TEXTO: WAL SARGES
A valorização da cultura paraense e de artistas da região é a proposta do selo Mirante Records, que será lançado nesta quarta-feira, 14, com uma festa fechada para convidados, a partir das 19h, no Mirante da TF, em Belém. O lançamento reúne diversos artistas, como Kim Marques e Félix Robatto, além de artistas do brega paraense.
O Mirante Records é uma criação do produtor musical e designer Eric Monteiro, que se inspirou no Mirante da TF, um espaço cultural criado pelo sogro, Verinaldo Melo, para agregar todos os tipos de artistas e pessoas, ideia que o produtor compartilha para o selo. “O princípio foi enxergar uma necessidade de artistas oriundos do interior que são mega talentosos, mas que por falta de oportunidade, não têm visibilidade. A minha família vem do interior de Curuçá, onde o folclore é muito forte e sempre vi muitos mestres de carimbó e repentistas, com uma arte de se admirar. Isso me inspirou, então sempre quis ter algo que me fizesse trabalhar com esses artistas, além de artistas de brega”, explica Eric.
O produtor diz que já atua na área há pelo menos cinco anos, quando criou outro selo, voltado para a música eletrônica underground, chamado TF Traxx. “O Mirante Records veio ainda para dar assistência jurídica e musical para o artista ter mais divulgação do seu trabalho. O mercado é voraz e as pessoas têm de ter mais desenvoltura para se manter nesse ambiente, o que será possível com o selo”, ressalta.
Notícias Relacionadas
CULTURA
Amazônia Jazza Band faz concerto dedicado à música paraense no Theatro da Paz
Composições de Dona Onete, Paulo André e Ruy Barata e Chico Sena, estão no repertório do espetáculo às 20h desta quarta-feira, com ingressos a R$ 2
ELE É O SHOW
Ney Matogrosso, no Rock in Rio, mostra por que é uma das maiores lendas da MPB
Ney Matogrosso embalou o fim da tarde do último dia da edição de 40 anos do Rock in Rio.
Eric diz conhecer bem o mercado fonográfico e que tem conseguido captar novas vozes. “Eu tenho um trabalho vasto de pesquisa e conto com a indicação de conhecidos. Depois de observar o artista, surge o primeiro contato. Após essa primeira escuta, o artista começa a desenvolver o que precisa para fazer seu registro. Embora o meu trabalho seja nas plataformas digitais, com um selo fonográfico a gente desenvolve um trabalho que supra as necessidades do artista e que sejam de competência da gravadora e estúdio fonográfico”, detalha.
SINGLE DE GITO COSTA É PRIMEIRO LANÇAMENTO
O selo já tem frutos: o single “Embalando a Rede”, de Gito Costa, que chegou às plataformas na última sexta-feira, 9. Com inspiração nos mestres da guitarrada, a música fala sobre a experiência do artista em vivenciar a realidade da Amazônia.
“Fiquei muito feliz de ter essa oportunidade de trabalhar com o Gito, que a gente já conseguiu produzir conteúdo e iniciar a gravadora. Ele já tinha música pronta e quando nos deu pra ouvir, fiquei maravilhado porque é muito boa. Logo, fiz todo o trabalho de engenharia com o streaming”, diz o produtor, que ainda não tem outros artistas no selo, mas diz que é por pouco tempo. “Brevemente teremos um catálogo completo.”
Oriundo de Limoeiro do Ajuru, o guitarrista Gito Costa, 36, começou a tocar profissionalmente aos 13 anos. De família de músicos, ele tinha uma banda com o pai e os irmãos, antes de lançar o primeiro trabalho solo. “A inspiração passa pelos mestres da Guitarrada, como o Mestre Aldo Sena, Mestre Vieira e o Mestre Solano, além do nosso brega, que é rico em guitarradas”, conta o artista, que destaca o orgulho por lançar sua música através de um selo com o caráter de fomentar o trabalho dos artistas da região.
