A Constelação é uma ferramenta que ajuda a identificar as dificuldades, visualizar possíveis soluções, reorganizar atitudes, comportamentos e práticas e a planejar novas estratégias, tornando o ambiente mais produtivo e auxiliando nas decisões da empresa.
A Constelação Sistêmica Organizacional vem sendo aplicada mundialmente no desenvolvimento de trabalho em equipe, com o propósito de minimizar impedimentos que possam provocar a diminuição da performance, criatividade e desequilíbrio. Ela entrou no vocabulário corporativo e vem se consolidando como um alicerce na implementação de mudanças, tomada de decisão e resolução de conflitos nas organizações.
A A Neuropsicóloga e terapeuta Carmen Sisnando explica que a constelação sistêmica é uma metodologia de consultoria e suporte, desenvolvida pelo filósofo e psicoterapeuta alemão Bert Hellinger, em 1995, com base em sua experiência com sistemas familiares. “Trata-se de uma ferramenta valiosa para investigar e buscar soluções para todo tipo de conflito relacionado ao universo corporativo e profissional”.
Numa empresa, um sistema representa tudo aquilo que se inter-relaciona (pessoas, departamentos e processos, por exemplo) e depende de integração e cooperação de todas as partes para funcionar devidamente. Já uma constelação, desvenda todas as relações presentes nesse sistema, com base em três princípios básicos: hierarquia, pertencimento e equilíbrio.
“Há três leis sistêmicas: Lei do Pertencimento, onde todos tem o direito de pertencer à empresa. Porém, na Constelação Organizacional, pertencer significa uma escola temporária; Lei da Hierarquia, através da qual o funcionário mais novo deverá respeitar o mais velho, ainda que ocupe um cargo superior; a Lei do Equilíbrio entre dar e tomar mostra a importância dos funcionários serem remunerados de forma justa e que os impostos sejam pagos corretamente, para que haja um equilíbrio. Essas leis sistêmicas ocultas atuam diretamente nas empresas, determinando e influenciando em sua saúde, organização e prosperidade”, ensina a terapeuta Carmen Sisnando.
Na prática, o cliente apresentará seus desafios ao constelador, o profissional responsável por conduzir o processo. A partir daí, escolherá pessoas de fora da empresa para representar seus colaboradores, departamentos, produtos ou serviços. Em um primeiro momento, o cliente escolherá um representante para cada elemento envolvido na situação “problema” e os posicionará nos lugares em que cada pessoa acredita que cada uma deve estar. Cada um dos “representantes” descreve como está se sentindo e onde gostaria de estar. Em seguida, os representantes começam a se mover para o lugar onde acham que realmente deveriam estar, para que o sistema na empresa funcione adequadamente e os objetivos esperados sejam atingidos. “Caso o cliente prefira, a representação pode ser feita com bonecos ou objetos, sem o envolvimento de terceiros”, explica.
A Constelação Sistêmica Organizacional permite identificar e solucionar conflitos, e tem inúmeros potenciais de aplicação. Pode contribuir, por exemplo, com o encaminhamento das mais diversas questões pertinentes ao ambiente empresarial, como a resolução de dificuldades financeiras, recrutamento e avaliação de profissionais e desenvolvimento de um sistema de gestão mais equilibrado e adequado ao perfil da companhia, dentre outras possibilidades.
Para a terapeuta, a Constelação Sistêmica Organizacional é benéfica para empresas de todos os portes, sem restrição. Com sucesso, a metodologia também vem sendo amplamente utilizada em empresas familiares. “Aliás, família e empresa são sistemas muito distintos. Para citar apenas uma diferença, na empresa, os colaboradores estabelecem uma relação de pertencimento temporária. Já na família os membros fazem parte desde o nascimento, mesmo que haja conflitos e afastamento”, lembra a terapeuta. “Apesar dos nomes similares, constelações familiares e organizacionais são feitas com abordagens e metodologias distintas. A Constelação Organizacional é um trabalho que se aproxima da consultoria empresarial, diferentemente da Constelação Familiar, que tem uma abordagem mais próxima à terapia”.
Carmen observa que, antes de realizar uma Constelação Organizacional, é importante obter a maior quantidade de informações possível. Além do nome da empresa, o contrato social, localização, como foi feita a capitação financeira inicial, quem foi o seu idealizador, a filosofia inicial da empresa, como os funcionários são tratados, etc. “O objetivo principal da Constelação Organizacional é harmonizar a relação entre os profissionais, identificar e eliminar os problemas, gerando autoconsciência na equipe para melhores resultados”, conclui.