No Dia Nacional de Prevenção à Hipertensão Arterial, lembrado nesta quarta-feira (26), a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), por meio da Coordenação Estadual de Controle de Doenças Crônicas Não Transmissíveis, orienta a população paraense a procurar as Unidades Básicas de Saúde a fim de verificar a pressão arterial. A Sespa enfatiza que é possível haver alteração na pressão arterial sem que a pessoa sinta um mínimo de mal-estar.
A hipertensão é uma doença crônica não transmissível, podendo apresentar sintomas ou ser silenciosa. As manifestações mais clássicas que indicam alterações na pressão arterial são tonturas, falta de ar, dor na nuca, dor de cabeça frequente, palpitações, náuseas, cansaço repentino e visão turva.
Alguns fatores de risco, como o hábito de fumar, peso elevado, sedentarismo, alimentação inadequada e histórico familiar aumentam as chances do surgimento da doença. A Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) já atestou que mais de 30% da população brasileira apresenta a doença.
Além disso, a mais recente diretriz da SBC, editada em novembro de 2020, aponta para os novos valores de referência para a detecção da doença: nas medições feitas pelo paciente em sua residência, passou-se a considerar hipertensão arterial quando a pressão está igual ou maior que 130 milímetros de mercúrio (mmHg) por 80 mmHg. Para as medições em consultório, os valores de referência para hipertensão continuam sendo de 140 mmHg x 90 mmHg.
A coordenadora do Programa de Controle de Doenças Crônicas Não Transmissíveis da Sespa, Silvia Corrêa, orienta que a população procure as Unidades de Saúde, que ofertam os serviços de diagnóstico, tratamento e monitoramento dos hipertensos, que são cadastrados no Sistema de Informação do SUS, garantindo dessa maneira a continuidade do cuidado.
O acompanhamento desses usuários é feito para controle da doença com a utilização de medicamentos, se necessário, que poderão ser adquiridos gratuitamente nas farmácias credenciadas no Programa Farmácia Popular mediante prescrição médica.
Esses cuidados garantem também uma melhor qualidade de vida aos usuários, reduzindo os fatores de riscos e a morbi-mortalidade por essas doenças e suas complicações, priorizando a promoção de hábitos saudáveis de vida.
“As Unidades Básicas de Saúde (UBS) espalhadas pelo Pará oferecem linha de cuidado da hipertensão e nós, da Sespa, capacitamos os médicos, enfermeiros e executores dos serviços de saúde municipais, estaduais e filantrópicos”, explica Silvia Corrêa.
Segundo dados do Ministério da Saúde (MS), 3.007 mil pessoas no Pará foram internadas com hipertensão em 2022. Já neste ano, até o mês de fevereiro, houve 394 internações por conta da doença. Ainda segundo o Sistema de Informação da Atenção Básica (SISAB), havia 894.382 pessoas hipertensas identificadas na Atenção Primária no Pará, em dados atualizados até dezembro de 2022. Ou seja: são indivíduos que em algum momento iniciaram tratamento nas UBS em atividade nos 144 municípios paraenses.
As estatísticas do MS também estimam que cerca de 40% dos que já procuraram o programa não continuam o tratamento, o que pode comprometer a prevenção contra agravos piores, como a falência dos rins, que leva à máquina da hemodiálise, ao entupimento de artérias, Acidente Vascular Cerebral (AVC) e infarto.
Para casos mais complexos e agravos decorrentes da hipertensão fora de controle, as Unidades Básicas de Saúde poderão encaminhar pacientes para clínicas e hospitais públicos que possuem Cardiologia entre as especialidades oferecidas, como a Policlínica Metropolitana; o Hospital de Clínicas Gaspar Vianna, em Belém – que é referência em Cardiologia para todo o Estado; Hospital Regional Dr. Abelardo Santos; Hospital Galileu e Hospital Jean Bitar, em Belém. Além desses hospitais, o Centro Integrado de Inclusão de Reabilitação (CIIR) possui a especialidade para crianças.