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Coletivo Vela Navega lança primeiro álbum

Coletivo surgiu das vivências do músico Victor Nunes com a companheira, filhas e outros familiares. FOTO: DIVULGAÇÃO
Coletivo surgiu das vivências do músico Victor Nunes com a companheira, filhas e outros familiares. FOTO: DIVULGAÇÃO

TEXTO: WAL SARGES

O Coletivo Vela Navega, que trabalha com musicalidade, transformação, educação, pesquisa e produção cultural, lançou nos primeiros minutos desta quinta-feira, 1º, seu primeiro álbum de carreira, intitulado “Eus”, em todas as plataformas digitais. E no próximo dia 25, às 19h, um show marcará este lançamento no Espaço Cultural Coisas de Negro, em Icoaraci, com entrada franca.

Reunindo quatro canções, o trabalho apresenta uma Suíte Amazônica, “uma sucessão de peças ininterruptas”, detalha o idealizador do disco, Victor Nunes. “O álbum ‘Eus’ é sobre a materialização em música, harmonias, dissonâncias, ritmos, sonoridades diversas do nosso contexto amazônico. Ele retrata ainda a minha percepção, meu eu – que de certa forma, se assemelha a tantos outros ‘eus’ de outros indivíduos, com suas transformações pessoais, superações, enfrentamentos às adversidades do dia a dia que nos ensinam. Cada canção é parte da observação da natureza em si e da natureza humana, a Amazônia cantada em temas existenciais”, completa.

Victor conta que sua concepção normalmente se dá a partir da poesia. “Uma paixão que cultivo desde a minha adolescência, quando conheci, de maneira mais técnica, a literatura: o romantismo, o arcadismo, simbolismo, entre outras escolas literárias. Incentivado pelos meus pais, desde a infância estudei música, canto lírico, violão clássico, piano, até minha formação em Licenciatura em Música pela UFPA e, acredito eu, que essas habilidades me deram a peculiaridade da observação, da perspicácia”.

Criação marcada por processos pessoais

O processo deste projeto foi marcado por elementos pessoais, ele conta. “O que mais me marcou foi as inspirações e envolvimento das pessoas que convivem no meu cotidiano na produção do EP: minha esposa e filhas (que gravaram os vocais em três das quatro canções), amigos e mestres. Além disso, este trabalho ter sido fruto de uma pesquisa acadêmica e pessoal. As minhas experiências conhecendo a música brasileira, amazônica, o carimbó, o bumba meu boi do Maranhão, o samba, o rock, blues, as músicas africana e árabe, e ter buscado ao longo de mais de cinco anos, desde a primeira composição, elaborar arranjos que se harmonizassem, mesmo com linguagens de diferentes regiões do mundo, trouxessem a universalidade da arte, uma estética que fosse apreciável”.

Ainda sobre as canções, Victor diz que todas são especiais, mas destaca “Osh My Children”, inspirada na primeira vez que sua filha mais nova, Elena Charlotte, com cerca de dois anos de idade, pediu de maneira espontânea para fazer xixi. “Me fez perceber o desenvolvimento da autonomia de uma criança. ‘Osh My Children’ é uma onomatopeia, é o chiado da palavra xixi, a sonoridade do líquido ao cair sobre a água, mas, também, traduzindo, é a natureza dizendo: Oxi, minha criança”, explica.

Projeto nasceu de edital da Fumbel

O Vela Navega nasceu como uma proposta de projeto contemplado em edital cultural da Fumbel, inicialmente, com o nome de Expedição Sonora. Ele agregaria viagens a municípios, estados e países, de acordo com a viabilidade, no entanto, com o amadurecimento da proposta e muita pesquisa, agregou-se a educação musical, a produção artística e o fomento dos produtos derivados da atuação do coletivo.

Atualmente, Vela Navega é composto em sua base, além de Victor, pela esposa dele, Edlaine Nunes, e as filhas Renée Louise e Elena Charlotte. “A partir de nós, temos uma distribuição de relações que envolvem amigos, familiares e professores que atuam assiduamente conosco: Silvania Nunes (minha mãe), Célia Nunes (minha sogra), Caio Dellano (irmão), Rodrigo Tanner (irmão), Carolina Cortinhas (prima), Mestre Arythanan, Marcos Cardoso (Puff), Rodrigo Ethnos, Andrezza Mota, Talles do Carmo e pessoas que também estiveram envolvidas diretamente com a produção do disco, como Maurício Brito (trombone), Diegho Costa (trompete), Igor Diniz (criação da capa do disco), Kleberson Lucas (sala de estúdio), André Macleuri e Fabrício Nascimento (colaboração na masterização do disco), Marcus Anthilles (fotografia) e Pablo Sanches (artes gráficas)”, detalha o músico.