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Gerson Nogueira: Entre o limão e a limonada

 Foto: Wagner Santana/Diário do Pará
Foto: Wagner Santana/Diário do Pará

Entre o limão e a limonada

O Corinthians surge no horizonte do Remo como a chance da redenção após duas derrotas seguidas no clássico Re-Pa. A crise, que antes estava localizada na Curuzu, transferiu-se de armas e bagagens para o Baenão. Domingo, na reinauguração do estádio Jornalista Edgar Proença, o segundo revés fez esgotar a paciência do torcedor azulino.

A partida contra o Corinthians pela Copa do Brasil era aguardada com expectativa pelos dirigentes e pela torcida. Para os primeiros, promessa de uma grande arrecadação, com previsão de R$ 1 milhão. Para os segundos, a esperança de que o time pudesse avançar na competição.

Nenhuma dessas projeções caiu por terra, mas é inegável que o nível de confiança diminuiu muito depois dos choques com o maior rival. Tudo o que o Remo de Marcelo Cabo havia construído ao longo da temporada, com o cartel de 12 partidas e 11 vitórias até a semifinal da Copa Verde, ruiu como castelo de areia.

A equipe continua rigorosamente a mesma, fato reforçado pelo alvissareiro retorno do meia Pablo Roberto ao time, mas a torcida já não tem o mesmo otimismo de antes. Ficou a sensação de que o técnico não está sabendo utilizar toda a potencialidade do elenco.

O Remo tem um bom conjunto de atletas, principalmente no meio-de-campo e no ataque, mas na prática não está conseguindo explorar bem a qualidade de alguns jogadores, pouco utilizados nos jogos recentes. Casos, em particular, de Jean Silva, Fabinho, Ronald e Ricardinho.

Contra adversários mais frágeis no Campeonato Paraense, o time foi avassalador e obteve vitórias consecutivas. Diante de um adversário melhor estruturado, a casa caiu. Vem daí a carga de desconfiança em relação ao jogo desta noite, diante do Corinthians, no Mangueirão.

Com Pablo Roberto no time ressurgem as possibilidades de evolução. O meia tem sido o principal destaque técnico do Remo tanto no Parazão quanto na Copa Verde. Partem dele as melhores ideias ofensivas do time, beneficiando os jogadores de frente, especialmente o atacante Muriqui.

Lesionado na segunda partida da semifinal da CV contra o PSC, Pablo foi ausência muito sentida no restante daquele confronto. Para hoje, volta a compor o trio de meia-cancha, com Anderson Uchoa e Richard Franco.

Pablo e seus companheiros terão a dura missão de superar um Corinthians que mantém a tradição de força na marcação e que tem se apresentado bem longe de casa, como na estreia na Libertadores, semana passada.

Nem mesmo a ausência do meia Renato Augusto serve de consolo para os remistas, pois o Timão conta com bons jogadores no setor, como Giuliano. Na frente, Roger Guedes é o destaque, marcando gols importantes nos jogos mais recentes. Vai exigir vigilância total da defensiva azulina.

É o chamado jogo de grande porte, que estimula os times a renderem mais do que normalmente podem. Os jogadores se superam, cientes de que é uma excelente vitrine. Isso pode contribuir para que o Remo transforme limão em limonada e consiga a proeza de derrotar os visitantes.

Goleada de 6 a 1 sepulta esperanças do Águia

Em noite inspirada, o Fortaleza meteu 6 a 1 no Águia, na estreia de um representante paraense na terceira fase da Copa do Brasil. Único jogador a merecer aplausos na trágica atuação da equipe marabaense no Castelão foi o goleiro Axel Lopes, herói da noite, responsável por oito defesas primorosas que evitaram um massacre ainda mais dilatado.

Com gols marcados por Dudu, Ceballos, Guilherme, Pikachu e Tiago Galhardo (2), o Fortaleza não tomou conhecimento do Águia. Desde os primeiros movimentos, ficou claro o desnível técnico abissal entre os dois times. O tricolor cearense é um dos times que representam o Brasil na Copa Sul-Americana. O Águia é hoje um time da Série D nacional.

A partida de volta está marcada para o dia 26 de abril, prevista inicialmente para o estádio Mangueirão. Em outros tempos, um resultado superior a 2 gols de diferença classificava automaticamente o vencedor. Talvez fosse a melhor coisa neste cruzamento, pois é improvável que o Águia consiga reverter, mesmo jogando em casa.

Animado, Papão entra como franco-atirador diante do Flu

A parada é das mais indigestas para o Papão, não há como negar. O Fluminense acaba de conquistar o Campeonato Carioca com uma goleada (4 a 1) acachapante sobre o Flamengo. Além disso, mostra um futebol dinâmico e moderno, comandado pelo técnico Fernando Diniz e contando com peças como Paulo Henrique Ganso, Marcelo e Germán Cano.

Acontece que o Papão também reúne alguns fatores que permitem sonhar com um resultado satisfatório. Depois de muito tempo, o time finalmente passou a jogar em bom nível, aliando intensidade, marcação firme e boa produção ofensiva.

O técnico Márcio Fernandes, que até três semanas atrás era muito questionado, conquistou duas vitórias sobre o Remo e selou a paz com a torcida. De quase dispensado, tornou-se técnico indispensável.

Dependerá muito da estratégia de Márcio o comportamento do Papão no Maracanã, hoje à noite. Se buscar jogar de igual para igual, arrisca-se a tomar um chocolate, pois o adversário já mostrou que sabe explorar espaços. Por outro lado, se optar por um esquema conservador pode atrair ainda mais o Flu para seu campo.

Em resumo: se correr o bicho pega, se ficar o bicho come. A chinelada sofrida pelo Águia, ontem, talvez leve Márcio a adotar medidas de contenção no setor de meio-campo. A conferir.