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UFPA anuncia um novo Mercedários

O projeto de restauro do complexo, elaborado pela equipe do Laboratório de Conservação, Restauro e Reabilitação (Lacore), da UFPA. Foto: Celso Rodrigues/ Diário do Pará.
O projeto de restauro do complexo, elaborado pela equipe do Laboratório de Conservação, Restauro e Reabilitação (Lacore), da UFPA. Foto: Celso Rodrigues/ Diário do Pará.

Aline Rodrigues

Um nova galeria de arte da Universidade Federal do Pará (GAU), uma livraria da editora da Universidade, um auditório com 175 lugares e um espaço expositivo vão integrar a estrutura do Polo dos Mercedários da UFPA, que funciona no Convento dos Mercedários, uma edifício histórico da cidade, integrado ao Conjunto Arquitetônico dos Mercedários e à Igreja de Nossa Senhora das Mercês.

As novidades foram anunciadas pelo reitor da UFPA, Emmanuel Zagury Tourinho, durante apresentação do projeto no Polo do Mercedários, na última sexta-feira, 16.

Construído em 1640 para receber os frades Pedro de La Rua e João das Mercês, que vieram da cidade de Quito, com Pedro Teixeira, em 1639, o espaço foi cedido pela Secretária do Patrimônio da União (SPU) para a UFPA em março de 2018, com proposta de ocupá-lo para atividades de ensino pesquisa, extensão e cultura. Hoje já abriga os recém-criados cursos de graduação em Conservação e Restauro e de mestrado em Ciências do Patrimônio Cultural.

“Estamos aqui com um propósito muito mais amplo, que é de abrir uma nova frente de atuação da Universidade Federal do Pará em favor da conservação do nosso patrimônio cultural, em favor da formação de pessoal que possa enfrentar esse grande desafio da nossa cidade e do nosso Estado, de promover a conservação do nosso patrimônio cultural e também de qualificar esse território do centro histórico de Belém com atividades, algumas acadêmicas e algumas culturais”, destacou Tourinho.

A edificação, tombada pelo Conselho de Patrimônio Histórico e Artístico em 1941, foi palco de um dos maiores confrontos durante a Cabanagem, a mais famosa revolta realizada na Amazônia, que se iniciou em 1835, ainda durante o Período Colonial. E a UFPA pretende tornar os Mercedários um polo de valorização e preservação do patrimônio cultural, aliando ensino, pesquisa e extensão.

O espaço já recebeu algumas melhorias. “Além das atividades acadêmicas, científicas, extensionistas e culturais já previstas com a atuação da Faculdade de Conservação e Restauro (Facore) e do Programa de Pós-Graduação em Ciências do Patrimônio (PPGPatri), funcionarão aqui neste polo a galeria de arte, uma livraria da editora da Universidade Federal do Pará vocacionada para essa área de patrimônio cultural, artes visuais, conservação, restauro e fotografia. Será uma livraria para atender essa população que vai circular por aqui com interesse maior nessas áreas”, disse o reitor.

A galeria de arte que funcionará no local será responsável pela reserva técnica da Coleção Amazoniana de Arte, da UFPA, considerada uma das mais importantes do Norte e uma das três coleções indicadas ao Prêmio Emanuel Araújo 2022 da Associação Brasileira de Críticos de Arte, destinado ao reconhecimento de coleções, acervo, conservação e documentação histórica.

O local vai abrigar, ainda, um projeto de ensino da Escola de Música da UFPA e terá também uma sede do Projeto Circular.

“O espaço requer um investimento grande para o restauro, a Universidade já fez investimentos substanciais. Esses dois cursos que funcionam aqui não existiriam se esse espaço não tivesse sido destinado, porque a natureza do projeto requer a presença da gente aqui, no centro histórico, e um espaço suficiente para acomodar todos os laboratórios e atividades. Então, foi uma luta grande para que o espaço fosse destinado à Universidade. Nesse processo insistimos que era muito importante o que estamos fazendo, e que a cidade precisa muito disso”, pontuou o reitor.