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Instituto Cultural Vale investirá R$ 30 milhões a partir de edital com inscrições abertas

A Big Band Carajazz Marabá é atração do "Orquestra Vai à Praça", um dos projetos patrocinados pelo Instituto Cultural Vale FOTO: BILL WAISHINGTON/DIVULGAÇÃO
A Big Band Carajazz Marabá é atração do "Orquestra Vai à Praça", um dos projetos patrocinados pelo Instituto Cultural Vale FOTO: BILL WAISHINGTON/DIVULGAÇÃO

TEXTO: WAL SARGES

Projetos culturais ligados às áreas de museus e centros culturais, patrimônio imaterial, música, dança, festividades e circulação de produção artística podem buscar patrocínio do Instituto Cultural Vale, a partir do edital de chamada para o ano de 2023, que está com inscrições abertas até 16 de junho. Este é o quarto edital nacional lançado pelo Instituto, com o objetivo de fomentar a cultura, fortalecer a economia criativa, valorizar as diversas expressões artísticas e democratizar o acesso à produção cultural brasileira.

Realizados com recursos da Lei Federal de Incentivo à Cultura – Lei Rouanet (artigo 18), os aportes dos patrocínios selecionados na Chamada Instituto Cultural Vale 2023 serão executados ainda neste ano. Ao todo, serão destinados R$ 30 milhões, divididos em três faixas de valor – projetos até R$ 400 mil, até R$ 800 mil e até R$ 1,6 milhão. As inscrições podem ser feitas no site do Instituto, onde está disponível o regulamento do edital.

Mais de 600 projetos culturais em 24 estados brasileiros e no Distrito Federal foram patrocinados pelo Instituto Cultural Vale, desde a sua criação, em 2020. Desses, 173 projetos foram selecionados por meio de três “chamadas culturais” públicas – em 2020, 2021 e 2022 – e receberam investimentos de R$ 75 milhões em recursos da Lei Federal de Incentivo à Cultura.

O projeto “Orquestra Vai à Praça”, que promove concertos com a Big Band Carajazz Marabá Orquestra Popular, esteve entre os selecionados pela Chamada Instituto Cultural Vale 2022. Com o patrocínio do Instituto Cultural Vale, os concertos serão ao ar livre, com apresentações nos estados do Pará (Marabá e Parauapebas) e Maranhão (São Pedro da Água Branca e Açailândia).

“Somos uma produtora nascida em Marabá e ter a possibilidade de propor e fazer a gestão de projetos culturais e contar com o patrocínio, a partir da seleção de um edital nacional é motivo de muito orgulho, de muita satisfação. Eu acredito que isso tem significativa relevância, principalmente em um contexto de descentralização de patrocínios no Brasil e do acesso aos mecanismos, como as leis de incentivo”, diz Jackson Gouveia, fundador da produtora cultural TheRoque Produções, responsável pela idealização e gestão do “Orquestra Vai à Praça”.

 

Imagem da artista Larissa Ye’padiho Duarte, selecionada no edital do Ocupa CCVM em 2022. FOTO: DIVULGAÇÃO

Também ligado ao Instituto, Centro Cultura Vale Maranhão seleciona projetos de ocupação

Com o olhar voltado para a Amazônia e sua produção artística, o Centro Cultural Vale Maranhão-CCVM lançou o edital “Ocupa CCVM”, destinado a artistas naturais ou residentes dos estados pertencentes à Amazônia Legal (Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins) que desejem integrar a programação do espaço com propostas de projetos e obras.

Em sua sexta edição, com o tema “Amazônia em Foco”, serão priorizadas na seleção propostas que utilizem a fotografia e o audiovisual em sua amplitude. A escolha pelo tema se deu pela percepção da importância histórica das duas linguagens artísticas na luta pela proteção do bioma.

“O Ocupa CCVM se dirige aos produtores e artistas da Amazônia Legal, entendendo que grande parte das respostas que necessitamos para uma mudança em diversas ordens – social, econômica, estética, narrativa – podem ser pensadas a partir da proximidade do que Eliane Brum chama de ‘o Novo Centro do Mundo’, ou seja, a complexidade de tudo o que a Amazônia representa. Para os artistas, o edital proporciona espaço de fala e experimentação”, destaca o diretor do CCVM, Gabriel Gutierrez.

Segundo o diretor, o edital foi desenhado a partir do mapeamento das linguagens com as quais os artistas da Amazônia Legal estão produzindo. “A fotografia e o audiovisual, em intersecção com as outras linguagens artísticas, têm sido muito bem explorados pela produção amazônica, de forma experimental, nova e descentrada. O edital é, assim, uma forma de dar impulso e subsídios para que a criação na região se aprofunde”, explica.

Os eixos são a fotografia e o audiovisual em seus atravessamentos com as outras linguagens artísticas. “Isso possibilita pensar e desenvolver as diversas linguagens que se relacionam. Pela própria abrangência da fotografia e audiovisual, a interseção com outros campos de produção é possível. Um exemplo é a dança, que tem empurrado seus limites e vem dialogando com a imagem, em experimentações digitais de alta ou baixa tecnologia”, completa Gabriel Gutierrez.

Ele destaca, em especial, a preocupação do CCVM e do Instituto Cultural Vale – ao qual o equipamento é vinculado – em abrir campos para o pensamento sobre a Amazônia. “Estamos em um momento histórico de virada e percepção de que todos aqueles que travam um diálogo sobre novas possibilidades a partir do bioma amazônico. Sua cultura, gestos, economia, formas de existir, possuem possibilidade de indicar novos caminhos”, considera.

Oportunidades

  • Edital do Instituto Cultural Vale – Chamada 2023

Quando: Inscrição de propostas devem ser feitas até as 23h59 de 16 de junho de 2023

Onde: institutoculturalvale.org (Edital e regulamentos estão também disponíveis no site)

Quanto: gratuito

  • Edital “Ocupa CCVM”

Quando: Até 3 de junho de 2023

Onde: www.ccv-ma.org.br

Informações: [email protected]

Quanto: Gratuito