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Preço do litro do açaí deve continuar mais caro até junho

Val Silveira diz que tenta segurar ao máximo os preços de venda para não perder a clientela. Foto: Mauro Ângelo/ Diário do Pará.
Val Silveira diz que tenta segurar ao máximo os preços de venda para não perder a clientela. Foto: Mauro Ângelo/ Diário do Pará.

Wesley Costa

Um dos alimentos mais consumidos pelos paraenses continua com os valores disparados neste quarto mês do ano. Em Belém, os batedores artesanais de açaí contam que a tendência é que o preço do litro do fruto continue subindo por causa da entressafra. Entre os meses de janeiro e junho, é comum que a produção e a distribuição do fruto fiquem mais escassas e, consequentemente, afetando o bolso do consumidor.

A última pesquisa divulgada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos no Pará (Dieese-PA), previa novas altas no preço do açaí comercializado em feiras livres, supermercados e pontos de vendas da Grande Belém. O estudo apontou que o produto ficou 10,04% mais caro para o consumidor nos três primeiros meses do ano. Em fevereiro, por exemplo, o litro de açaí popular custava cerca de R$ 21,00.

O Dieese/PA destacou ainda que o valor cobrado pelo litro do açaí, tipo médio, é diferenciado quando levado em consideração os vários locais de venda. Ontem (11), o DIÁRIO fez uma ronda e constatou que os preços continuam elevados em alguns pontos. Já em outros, localizados principalmente nos bairros mais afastados do centro da cidade, o açaí pode ser encontrado com um valor bem mais em conta.

Gilberto Silva, 31, que mantém um ponto de venda de açaí no bairro da Terra Firme, conta que esse é um período difícil para quem depende dessa venda. “A clientela costuma reclamar bastante das altas que realmente são impostas pela entressafra. Mas, infelizmente, não temos muito o que fazer. Tive até que diminuir a quantidade de compra para não ficar também no prejuízo”.

Trabalhando há 25 anos vendendo açaí no bairro da Cremação, a batedora Val Silveira, 55, tenta segurar ao máximo os preços de venda para não perder a clientela. “A gente ainda consegue trabalhar o litro do popular, por exemplo, a R$ 24,00. Mas está bem complicado, pois o fruto tem chegado pra gente bem caro. Para se ter noção, tem fornecedores repassando a R$ 300,00 uma rasa”.

As dificuldades do período de escassez do fruto e altos valores, também foram confirmadas por Walquiria Costa, que há 31 anos trabalha batendo e vendendo açaí na feira da 25. “A gente precisa entender que todos os anos acontece isso. As coisas vão começar a melhorar só em junho, quando vamos ter açaí com mais abundância e os valores caindo. Mas enquanto isso, a gente tem que segurar firme e contar com a compreensão dos clientes”, diz.

Em alguns pontos de venda consultados pela reportagem no bairro do Jurunas, a média de preço do litro do produto, tipo popular, custa entre R$18,00 e R$ 20,00. Já no bairro da Condor, há uma maior variação de preços que vão de R$ 14,00 a R$ 20,00, por litro popular. Na Cremação, o valor de comercialização do popular tem sido em média a R$ 24,00. Para aqueles que moram no bairro do Marco e gostam do açaí um pouco mais grosso ou do tipo “papa”, é preciso desembolsar entre R$ 27,00 e R$ 30,00.