ACUMULADOR, EU?

Temos visto muitas matérias sobre pessoas que sofrem com acúmulo, e cada vez cresce mais o número de pessoas com os sintomas de acumulação compulsiva. Acabamos tendo muito mais do que nos cabe e que precisamos para viver. Roupas, calçados, papelada, louças, brinquedos, dentre outros. Precisamos identificar quando deixamos de perceber que passamos do ponto. Um amontoado de bens inúteis que se instalam nos espaços de uma casa, impossibilitando até o trânsito dos moradores, será que não compromete a qualidade de vida?

Certa vez fui procurada por uma pessoa com uma idade avançada, ela passou boa parte da sua vida colecionando memórias  afetivas (fisicamente) cada objeto tinha uma história, um enredo muito bem elaborado, contado a mim com riquezas de detalhes. Para aquela pessoa nada era em vão, tudo fazia sentido, porém ela sentia-se sem espaço e com a idade avançada o uso de andador precisava de mobilidade doméstica. Senti uma dor tão grande em ter que ajudá-la a se libertar de suas memórias.

Para muitas pessoas o acervo é a prova daquela memória que mantém a pessoa viva, e se tirar um pote ela sente um vazio enorme. Confesso que trabalhar com acumuladores disfarçados de memórias não é uma tarefa fácil.

Existem pessoas que tiveram uma infância muito restrita de bens materiais e que acham que podem voltar a precisar daquele objeto e não ter recursos para adquiri-los novamente.

Principais Sintomas

No caso do transtorno de acumulação, vários dos sintomas seguintes estão presentes:

  • Comprar vários objetos que não são necessários;
  • Dificuldade de se desapegar dos objetos independentemente do valor real deles;
  • Só a ideia de descartar os objetos causa grande sofrimento;
  • Criação de desordem ao ponto de certos cômodos da residência ficarem inutilizáveis;
  • Indecisão, perfeccionismo, procrastinação, problemas de planejamento e organização;
  • Não querer desperdiçar nada, justificando que haverá um momento propício para o uso.

A aquisição excessiva e a recusa de descarte:

  • Pilhas e pilhas desorganizadas de objetos, como: roupas, papelada e livros;
  • Cria-se um ambiente insalubre;
  • Sofrimento significativo da pessoa com o transtorno e dos demais ao redor;
  • Conflitos com outros que tentam organizar, descartar ou remover a desordem da casa;
  • Perda de documentos importantes em meio à bagunça.

Referências www.mayoclinic.org