneio diferente dos demais certames nacionais do primeiro mundo do futebol. Hoje eles se confrontam num duelo aguardado por todos.

No Brasil, é possível ver 12 equipes disputando o título máximo, embora nos últimos anos quase ninguém tenha conseguido quebrar a hegemonia de Palmeiras e Flamengo. Quis o destino que 2023 trouxesse a saudável presença do Botafogo entre os protagonistas.

Depois de campanha apenas razoável em 2022, recém-saído da Segunda Divisão, o sistema SAF implantado no clube começou de verdade a funcionar nesta temporada, pelas mãos competentes do técnico Luís Castro.

Abel Ferreira, há três anos colecionando títulos no Palmeiras, é a pedra no caminho de Castro. No contexto atual, somente a encaixada esquadra palmeirense pode fazer frente ao surpreendente e renascido Botafogo.

Bola na Torre

O programa começa às 22h30, com apresentação de Guilherme Guerreiro e participação de Giuseppe Tommaso e deste escriba baionense. Em destaque, os jogos das Séries C e D. A edição é de Lourdes Cezar.

O estranho (e tardio) queixume de Juninho e Djalma

Há um programa na ESPN, remanescente dos tempos de José Trajano e inteiramente voltado para destacar ex-jogadores do São Paulo. O apresentador não esconde a preferência e os convidados fixos são os tricolores Amoroso e Lugano. Nesta sexta-feira, um outro são-paulino marcou presença, Juninho Paulista, que aproveitou para reclamar de não ter sido convocado por Zagallo para a Copa de 1998.

Como já se passou um tempão, a mágoa parece mesmo profunda. Juninho acha que foi injustiçado, dançando da lista final para que o nosso Giovanni Silva de Oliveira fosse convocado. Segundo ele, uma “convocação estranha”. Ora, estranho é estranhar que um craque indiscutível precisasse de uma explicação ou justificativa para ser chamado.

O Messias santista vinha de temporadas fantásticas entre 1995 e 1997, solidificando a imagem de maestro, extremamente técnico e letal nas jogadas junto à área. Outro que pegou carona nos queixumes de Juninho – que nunca foi um craque do nível de Giovanni – foi Djalminha.

O meia disse que nunca entendeu ter sido esquecido por Zagallo, pois vivia um bom momento na Espanha, o que é verdade. Amoroso também aproveitou para dizer que também podia ter sido chamado. Ora, nessa toada, todo mundo parece ter sido injustiçado, e não foi bem assim. É como se Giovanni fosse um jogador menor em relação aos resmungões.

O problema é que o próprio Velho Lobo agiria de maneira, aí sim, esquisita. Convocou Giovanni, escalou fora de posição e o substituiu no intervalo do jogo de estreia na França, como dando uma satisfação a alguém. Na real, a vítima de tudo aquilo foi o craque paraense, disparadamente o melhor camisa 10 brasileiro em atividade na época.