Pará

Tá calor? Acredite, ainda vai piorar! Veja o que diz a meteorologia

O meteorologista aponta que, em anos de atuação do El Niño, o normal é que as temperaturas máximas fiquem em 2°C a até 3°C acima do normal, dependendo da intensidade do fenômeno. Foto-Wagner Santana/Diário do Pará.
O meteorologista aponta que, em anos de atuação do El Niño, o normal é que as temperaturas máximas fiquem em 2°C a até 3°C acima do normal, dependendo da intensidade do fenômeno. Foto-Wagner Santana/Diário do Pará.

Diego Monteiro

Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia no Pará (Inmet/PA), os próximos dias serão marcados por temperaturas elevadas em todo o Estado. Apesar da ocorrência de chuvas, as águas deverão se concentrar mais no período da tarde, com pouca duração.

A principal justificativa para o calor intenso está na ausência de nuvens, favorecendo a entrada dos raios solares sem barreira. “Até a próxima quarta-feira as altas temperaturas poderão até incomodar pela parte da manhã e pedaço da tarde. Em determinados momentos, as chuvas podem cair, mas sem muita intensidade. Já a partir desse dia, até domingo, o calor pode dar uma leve diminuída e as chuvas chegarão em forma de pancadas quase sempre no início da noite”, pontuou o meteorologista do Inmet/PA, José Raimundo.

Entre as principais regiões com maior incidência de calor listadas por José Raimundo estão: Conceição do Araguaia e São Félix do Xingu, além de outros municípios do sul do Pará, que podem chegar a temperaturas superiores a 35 graus. Já em Belém e Região Metropolitana, os termômetros marcam mínimas de 22,5 e máximas de 35 graus.

CHUVA

De acordo com o meteorologista, entre os dias 1º a 24 de abril, a capital paraense já registrou um volume de 268 milímetros de chuva, o que representa cerca de 58% do previsto para todo este mês, que é de 465,5 milímetros.

Devido aos dias ensolarados na região, o especialista acredita que a quantidade que cairá na cidade seja menor do que o projetado para esses 30 dias. “No modo geral, todos precisam estar preparados para se proteger do calor, pois teremos fenômenos naturais que começarão a reduzir as chuvas, favorecendo muitos dias com máximas. Este ano, por exemplo, será considerado um dos mais quentes já registrados, com elevação de 1 grau na temperatura do que já estamos acostumados”, concluiu José Raimundo.

Com melhora nas vendas, ambulantes se aliam ao sol

Muitas pessoas sofrem com desconforto e sensação de abafamento, mas para alguns comerciantes, a elevação térmica é vista como uma oportunidade de negócio, já que as vendas de água, refrigerante, picolé e geladinhos aumentaram significativamente nos últimos dias, com crescimento que chega a 50% em comparação aos três primeiros meses.

Para Filipe da Silva Cavalcante, 33, o calor passa a ser um aliado. “Começo o meu trabalho cedo e largo quando o sol começa a se pôr. Durante todo esse tempo dá para tirar um dinheirinho interessante, pois a demanda por esses produtos se torna mais atraente e rentável”, afirmou.

“O inverno amazônico sempre é um dos piores períodos para ganhar dinheiro para quem trabalha na rua vendendo esses produtos, pois é quando a chuva passa a ser mais presente, dando lugar a climas mais frios. Porém, com o verão batendo na porta, costumo dizer que o movimento já está ficando grande, o que certamente deixa todos nós bem satisfeitos.”

Já Argemiro Melo, 52, diz que é preciso ter estratégias para driblar os meses mais ociosos. “Quando o sol dá o ar da graça, invisto em bebidas em geral, então trago o isopor aqui para a avenida Rômulo Maiorana e consigo vender bastante. Quando a temperatura cai, então tenho um outro nicho que é de biscoitos, que são os favoritos nesse período. Tudo isso para manter o dinheiro entrando”, contou o autônomo.

A autônoma Adenir da Costa Baía, 72, já perdeu as contas de quantos cocos passou a vender desde o último final de semana. “Quando eu chego em casa os meus braços estão cansados, pois não é fácil. Mas é gratificante o fato de saber que conseguimos tirar um dinheiro extra”, afirmou.

A autônoma Adenir da Costa Baía, 72, já perdeu as contas de quantos cocos passou a vender desde o último final de semana. Foto-Wagner Santana/Diário do Pará.