Biólogos e pesquisadores do Projeto de Monitoramento de Desovas de Tartarugas Marinhas (PMDTM) identificaram, na madrugada de sábado (22), um novo ninho com 122 ovos na Praia do Atalaia, em Salinópolis. O local da desova fica localizado na área bloqueada pelo Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade (Ideflor-Bio), com o apoio dos órgãos de segurança pública.
Para garantir o crescimento seguro dos quelônios, os ovos foram transferidos para um berçário previamente preparado, nas adjacências da Unidade de Conservação (UC) Monumento Natural do Atalaia. A medida visa prevenir a destruição por pisoteio, esmagamento de veículos e pelos efeitos da maré.
Segundo especialistas, é no período noturno que cinco espécies de tartarugas marinhas – Caretta caretta (tartaruga-cabeçuda), Lepidochelys olivacea (tartaruga-oliva), Chelonia mydas (tartaruga-verde), Eretmochelys imbricata (tartaruga-de-pente) e Dermochelys coriacea (tartaruga-de-couro) – sobem à praia para depositar seus ovos. Também é durante à noite e ao amanhecer que os filhotes saem dos ninhos em direção ao mar.
Atualmente, a Mineral Engenharia e Meio Ambiente executa o PMDTM, que monitora áreas de desova desses animais no litoral paraense. O projeto é uma medida de mitigação exigida pelo licenciamento ambiental federal, conduzido pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA).
A bióloga e pesquisadora Josie Barbosa detalha como se deu a operação de transferência dos ovos e o passo a passo até a eclosão. “O período de incubação dura em média 45 a 60 dias, dependendo da temperatura. Quanto mais quente, menor o período de incubação. Desta vez, não foi possível identificar a espécie da tartaruga, pois quando chegamos no local, a fêmea já havia retornado ao mar”, detalhou a especialista.