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Gerson Nogueira: Leão goleia e vai à decisão

Foto-Wagner Santana/Diário do Pará.
Foto-Wagner Santana/Diário do Pará.

Leão goleia e vai à decisão

O Remo se impôs desde os primeiros minutos. Pode-se dizer que não deu sopa para o azar. Entrou determinado a vencer, começou a construir o triunfo logo no primeiro tempo e sacramentou o resultado no segundo tempo. A goleada de 4 a 0 foi um reflexo desse empenho coletivo. Aliás, quando o conjunto está afinado, as individualidades normalmente aparecem. Foi exatamente o que ocorreu.

Pablo Roberto, Muriqui e Jean Silva fizeram uma partida exuberante, praticamente sem erros. Os três fizeram gols e Muriqui ainda deu duas assistências para gols, de Jean e Richard Franco. Pablo deu o passe para o gol de abertura, de Muriqui. Aliás, a jogada que foi toda brilhante, com pelo menos quatro dribles aplicados pelo camisa 8.

Os gols do primeiro tempo, de Muriqui e Jean Silva, deram tranquilidade ao Remo para empregar a estratégia que mais lhe interessava. Escalado no 4-4-2, tomou conta do meio-campo e passou a ditar o ritmo. Quando recuperava a bola, buscava a aceleração, o que desconcertou o setor defensivo do Cametá.

Houve um único momento perigoso do time de Rogerinho Gameleira, ainda no começo, quando Pilar aproveitou uma sobra dentro da área do Remo. Ele bateu de chapa, mas Vinícius fez grande intervenção.

Além dos gols, o Remo finalizou bem com Pablo Roberto e Richard Franco, que cabeceou uma bola na trave de Pedro Henrique. A primeira parte terminou com absoluto domínio azulino, sem sofrer desgaste ou riscos maiores.

Veio a etapa final e o Remo não se desconcentrou. Manteve a pegada e, logo aos 6 minutos, chegou ao terceiro gol. Jogada inspirada de Muriqui, que foi à linha de fundo e cruzou para Richard Franco finalizar.

Mesmo com 3 a 0 no placar, o time seguiu intenso, pressionando a saída de bola do Cametá. Pablo foi lançado entre os zagueiros, mas perdeu o tempo da bola. O quarto gol não custou a sair. Aos 18’, Pablo Roberto se aproveitou de um erro da zaga, invadiu a área para fintar o goleiro e tocar para as redes.

Depois disso, com várias mudanças no time (Álvaro, Paulinho Curuá, Fabinho e Ronald entraram), o Remo seguiu perseguindo o quinto gol, mas a qualidade diminuiu. Foi nesse momento que o Cametá voltou a ir à frente. Pilar acertou um chute cruzado, fazendo Vinícius desviar para escanteio. Depois, Osvaldir chegou com perigo, mas o chute foi abafado pelo goleiro.

Uma atuação praticamente sem erros por parte do Remo, com o adendo de que o time vinha de uma derrota traumática para o Corinthians em São Paulo. Mostrou capacidade reativa, organização e extrema seriedade.

 

Brilhante, Águia chega à final e causa estragos na Curuzu

Com a vantagem de um gol na semifinal (venceu por 1 a 0, em Marabá), o PSC conseguiu ampliar essa vantagem com o gol de Mário Sérgio, aos 31 minutos, aproveitando rebote do goleiro Axel Lopes. Nada parecia indicar que o time corria riscos, mesmo com uma atuação burocrática até ali. O Águia buscava o ataque, chegou duas vezes, com Alan Maia e Wander, mas não levou perigo.

Surpreendentemente, depois do gol bicolor, o Águia mudou de postura. Deixou de lado o jogo de passes excessivos e improdutivos, partindo para ações mais verticalizadas. Foi assim que, aos 45’, igualou o marcador. O lateral Evandro entrou na área e deu um passe perfeito para Luan Parede desviar para as redes.

Para a segunda etapa, Márcio Fernandes trocou Fernando Gabriel e Ricardinho por Kelvi e Luis Phelipe. O atacante até se movimentou bem quando foi acionado. Kelvi, porém, acabaria marcado pela desastrada tentativa de desarme dentro da área, aos 28 minutos. Ao invés de tirar a bola, atropelou o atacante Wander.

David Cruz se apresentou para a cobrança e a bola caprichosamente bateu na trave e entrou. O Papão entrou em parafuso e o Águia se agigantou a partir daí. A equipe marabaense teve duas boas chances de matar a disputa ainda nos 90 minutos, em chutes de Wendel e Evandro.

A partida tomou um rumo inesperado. Na cobrança de pênaltis era visível o desconforto dos bicolores. O Águia foi para a decisão e cravou 4 a 2. A vitória lembrou bastante a semifinal da Copa Verde, quando o PSC virou sobre o Remo no tempo normal e levou nas penalidades, por 4 a 2.

Em função do resultado, que garantiu ao Águia a terceira participação em finais do Parazão (as outras ocorreram em 2008 e 2010), a crise se abateu sobre o PSC.

A torcida se revoltou com o vexame e Márcio Fernandes foi demitido ainda no sábado à noite. Marquinhos Santos, que já trabalhou no clube, é o mais cotado para assumir o cargo.

Jogo emocionante na Liga Inglesa é quase redundância

Não há nada comparável hoje no futebol mundial ao encanto da Premier League. Sentimento que vem dos jogos sempre emocionantes, mesmo quando envolvem equipes mais fracas. Ontem, o Liverpool começou amassando o Tottenham fazendo 3 a 0 de cara. Uma pressão avassaladora dos Reds, com atuações brilhantes de Salah e Alexander-Arnold.

O Tottenham não se amofinou e foi fazendo seus gols até empatar, com Richarlyson, já nos acréscimos. O gol calou a torcida do Liverpool em Anfield. Tudo parecia sacramentado. Ocorre que no futebol inglês aquela velha máxima é fato: o jogo só acaba mesmo quando termina.

Na saída de bola, o Liverpool ganhou um presente do brasileiro Lucas Moura. Ele recuou mal uma bola em direção à área e lançou Diogo Jota, que aproveitou para desempatar a partida. Um final eletrizante, fiel ao início da partida.

Quando os jogadores deixavam o campo, veio o gesto que diferencia os grandes dos medianos. Harry Kane, ídolo do Tottenham, foi buscar o cabisbaixo Lucas, consolou e saiu abraçado com ele, como a protegê-lo. O futebol, em muitos momentos, pode ser um retrato da vida, no bom sentido.