Pará

Empinar pipas é diversão para todos, mas exige cuidados

No Código Penal, a fabricação, venda, comercialização ou uso, por exemplo, será punida com detenção de um a três anos e multa.. Foto: Wagner Almeida / Diário do Pará.
No Código Penal, a fabricação, venda, comercialização ou uso, por exemplo, será punida com detenção de um a três anos e multa.. Foto: Wagner Almeida / Diário do Pará.

Alexandre Nascimento

As festas juninas chegaram e julho, o mês das férias, está bem ali. E com eles, a tradição de empinar pipa veio junto. Embora seja uma brincadeira que anima pessoas de todas as idades, a prática exige cuidados com acidentes, uma vez que oferece riscos de ferimentos com as linhas usadas, geralmente enceradas com vidro, a pedestres, ciclistas e motociclistas, assim como de descargas elétricas fatais quando emaranhadas aos fios em áreas urbanas que contam rede elétrica.

Os riscos existentes por empinar pipa são confirmados pela Equatorial Energia, concessionária responsável pelo abastecimento de energia no Pará. “Realizamos o trabalho de manutenção da rede elétrica e identificamos a existência de itens de pipas, como linhas e plásticos enroscados, que serram a fiação. É nesse contexto que se configura os riscos, porque numa situação dessa a pessoa pode tentar tirar ou desenrolar a linha e sofrer uma descarga”, disse Elizabete Macêdo, técnica em segurança da Equatorial.

Reparos

Além dos riscos de acidentes, a empresa enfatiza que essa situação também implica no comprometimento no abastecimento de energia, uma vez que de janeiro a maio 1801 ocorrências relacionadas a pipa foram registradas. “Esses números atualizados indicam como essas situações reais, que envolvem linhas usadas para empinar pipa rompem cabos de energias, o que resulta em corte de energia e exige trabalho de reparos para o restabelecimento da energia”, completou Elizabete Macêdo.

Diante disso, a Equatorial Energia organizou o “Projeto Pipas” que tem objetivo de conscientizar crianças e jovens sobre os perigos de empinar pipas próximas às redes elétricas, em escolas públicas em todo o estado do Pará. “Nessas visitas enfatizamos todos os riscos existentes, não condenando a brincadeira. Mas, sugerindo que ela possa ser brincada em espaços abertos, livres de rede elétrica e do fluxo de pessoas”, concluiu Elizabete Macêdo.

PARA ENTENDER

FIQUE ATENTO

Lei

Vale lembrar que a Lei nº 9.597, de 20 de maio de 2022, sancionada pelo Governo do Estado, proíbe o uso, a posse, a fabricação e a comercialização de linhas revestidas de cerol ou cortantes. A não aplicação da lei resulta em multa que pode ultrapassar os R$ 4 mil e, aos estabelecimentos que comercializarem o produto, o cancelamento da inscrição estadual.

Orientações

Não solte pipas em canteiros centrais de ruas, avenidas, rodovias ou qualquer lugar onde exista fluxo de veículos; Linhas metálicas não devem ser usadas no lugar da linha comum. Nunca use cerol ou a linha “chilena”, elas são proibidas por lei e causam acidentes; Não utilize papel alumínio na confecção da pipa. É perigoso, pois este material em contato com os fios provoca curtos-circuitos; Caso a pipa enrosque nos fios, é melhor desistir do brinquedo. Tentar recuperá-la representa sério risco, assim como tentar remover a pipa com canos ou bambus; Não solte pipa em tempo nublado, principalmente se estiver com chuva. Ela pode funcionar como para-raios, conduzindo energia; Não é indicado subir nas lajes das casas para empinar pipa, qualquer distração pode causar uma queda; Tenha cuidado com ciclistas e motociclistas, pois as linhas não podem ser vistas e linhas de cerol ou reforçadas podem causar graves acidentes. (Fonte: Equatorial Energia).