O Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade (Ideflor-Bio) mantém, durante o final de semana prolongado devido ao feriado do Dia do Trabalhador – 1º de Maio, o bloqueio da faixa de areia da Praia do Atalaia, em Salinópolis, nordeste paraense, às proximidades da Unidade de Conservação (UC) Monumento Natural do Atalaia. A operação conta com o apoio dos órgãos de segurança pública e de representantes da sociedade.
A medida visa garantir a proteção de cinco espécies de tartarugas marinhas – Caretta caretta (tartaruga-cabeçuda), Lepidochelys olivacea (tartaruga-oliva), Chelonia mydas (tartaruga-verde), Eretmochelys imbricata (tartaruga-de-pente) e Dermochelys coriacea (tartaruga-de-couro) – que utilizam a região para desova e, posteriormente, a eclosão dos ovos.
A passagem de pedestres em direção às barracas que comercializam alimentos e bebidas nessa área permanece autorizada. O mesmo vale para quem pratica surf, kitesurf e parapente. Desde o feriado de Carnaval, a interdição tem possibilitado uma nova experiência de turismo para quem visita a praia, sem a presença de carros e motocicletas.
O presidente do Ideflor-Bio, Nilson Pinto, destacou que a região interditada faz parte da Zona de Amortecimento do Monumento Natural do Atalaia, uma das 27 UCs gerenciadas pelo Instituto. O Monumento é uma UC de Proteção Integral, criada para preservar os ecossistemas de manguezais, restingas e dunas do Atalaia.
“O local é um dos últimos preservados nessa área, e que abriga diversas espécies de animais, entre mamíferos e uma rica avifauna residente e migratória, com atenção especial aos períodos de reprodução das tartarugas marinhas que sobem à Praia do Atalaia, no período noturno, para depositar seus ovos. Portanto, é dever de todos preservar esse paraíso natural em território paraense”, afirmou o presidente.
Atualmente, o Monumento Natural do Atalaia abriga 122 ovos de tartarugas marinhas, identificados no último dia 22 de abril por biólogos e pesquisadores do Projeto de Monitoramento de Desovas de Tartarugas Marinhas (PMDTM). Para garantir o crescimento seguro dos quelônios, o material foi transferido para um berçário previamente preparado na UC, com o objetivo de prevenir a destruição por pisoteio, esmagamento de veículos e pelas marés.
A operação conjunta do Ideflor-Bio prossegue no 3º atalho da Praia do Atalaia até a próxima segunda-feira (1º), com o apoio da Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social (Segup), Departamento de Trânsito do Estado do Pará (Detran), Corpo de Bombeiros Militar (CBM) e Polícia Militar do Pará (PMPA). Voluntários do Conselho Gestor do Monumento Natural do Atalaia e do Projeto Suruanã também participam da ação.