Pará

É o dia dele! Um cafezinho sempre cai bem!

Café é bom, mas é preciso ir na cautela.  FOTO: IRENE ALMEIDA
Café é bom, mas é preciso ir na cautela. FOTO: IRENE ALMEIDA

Pryscila Soares

Para os apaixonados, o aroma e o sabor dessa bebida são inconfundíveis e irresistíveis. Ela pode ser consumida com ou sem acompanhamento. Para essas pessoas, todo dia é uma boa oportunidade para consumir o café. Mas hoje, sem dúvida, é uma data especial, quando se comemora o Dia Mundial do Café. Nada melhor do que abordar algumas curiosidades sobre o assunto e, claro, fazer essa leitura acompanhada de uma recheada xícara de café.

Pode-se dizer que consumir café é um hábito cultural e bastante familiar, que lembra dos momentos em família na hora do café da manhã, por exemplo, das conversas e trocas afetivas.

Foi esse sentimento e a paixão pelo café que fizeram com que a pernambucana, especialista em café, Renata Karla, nutrisse o desejo de abrir um aconchegante espaço dedicado, sobretudo, ao consumo e ao conhecimento sobre a bebida. Proprietária da cafeteria Casa República, situada ao lado da Praça da República, em Belém, Renata possui diversas especializações na área.

Dentre elas estão três cursos de formação em barista, incluindo uma certificação internacional (Specialty Coffee Association – SCA).

O carro-chefe da cafeteria são os cafés especiais, produzidos com diferentes formas de preparo, com muito sabor e selo de qualidade. Mas, para além de ofertar o café em si, o espaço, que completará dois anos este mês, foi pensado para fomentar o consumo na capital, cursos e promover networking. Pós-graduada em direito e oficial da Marinha Mercante, Renata sonha em ajudar na expansão da produção de café em solo paraense. Atualmente, ela ocupa o cargo de presidente da Câmara Setorial do Café pela Associação Comercial do Pará (ACP).

Dentro da cafeteria são ofertados cursos para a formação de baristas e, até mesmo, para clientes apaixonados por café que desejam aprofundar o conhecimento sobre os tipos de cafés e os seus benefícios.

“Sempre fui apaixonada por café. Tem uma relação muito profunda com essa questão familiar, pai e mãe. Minha mãe faleceu tem seis anos. Tive uma infância muito feliz, muito presente com meus pais e familiares. E acho que isso, também, é um hábito do paraense. Acho que é por isso que me sinto muito abraçada aqui no Pará, porque o paraense tem essa questão de amigos e familiares muito profunda. E o café sempre me trouxe uma relação afetiva muito grande”, ressaltou.

Com o apoio do esposo e da sogra, Rosângela Montalvão, que é sócia-proprietária do espaço, Renata abriu o empreendimento em pleno período de pandemia. “Sou apaixonada por tudo o que é belo, que conecta, e pelo ser humano. Tudo o que a gente faz, sempre trazemos algo além e o comercial vem como consequência. Por isso que a gente trabalha com café especial”, afirma.

“E, junto com isso, a gente queria essa relação com conexão, que as pessoas se sentissem à vontade. Apesar de ser especial, o café acaba se tornando um meio para um bate-papo, uma reunião de trabalho. A gente entrega carinho em xícara de café”, pontuou.

ESCOLHA

A empresária ressalta que a escolha de trabalhar somente com café especial não foi por acaso. É para trazer todos os benefícios que um café selecionado e preparado da forma correta pode trazer à saúde. O mercado do café especial no Brasil é recente, tendo em torno de 25 anos, de acordo com a especialista.

“O café com pontuação cem é aquele fruto perfeito, que não tem broca, perfeito para ser colhido. Já um café não é necessariamente somente café. É extremamente torrado, até para mascarar o gosto ruim. Se você pega um fruto verde, vai ter um amargor, com agrotóxico e conservante. O café especial não é amargo. Você sente acidez. É suave, tem sensoriais, que é do fruto maduro”, disse.

Para manter todas essas propriedades, o ideal é que o café torrado seja consumido em até 90 dias após a torra. Esse tipo de informação é compartilhada durante os cursos na cafeteria. “Hoje temos uma programação que estamos desenvolvendo. Nas quintas-feiras temos a formação ‘coffee lover’, que é gratuito, para os nossos clientes tirarem todas as dúvidas e tudo o que podemos ensinar sobre café, métodos. E agora vamos iniciar um podcafé, nosso podcast sobre café. Além de cursos para baristas e o circuito Café Pará, que é mensal para divulgar outras cafeterias. É uma parte do nosso compromisso”, informou.

Pesquisa

  • Os resultados da pesquisa de Desempenho da Produção e do Consumo Interno, realizada entre novembro de 2021 a outubro de 2022 pela Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC), são a prova de que o café é uma paixão mundial e também nacional.
  • De acordo com o levantamento, o Brasil mantém a posição de segundo maior consumidor de café do mundo, perdendo somente para os Estados Unidos. A diferença para o primeiro lugar é de 4,7 milhões de sacas.
  • O estudo apontou ainda que, em 2022, o consumo per capita foi de 5,96 kg por ano de café cru e 4,77 kg por ano de café torrado, sendo um pouco abaixo do ano anterior (4,84kg/ano/habitantes), o que se deve ao crescimento da população.
  • No período da pesquisa, as indústrias associadas à ABIC respondiam por 71,1% da produção do café torrado em grão e/ou moído, e representam 86,1% de participação no varejo supermercadista. Em seu banco de dados, a associação possui mais de 3 mil produtos certificados.
  • Além disso, estima-se que as vendas da indústria de café alcançaram R$ 23,5 bilhões em 2022, um aumento de 54,6% se comparado a 2021.
  • Segundo o estudo, o crescimento é justificado pela valorização de preço da matéria-prima em mais de 120%, o que impactou fortemente no custo da indústria, ocasionando o repasse de parte deste aumento para o varejo.