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Em busca de um milagre, Paysandu promete fazer o melhor possível contra o Fluminense

Tylon Maués

Passado o primeiro jogo das semifinais do Campeonato Paraense, o confronto com o Águia, ontem (22), em Marabá, o Paysandu volta todas as atenções ao duelo contra o Fluminense-RJ. Nesta terça-feira à noite, no Mangueirão, o Papão recebe o tricolor carioca no jogo de volta pela terceira fase da Copa do Brasil. Na ida, no Rio de Janeiro, o time da casa venceu por 3 a 0, o que obriga a equipe bicolor a devolver a mesma diferença de gols para levar a decisão para as penalidades. Só avança direto se vencer por quatro ou mais gols. Ao Fluzão basta o empate, podendo perder por até dois gols.

A missão alviazul é inglória. Os comandantes de Fernando Diniz têm, atualmente, o futebol mais vistoso do Brasil e, nos últimos tempos, com muita objetividade. A disparidade técnica a favor do tricolor é enorme, ainda mais com o técnico local mais cotado para assumir a seleção brasileira.

Entre os bicolores, há a certeza que as dificuldades são enormes, mas a convicção que é preciso fazer um bom papel em casa, diante de um Mangueirão que deve estar lotado. “Sabemos que vai ser um jogo duro, difícil. O Fluminense vem jogando o principal futebol do país, um futebol diferente, da maneira que o Diniz gosta, com posse de bola e envolver o adversário. Não é fácil jogar contra eles”, comentou o experiente meia Ricardinho, destacando a necessidade de manter uma pegada forte diante de sua torcida.

“É um jogo de Copa do Brasil, onde todos querem estar participando, desempenhando seu melhor. Nós como um grande clube, devemos também fazer o melhor, sair na frente do placar e ganhar cada vez mais confiança. Precisamos buscar e acreditar, podemos surpreender e até buscar uma classificação”.

O zagueiro Genilson repete os elogios ao adversário, mas defende a necessidade de o Paysandu tentar fazer seu futebol. “Respeitamos o Fluminense como deveríamos. É um time grande e joga o melhor futebol do Brasil. Nosso principal erro foi deixar o time deles jogar e não revidar. Fomos com uma proposta de jogo que não aconteceu”. O meia João Vieira é de opinião semelhante, com o Papão tendo que fazer seu papel, independente do adversário. “Temos que fazer o nosso jogo. Sabemos da dificuldade em reverter, mas vamos acreditar até o fim. Esse tem sido o lema do Paysandu desde que cheguei aqui e levo comigo essa frase e essa motivação de acreditar”, diz.

VITRINE – O encontro com o Fluminense também é uma oportunidade como poucas para que um time da Série C tenha uma visibilidade para todo o Brasil. Os atletas do Papão sabem que muita gente estará de olho no jogo e isso não passa despercebido.

“O que pode acontecer fora, o que envolve realmente o jogo ali, performar, nós como time poder desempenhar e fazer um grande jogo, saindo satisfeitos. Fora isso, o que aparecer é consequência. É fazer um grande jogo contra uma grande equipe”, disse Ricardinho. “Eu acho que serve de motivação para nós mesmo em buscar o resultado. Nosso jogo nos dá a confiança de ir em busca do gol. Então é isso que vamos fazer”, completou João Vieira.

Thiago Coelho evitou uma goleada na partida disputada no Maracanã e ganhou elogios – Foto: Jorge Luis Totti/PSC

GOLEIRO BICOLOR GARANTE MOTIVAÇÃO NO TALO

Mesmo com o placar de 3 a 0 na capital fluminense, o goleiro Thiago Coelho foi um dos destaques da partida, arrancando elogios, inclusive da imprensa nacional. Poderia ter sido pior se ele não tivesse feito algumas boas defesas. Ele vai encarar mais uma vez o principal atacante do futebol brasileiro e com a missão de tentar evitar que o Papão seja vazado em Belém.

P – A missão do Paysandu é muito difícil. De que forma encarar esse jogo, não só pela parte técnica, mas pelo entusiasmo e motivação?

R – “São nas partidas mais difíceis que o entusiasmo e a motivação têm que ser maiores. Sabemos das dificuldades diante da qualidade da equipe do Fluminense e do placar elástico do primeiro jogo. Vamos estar em casa, diante do nosso torcedor e temos que fazer valer o mando de campo. Vamos buscar uma grande partida e a vitória”.

P – Encarar o Fluminense jogando da forma como o Paysandu joga, indo para cima, serve também como uma grande vitrine para todos os atletas que estão na Curuzu?

R – “Jogos grandes fazem grandes jogadores. Todos querem aparecer. Temos que continuar com nosso jogo ofensivo, como dom os acostumados a jogar. É uma grande vitrine, todos verão o jogo. O Fluminense é quem tem o melhor futebol do Brasil no momento e todos vão observar a partida”.

P – Você foi bastante elogiado pela imprensa do Rio de Janeiro na partida de ida, no estádio do Maracanã, apesar do resultado adverso. Pessoalmente, esses grandes jogos trazem uma gratificação especial?

R – “É muito gratificante chegar a uma terceira fase da Copa do Brasil, diante de um dos grandes clubes do país e ainda ser elogiado pela imprensa local. Não fiquei satisfeito pela derrota, mas é bom receber elogios e gostei da minha atuação”.