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Comprovado! Exercícios físicos previnem sintomas de Alzheimer

Cada pessoa tem sua maneira de prati Foto: Mauro Ângelo/ Diário do Pará.
Cada pessoa tem sua maneira de prati Foto: Mauro Ângelo/ Diário do Pará.

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Pesquisadores das Universidades Federal de São Paulo (Unifesp) e de São Paulo (USP) publicaram um estudo sobre a relação entre exercícios físicos resistidos e a doença de Alzheimer.

Segundo a pesquisa, a prática de exercícios resistidos, como a musculação, pode prevenir ou ao menos atrasar o aparecimento de sintomas dessa doença neurodegenerativa, além de funcionar como uma terapia simples e acessível para pacientes já diagnosticados. Os resultados foram publicados na renomada revista Frontiers in Neuroscience.

Embora idosos e pacientes com demência tenham dificuldades para realizar exercícios aeróbicos de alta intensidade, como corrida, a maioria dos estudos científicos relacionados à doença de Alzheimer têm focado nesse tipo de atividade.

No entanto, a Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda os exercícios resistidos como a melhor opção para a manutenção do equilíbrio, postura e prevenção de quedas. Esse tipo de exercício envolve contrações musculares específicas contra uma resistência externa e é considerado essencial para o aumento da massa muscular, força e densidade óssea, bem como para melhorar a composição corporal geral, capacidade funcional e equilíbrio. Além disso, ajuda a prevenir ou mitigar a sarcopenia, que é a fraqueza muscular decorrente do envelhecimento.

Para investigar os efeitos neuroprotetores desses exercícios, os pesquisadores realizaram experimentos com camundongos transgênicos que possuem uma mutação responsável pelo acúmulo de placas beta-amiloide no cérebro, uma característica típica da doença de Alzheimer.

Os animais foram treinados para subir uma escada com carga progressiva em suas caudas, simulando o que seria feito em equipamentos de musculação. O treinamento durou quatro semanas, e ao final, amostras de sangue foram colhidas para análise dos níveis de corticosterona, um hormônio relacionado ao estresse e ao risco de desenvolver a doença de Alzheimer.

Os resultados mostraram que os camundongos treinados apresentaram níveis de corticosterona normalizados, semelhantes ao grupo-controle composto por animais saudáveis. Além disso, houve uma diminuição na formação de placas beta-amiloide no cérebro dos animais treinados.

Os pesquisadores também avaliaram o comportamento dos camundongos para analisar a ansiedade em campo aberto, e observaram que o exercício resistido reduziu a hiperlocomoção nos animais com o fenótipo relacionado à doença de Alzheimer, equiparando-os ao grupo-controle. Essa redução na agitação é uma característica importante, considerando que alguns pacientes com Alzheimer ou outras demências apresentam esse tipo de comportamento.