Matheus Miranda
Nesta noite (26), o torcedor paraense vai conhecer o grande campeão do Parazão de 2023. Clube do Remo e Águia de Marabá realizam o último compromisso da competição estadual desta temporada com projeção de um embate para sair faíscas no gramado do estádio Baenão, em Belém, a partir das 20h. O Leão Azul, mandante, vai para o jogo como o azarão devido ao péssimo momento nas quatro linhas, com cinco derrotas seguidas na bagagem, ausência de um treinador efetivado e o declínio tático-técnico no seu grupo. Além disso, precisa de uma remontada por dois gols de diferença para afastar a fase ruim e garantir o bicampeonato local. Do outro lado, o Azulão marabaense vai imponente para a decisão, embalado por duas vitórias seguidas e a vantagem do empate para erguer o troféu inédito do Campeonato Paraense em sua história. Fatores de emoção, assim, não devem faltar para o desenvolvimento dos 90 minutos do choque entre os oponentes.
Como toda boa final de certame, o duelo desta sexta-feira conta com ingredientes para deixar o confronto ainda maior, especialmente os bastidores conturbados. O principal motivo foi referente à tentativa dos marabaenses em tentar levar a finalíssima para o Mangueirão através de sua diretoria jurídica, alegando ausência de segurança no Evandro Almeida. A atitude chamou a atenção com o fato de o Zinho Oliveira, palco do embate de ida, na semana passada, possuir estruturas similares – mais acanhadas até – às da praça esportiva azul-marinho. Mas, de nada adiantou, e a partida foi confirmada para o estádio remista, dono do mando.
Se não bastasse a bronca que mais uma vez envolveu o Fenômeno Azul, a equipe atravessa o seu pior momento em toda esta temporada. Depois de cinco derrotas na conta, quatro pela Série C do Campeonato Brasileiro e uma recente pelo Estadual, a equipe convive com pressão e protestos diariamente pelo seu torcedor. Dessa maneira, com a redenção para um lado e a consagração para o outro, o caminho para a volta olímpica para uma das duas agremiações será perfeita para o torcedor adentrar no final de semana com todo o gás.
FICHA DO JOGO
- Remo: Vinicius; Lucas Mendes, Ícaro, Diego Guerra e Leonan; Anderson Uchôa, Pablo Roberto, Soares e Jean Silva; Muriqui e Pedro Vitor. Técnico: Fábio Cortez (interino).
- Águia: Axel; Bruno Limão, David Cruz, Betão e Evandro; Patrick, Danilo, Castro e Wander; Luam Parede e Alan Maia. Técnico: Mathaus Sodré.
- Local: Baenão. Horário: 20h. Árbitro: Bruno Arleu de Araújo (FIFA-RJ). Assistentes: Alessandro Álvaro Rocha de Matos (FIFA-BA) e Márcia Bezerra Lopes Caetano (RO). Transmissão: TV Cultura, Rádio Clube do Pará e Dol (lance a lance).
Motivação para virar o jogo e ser campeão
De melhor campanha do Parazão desta temporada e dono do atual título da competição estadual para status de azarão para a decisão de 2023 mesmo em seus domínios. O Clube do Remo entra no gramado do Evandro Almeida diante do Águia de Marabá nesta noite com diversos problemas extracampo, fatores que foram abordados pelas lideranças da equipe às vésperas do embate que vai consagrar o campeão deste ano. Um dos tópicos é o de que o elenco supostamente estaria rachado em virtude da valorização de alguns atletas em detrimentos de outros, o que ocasionou com o declínio coletivo.
O centroavante Muriqui, um dos pouquíssimos que segue com o moral em alta pela torcida e artilheiro azulino, tratou de explicar o burburinho. “Mentira. Eu tomei conhecimento dessa situação por alguns atletas, que parece que tem um rapaz que publicou isso. Quando as pessoas não têm nada para falar, acabam plantando situações que podem atrapalhar em campo. A minha família e a família do Richard Franco se dão muito bem e estão sempre juntas. Não há nenhum problema entre nós do grupo. O problema é que não temos resultado, quando o resultado não aparece, aparecem essas coisas. Garanto que se tivéssemos com uma sequência de resultados positivos como antes, não tinha nada o que falar. As pessoas precisam de um pouco mais de responsabilidade no que vão falar, porque são formadores de opinião. Posso reiterar ao torcedor que não há nenhum tipo de problema entre a gente. A gente se respeita, se gosta, o problema é que o resultado não está vindo”, detalhou.
No anseio de driblar todo o tipo de adversidade, dentro e fora de campo, Muriqui reitera o foco para encerrar de vez a zica. “A gente está motivado, é uma final em casa, a gente sabe da força que temos em casa. Vai ser um jogo difícil pelo resultado que tivemos fora, mas temos condições de reverter por se tratar de uma final em casa. Nosso objetivo é conseguir essa vitória para afastar de vez essa maré ruim que estamos passando, cinco derrotas em sequência. A gente está confiante que vamos fazer um grande jogo e mudar essa sequência e se Deus quiser ser campeão”, almeja.
Expectativa nas alturas para fazer história
O Águia de Marabá está a 90 minutos de atingir a sua primeira consagração em 41 anos de fundação, que é a conquista do título da elite do Campeonato Paraense. Em alta, com a equipe cada vez mais sólida no gramado, a fase do Azulão é de total contraste a do adversário, que vive um verdadeiro inferno astral e que vai para o confronto para o tudo ou nada todo quebrado para este embate. O contraste positivo do Águia ainda conta com um ponto extra favorável para fazer história no Pará, que é a possibilidade de garantir a volta olímpica no quintal adversário com um simples empate, visto o agregado de um gol no saldo em virtude da vitória no jogo de ida no Zinho Oliveira.
A expectativa para o sucesso é tão grande que a diretoria da equipe vai instalar um telão na praça principal de Marabá para os torcedores acompanharem a caminhada do time na direção da taça. Ciente da comoção e do clima, o treinador Mathaus Sodré garante novo jogo de estratégia, entrega e efetividade.
A tendência, assim, é que a mesma onzena que efetuou um embate competitivo em seus domínios. O comandante destaca: “A expectativa é grande, só faltam 90 minutos para a gente conseguir o tão sonhado título. Mas sabemos da dificuldade em enfrentar a excelente equipe do Remo. Temos que estar atentos para não deixar acabar tudo em um final de temporada”, destaca o treinador marabaense.