A Orquestra Sinfônica do Theatro da Paz apresenta o ‘Réquiem de Mozart’, uma das obras mais célebres do compositor austríaco, e a última de sua consagrada carreira. O concerto acontece nesta quinta-feira (06), às 20h, no Theatro da Paz e contará com a ilustre participação do Coro Carlos Gomes (CCG) e convidados e de quatro solistas paraenses. O espetáculo é uma iniciativa do Governo do Pará, por meio da Secretaria de Estado de Cultura (SECULT), do Theatro da Paz e da Academia Paraense de Música (APM).
Um réquiem (do latim réquiem, “descanso”) é uma cerimônia prevista na liturgia da Igreja Católica oferecida para o repouso da alma de uma ou mais pessoas falecidas, celebrada no contexto de um funeral.
Embora os textos em latim dessas celebrações fossem padronizados, era costume os compositores mais antigos musicarem certas partes. A música para uma missa fúnebre também era conhecida como réquiem. Inúmeros réquiens foram compostos ao longo da história da música, sendo o de Mozart o mais famoso deles por envolver, além da música de beleza ímpar, muitas especulações sobre o contexto de sua composição.
O ‘Réquiem em ré menor’, ou simplesmente ‘Réquiem de Mozart’, está entre os mais conhecidos do gênero. A obra é dividida em dezenove movimentos (partes), e foi deixada incompleta devido ao falecimento do compositor, em 1791, aos 35 anos de idade. Com a saúde já deteriorada, o Mozart acreditava estar compondo para seu próprio funeral.
As anotações que deixou sobre as partes inconclusas permitiram que Franz Süssmayr, seu discípulo e amigo, completasse a partitura, a pedido da esposa de Mozart, Constanze Weber. Mais de duzentos anos depois, a obra segue sendo uma das mais admiradas composições daquele que é também considerado um dos maiores gênios da história da música.
Vale ressaltar que o ‘Réquiem de Mozart’ é uma das obras mais executadas em todo o planeta e é tida como uma das mais belas músicas já compostas. Fora a beleza da própria obra, ela será executada por músicos de excelência da Orquestra Sinfônica do Theatro da Paz.
A versão paraense da obra será interpretada tal qual a uma missa fúnebre, já que o concerto acontece às vésperas da Sexta-feira da Paixão de Cristo, e como pede o autor, o maestro Miguel Campos Neto optou em trabalhar com um formato reduzido, mais intimista, tanto no número do Coro Carlos Gomes, que terá 30 integrantes e convidados, quanto no número de músicos da OSTP, que terá apenas 40 membros, mais ou menos na forma como ela era executada a época da sua composição. O Concerto contará também com quatro solistas: Idaías Souto, barítono; Alexandro Brito, tenor; Carolina faria, mezzo-soprano e Kézia Andrade, soprano.
De acordo com Daniel Araújo, diretor do Theatro da Paz e coralista convidado, para uma obra desse porte a preparação do CCG e Orquestra foi feita separadamente e a partir de um determinado momento se juntaram para passar a obra completa.
“Esse processo todo durou cerca de um mês. A experiência de cantar com a Orquestra é sempre muito boa, muito prazerosa, sobretudo quando a obra que está sendo preparada é dessa magnitude, como o ‘Réquiem do Mozart’. O Coro Carlos Gomes já fez diversas obras com a orquestra e sempre é um privilégio dividir o palco com músicos desse quilate”, afirmou Daniel.
Para o maestro titular da OSTP, Miguel Campos Neto, em toda a extensão do ‘Réquiem’, o resultado é impressionante.
“A obra possui uma potência expressiva, uma força comovente muito intensa e, em alguns momentos, apocalíptica e assustadora, uma coerência e unidade sistêmica irretocável, que só pode ser obra de um músico absolutamente excepcional, como foi Mozart, eternizado em suas composições”.
Ao questionado sobre o que o público pode esperar, ele respondeu animado. “A expectativa é a melhor possível. “A cada ensaio a obra está ficando mais bonita. Nós temos certeza de que quem comparecer ao Theatro da Paz, além de se deleitar com a bela música do Mozart, vai também passar por um processo de introspecção nessa semana, que é tão importante, para as pessoas que têm como sua religião o cristianismo.
Repertório
- A. MOZART (1756-1791)
REQUIEM EM RÉ MENOR, K. 626
- Introitus
– Requiem aeternam
- Kyrie
III. Sequentia
– Dies irae
– Tuba mirum
– Rex tremendae
– Recordare
– Confutatis
– Lacrymosa
- Offertorium
– Domine Jesu
– Hostias
- Sanctus
- Benedictus
VII. Agnus Dei
VIII. Communio
– Lux aeterna
– Cum sanctis tuis
Soprano: Kézia Andrade
Contralto: Carolina Faria
Tenor: Alexsandro Brito
Baixo: Idaías Souto