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TCU: contratação de militares e aposentados para o INSS fere Constituição

A abertura do novo canal de atendimento faz parte da estratégia do órgão de ampliar o uso do Atestmed, sistema online que dispensa a perícia presencial. Foto: AGÊNCIA BRASIL
A abertura do novo canal de atendimento faz parte da estratégia do órgão de ampliar o uso do Atestmed, sistema online que dispensa a perícia presencial. Foto: AGÊNCIA BRASIL

O Tribunal de Contas da União (TCU) analisou, sob a relatoria do ministro Bruno Dantas, representação, com requerimento de medida cautelar, do Ministério Público junto ao TCU acerca de projeto para contratar militares da reserva para reforçar o atendimento no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) com vistas a reduzir a fila de processos pendentes de análise.

O TCU decidiu dar ciência ao INSS de que a contratação de militares federais inativos e de aposentados civis para vagas destinadas a serviços gerais contraria os princípios constitucionais da impessoalidade e da isonomia.

Outra deliberação da Corte de Contas foi a de encaminhar cópias de seu acórdão ao Procurador-Geral da República (PGR) e ao Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) a fim de que avaliem propor Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) por conta da medida infringir a Constituição Federal.

O Ministério do Trabalho e Previdência Social, o Ministério da Economia, o Ministério da Defesa e a Casa Civil da Presidência da República também receberão a cientificação do Tribunal de Contas da União em virtude de Edital Conjunto de Chamamento Público e Processo Seletivo Simplificado.

O processo no TCU se iniciou a partir de representação, com requerimento de medida cautelar, formulada pelo subprocurador-geral do Ministério Público junto ao TCU (MPTCU) Lucas Rocha Furtado acerca do projeto noticiado pelo Ministério da Economia para contratar militares inativos e aposentados civis federais para o INSS.

O membro do MPTCU alegou que tal contratação violaria a Constituição Federal no que diz respeito à obrigação de seleção mediante concurso público, bem como os princípios da legalidade e da impessoalidade, que devem nortear a Administração Pública.

Lucas Rocha Furtado argumentou que, mesmo que se cogitasse a contratação por tempo determinado para atender necessidade temporária de excepcional interesse público, o princípio da impessoalidade seria violado devido ao direcionamento da contratação a militares, o que constituiria “reserva de mercado”.

A unidade técnica do TCU responsável pela fiscalização foi a Unidade de Auditoria Especializada em Previdência, Assistência e Trabalho (AudBenefícios). O relator é o ministro Bruno Dantas.