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Gerson Nogueira: Papão confirma a melhor fase

O Papão está nem colocado no ranking da Folha. Foto: Irene Almeida/Diário do Pará.
O Papão está nem colocado no ranking da Folha. Foto: Irene Almeida/Diário do Pará.

Papão confirma a melhor fase

O clássico tinha importância relativa no contexto do Campeonato Paraense, mas era extremamente relevante para o histórico da rivalidade entre PSC e Remo. A produção dos times não permitiu um placar mais generoso, mas o 1 a 0 foi suficiente para fazer a massa bicolor explodir em festa no reinaugurado estádio Jornalista Edgar Proença. O Leão sai mal do jogo, pelo novo revés contra o rival e a perda da campanha 100%.

Na base da garra, o Remo cercou a área bicolor nos minutos finais e teve duas boas situações para empatar, em jogadas com Fabinho (de cabeça) e numa sequência de quatro escanteios, mas não havia repertório para manobras mais trabalhadas para entrar na área adversária.

O problema para o Remo é que a determinação para sair em busca do gol demorou muito para chegar. O primeiro tempo do clássico foi equilibrado, quase sem lances agudos, mas disputado com a intensidade habitual e uma distribuição em campo mais ajustada por parte dos bicolores.

Nas ações de área, o PSC teve duas boas chances com Fernando Gabriel, em tiros de fora da área. O Remo levou perigo em dois cabeceios, de Anderson Uchoa e Diego Guerra, mas era um time sempre à procura de entendimento no meio e com transição deficiente.

Com três estreantes em campo – o zagueiro Filemon, o meia Geovani e o lateral esquerdo Igor Fernandes –, o time se manteve tranquilo e trocar passes de qualidade, impondo uma meia pressão no final da primeira etapa.

O Papão começou com bolas longas do meio para o ataque, tentando apanhar Mário Sérgio livre. Numa dessas tentativas, o Remo começou de fato a perder o clássico. O centroavante do Papão recebeu no mano a mano com o zagueiro Ícaro e foi derrubado. Falta punida, segundo cartão amarelo aplicado e o Remo com um homem a menos.

Vale dizer que Ícaro havia ganho o primeiro cartão em consequência de um erro do lateral esquerdo Raí. O segundo cartão aplicado ao zagueiro também teve origem em jogada errada de Raí. Para surpresa geral, o lateral seguiu em campo, ao lado de Pedro Vítor, que também fez um jogo pífio.

No intervalo, Marcelo Cabo trocou Matheus Galdezani, que estreou sem maior destaque, por Diego Ivo. Recompôs a defesa, mas deixou o meio-de-campo sem ordem e destino. A bola saía direto dos pés dos volantes Uchoa e Richard Franco para os homens de ataque, um erro que já havia ocorrido no segundo clássico da semifinal da Copa Verde.

Com Diego Ivo na zaga, o Remo tentou segurar a pressão imposta pelo PSC nos primeiros minutos, mas cedeu dois escanteios seguidos. No segundo deles, aos 5 minutos, a bola foi desviada por Vinícius para fora da área e caiu nos pés de Vinícius Leite, que emendou de primeira. O chute entrou rente ao travessão, sem chances para o goleiro azulino.

Aí o clássico ficou totalmente à feição para o Papão, que até buscou o segundo gol por alguns minutos, mas logo partiu para a acomodação. O Remo não conseguia sair de seu campo em condições de agredir.

Só com as entradas de Leonan, Fabinho e Ronald, o time passou a avançar com rapidez, com boa participação do lateral direito Lucas Marques. Empurrado pela torcida, o Remo cercou a área do PSC, com cruzamentos seguidos e uma sequência de quatro escanteios.

Fabinho desviou de cabeça à direita de Thiago Coelho e Ronald cruzou rasante para Muriqui, que chegou atrasado. O PSC recuou e se deixou pressionar. Apesar disso, conseguiu garantir a vitória, apesar dos sustos.

Vitória inteligente e merecida do Papão, que confirma viver seu melhor momento na temporada. Do lado remista, uma atuação confusa e decepcionante para um time que buscava se redimir.

Na batalha dos técnicos, Cabo vacila outra vez

Márcio Fernandes, técnico do PSC, ganhou o segundo Re-Pa seguido neste começo de temporada. Há um mês, essa situação parecia improvável. O time bicolor vinha mal, tropeçando no Parazão e na Copa Verde, com a consequente pressão sobre seu comandante.

Os clássicos ajudaram a reabilitar Márcio, que perdeu o primeiro, mas soube vencer os dois seguintes. Fez o básico, o que muitas vezes é o suficiente para vencer. Mais importante: eliminou o Remo da Copa Verde e ainda quebrou sua longa série invicta.

Ontem, foi ousado na escalação de três novatos e soube tirar proveito da desarrumação da equipe rival. Nas mexidas, foi preciso. Quando tirou Fernando Gabriel e Geovani procurou recompor o meio com Ricardinho e Kélvi. Prestigiou o volante Paulo Henrique, que atuou bem, e acertou na opção por Vinícius Leite desde o começo.

Marcelo Cabo, ao contrário, cometeu o equívoco de optar por Raí e Pedro Vítor pelo lado esquerdo. Foi por ali que o PSC construiu suas melhores jogadas. Foi por lá, através de Raí, que o Remo se mostrou mais frágil.

Na entrevista pós-jogo, o técnico azulino só viu ousadia e vontade do time no segundo tempo, mas não explicou a razão de ter optado por Raí e ter insistido com o jogador até os 22 minutos do 2º tempo. Leonan e Ronald custaram a entrar. Com eles, o Remo cresceu e quase empatou.

Estreias discretas, mas Marques e Filemon se destacam

Seis jogadores estrearam no clássico. No PSC, Filemon, Igor Fernandes, Geovani e Kélvi. No Remo, Lucas Marques e Matheus Galdezani. Salvaram-se Filemon e Lucas Marques, embora sem muito brilho. É natural que jogadores estreantes tenham dificuldades em clássicos, mas esperava-se bem mais de todos os novos atletas da dupla Re-Pa.

Lucas conduziu bem o jogo pelo lado direito do Remo, principalmente quando teve Diego Tavares como parceiro. No final, deu suporte às ações de ataque e chegou a se arriscar pelo meio, sem comprometer.

Filemon atuou com segurança no 1º tempo, compondo bem a linha defensiva com Genilson. Na etapa final, perdeu duas bolas no enfrentamento direto com Muriqui. Ainda assim, não comprometeu e mostrou que tem condições de garantir a titularidade.