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Choro Vila Sorriso estreia em Icoaraci nesta sexta (31)

O nome do grupo foi inspirado em um dos primeiros nomes de Icoaraci. Foto: João Souza/divulgação
O nome do grupo foi inspirado em um dos primeiros nomes de Icoaraci. Foto: João Souza/divulgação

Wal Sarges

Um dos oito distritos de Belém, Icoaraci é um lugar que encanta visitantes e moradores, com suas belas paisagens, artesanato e toda a cultura local. É nesse lugar que respira arte, que o Choro Vila Sorriso estreia na cena paraense, com show nesta sexta-feira, às 21h, na casa Ninho de Caba, localizada na Rua Padre Júlio Maria, conhecida como a terceira rua, no bairro Ponta Grossa.

A flautista do grupo, Luany Guilherme, conta que há dez anos atua na música, com uma carreira consolidada, assim como os demais integrantes do grupo, composto ainda por Beá (cavaquinho), Edimar Silva (pandeiro) e o Cosme Palheta (violão de 7 cordas).

“O Edimar é mestre em capoeira e já participa de rodas de choro há dez anos, ele já vem de outros grupos; o Cosme toca violão sete cordas e vem do samba; a Beá é nome conhecido da Guitarrada das Manas. A gente quis formar este grupo com o intuito de democratizar o acesso das pessoas ao Chorinho, tanto é que a gente escolheu a casa Ninho de Caba para isso”, diz Luany que é formada em música pela Universidade do Estado do Pará (UEPA).

No repertório, o Choro Vila Sorriso apresenta músicas de compositores paraenses, tais como os mestres Adamor do Bandolim, Catiá, Laureano e o compositor mais recente, Albert Cordeiro. Além deles, o grupo traz ainda, os clássicos do chorinho.

O nome do grupo foi inspirado em um dos primeiros nomes de Icoaraci. “Eu e o Cosme Palheta somos de Icoaraci e por isso, temos um pertencimento afetivo com o local. A minha carreira profissional foi construída toda aqui. Eu aprendi a tocar flauta em um projeto social de Icoaraci”, conta Luany.

GENUÍNO

A artista diz que no choro, consegue imprimir sua essência ao ritmo. “O choro representa a expressão genuína da música popular brasileira. Dentro dele, consigo sentir toda a energia do que é a música brasileira em sua essência, consigo me conectar com a intenção dos compositores. Me sinto muito mais viva. Além disso, eu tenho a liberdade de colocar a minha interpretação e misturá-la com a obra do compositor. Posso colocar minha individualidade dentro da música”, considera.

Talvez por isso, o choro seja a escolha feita por vários artistas da nova geração da música paraense. “As pessoas que possuem uma sensibilidade sentem essa energia e conseguem captá-la, por isso, que isso toca a gente de uma geração mais atual, por mais que seja uma música de gênero que tem 100 anos. A gente consegue interpretar e, por isso, cativa tanto espectadores quanto músicos em geral”, avalia a flautista.

Beá Santos, que com Renata Beckmann toca na Guitarrada das Manas, conta que seu contato com o choro surgiu antes da guitarra. “Eu iniciei bem jovem no curso de violão popular e lá eu tive contato com o samba, a Bossa Nova e o chorinho. Foi onde eu comecei a escutar e praticar. Terminei o curso e ele ficou guardado ali. Passei a praticar a guitarrada e agora, numa nova fase da minha carreira, retornei ao chorinho, frequentava rodas de choro e estando em lugares que se executam o gênero”, diz.

A artista se inspirou ainda no trabalho da instrumentista Carla Cabral. “Ela também toca cavaquinho e me senti super inspirada pela execução e interpretação dela, além do trabalho que ela faz no Mercado do Choro. Ela foi um dos grandes pilares que me incentivou a pesquisar mais sobre o choro e me envolver e me apaixonar pelo gênero como sou hoje, tocando cavaquinho. Além do mais, essa experiência que tive com o Guitarrada das Manas e de tocar em festivais de música instrumental, eu tive contato com pessoas que também têm certa relevância na música instrumental no Brasil, como Amaro Freitas e Hamilton de Holanda, e me senti bastante incentivada”, acrescenta Beá.