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Gerson Nogueira: Museu de grandes novidades

Foto: John Wesley/Paysandu
Foto: John Wesley/Paysandu

Museu de grandes novidades

O futebol é rico em modismos e pretensas novidades. Uma coisa, porém, parece não mudar nunca: a fixação que o torcedor tem por reforços. Já era assim nos anos dourados, faixa de tempo que vai dos anos 60 até o final dos 80, mais ou menos. Agravou-se muito na era digital. Os infinitos recursos de pesquisa da internet potencializam os sonhos de consumo.

Atentos aos canais e sites esportivos, que são consultados a todo instante, os torcedores vivem à caça do jogador ideal para seus times. É comum receber no blog e ouvir participações na Rádio Clube com sugestões sobre o jogador que é a nova sensação no interior paulista ou em algum clube do Nordeste.

Imagino o quanto dirigentes de clubes são azucrinados com palpites para contratar jogadores, dúzias deles. Cada torcedor tem sua lista própria de indicações. Quando o clube anuncia contratações, sempre aparece alguém dizendo que seria melhor ter trazido fulano ou sicrano.

Em certas ocasiões, fico com a impressão de que o torcedor curte mais a especulação em torno de reforços do que propriamente acompanhar o elenco existente no clube. Sempre há a ansiedade pelo novo, que viria para compor o time dos sonhos, objeto do imaginário de todo torcedor.

Nos últimos dias, essa parcela imensa de torcedores que se pautam pela aquisição de reforços deve estar particularmente alvoroçada com os anúncios feitos pelas diretorias de Remo e PSC.

Os bicolores anunciaram nada menos que cinco reforços – os volantes Giovane e Kelvi, o lateral esquerdo Igor Fernandes, o zagueiro Rodolfo Filemon e o atacante Luiz Phelipe. A diretoria remista apresentou o lateral Lucas Marques, os meias Álvaro, Matheus Galdezani e Laranjeira.

Não são nomes consagrados, mas a repercussão entre os torcedores foi satisfatória. A avalanche de anúncios serviu para aplacar essa fome permanente e incurável por novidades, como se a solução estivesse sempre no que vai chegar.

Nem sempre é assim, sabemos disso, mas há o mito de que o torcedor (freguês?) sempre tem razão. A conferir.

 

Além do 7 a 1 e do título, alemães curtiram a vida adoidado

A maioria das pessoas não sabe quem é Roman Weidenfeller. Bem, ele era o goleiro reserva da seleção da Alemanha na Copa do Mundo de 2014 no Brasil. Não entrou em campo em nenhuma partida, mas viu o time de Joachim Löw caminhar com determinação e método até a conquista da taça na grande final realizada no estádio do Maracanã, no Rio.

Em entrevista ao canal oficial da Bundesliga, ontem, Weindenfeller comenta bastidores da passagem da equipe germânica pelo Brasil naquele Mundial. Contou, por exemplo, que depois dos jogos o elenco relaxava se esbaldando nas caipirinhas. A farra era boa.

Disse que os jogadores costumavam sair do hotel para curtir a praia, no litoral baiano. Não por acaso, Weindenfeller qualifica como “um dos melhores momentos da vida” a campanha de 2014 no Brasil. Disse que o time estabeleceu uma conexão total com os brasileiros.

“Depois dos jogos, sentávamos juntos num bar e bebíamos algumas caipirinhas. Perdíamos a hora no bar. Aí acordávamos de manhã para ir para o campo e treinar. Não é fácil quando você bebe cinco ou seis caipirinhas. Grande conexão com o povo brasileiro”, revelou.

Sobre o fatídico 7 a 1, Weindenfeller desmente a teoria de que Löw teria pedido no intervalo para o time “pegar leve” com o Brasil – o primeiro tempo terminou 5 a 0. Segundo o goleiro, o técnico e os demais atletas falaram coisas positivas e cobraram foco total no 2º tempo.

Fico a imaginar o que diriam os corneteiros da Seleção Brasileira ao ver a entrevista de Weindenfeller. Pelo que ele comenta, a rotina dos alemães incluía mais diversão do que treinos, mais lazer do que disciplina. E, ainda assim, terminaram campeões mundiais. Vá entender.

 

Mangueirão modernizado traz inovações em sustentabilidade

O projeto de modernização do estádio olímpico estadual Jornalista Edgar Proença vai além dos equipamentos disponibilizados aos torcedores. O novo Mangueirão está repleto de iniciativas de sustentabilidade. É o caso das placas fotovoltaicas e do sistema de coleta da água da chuva.

A partir dessas inovações, raras em estádios de futebol no Brasil, o complexo do Bengui passa a ser referência como arena que dispõe de ferramentas para preservação do meio ambiente. Nada mais coerente com o imenso debate travado no mundo sobre mudanças climáticas.

Ao mesmo tempo, o que ocorre hoje no Mangueirão pode inspirar outros órgãos e entidades da gestão pública a implantar iniciativas sustentáveis, a fim de estimular o uso consciente dos recursos naturais e dos bens públicos.

Algumas medidas são simples e de aplicação prática. É o caso da utilização de água potável apenas quando há necessidade real, evitando o desperdício com a lavagem de pisos, que pode ser feita com a água da chuva.

Outro ponto interessante é o emprego de placas fotovoltaicas para geração de energia, que permite conservar recursos da natureza e reduzir drasticamente despesas com o consumo de energia elétrica.

O Mangueirão vai dispor também de usina de esgoto e tratamento de efluentes. Toda água utilizada será tratada e devolvida ao meio ambiente, o que vai permitir que o estádio assegure certificados de sustentabilidade.