Pará

Diminuição no consumo do feijão pode trazer prejuízos à saúde

Diminuição no consumo do feijão pode trazer prejuízos à saúde

Wesley Costa

Uma pesquisa brasileira publicada no Cambridge University Press avaliou o consumo do feijão no país e revelou que o alimento corre o sério risco de sumir gradativamente do cardápio até 2025. Alguns fatores como o aumento do consumo de ultraprocessados, a elevação da temperatura do planeta e o próprio valor de comercialização do grão, vão contribuir para esse cenário e aumentar os riscos à saúde da população.

Quando levado em consideração principalmente a questão econômica, não é difícil entender o porquê uma das partes da dupla mais famosa do prato do brasileiro – junto com o arroz – vem sendo deixada de lado. Segundo o Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos no Pará (Dieese-PA), o feijão aumentou mais de 40% no bolso dos paraenses nos últimos 12 meses.

O estudo analisou a trajetória de altas no preço do produto desde fevereiro de 2022, quando o quilo do feijão era vendido a R$ 6,81. Após um ano, o salto foi grande no preço de comercialização e a população precisou desembolsar em média R$ 9,62 para conseguir levar um quilo do produto para casa. Mesmo que no final do mês fique pesado no bolso, especialistas afirmam que o consumo do grão deve continuar para manter a saúde em dia.

“Antes de tudo, é preciso reforçar os benefícios que o consumo do feijão promove em nossa saúde. Ele é um alimento rico em fibras e auxilia também na questão do emagrecimento. Além disso, ele possui vários outros nutrientes importantes para o funcionamento do corpo como o cálcio, ferro e o magnésio. Ao ser combinado com o arroz e outras proteínas, por exemplo, os efeitos no corpo são os melhores possíveis”, afirma o nutricionista Felipe Carvalho.

Segundo o Dieese, o feijão teve aumento de 40% nos últimos doze meses no Pará, o que influencia no consumo diário
FOTO: Wagner Almeida

Segundo o nutricionista, é necessário quebrar alguns mitos com relação ao consumo do feijão para que ele volte a fazer parte da dieta das pessoas. “Muita gente evita comer feijão por achar que vai engordar, o que não é verdade. Pelo contrário, ele vai contribuir para o seu emagrecimento. Como nutricionista, eu sempre recomendo o consumo todos os dias no almoço e na janta. Mas se for o caso, a pessoa pode estar escolhendo uma delas para inserir o grão no prato”, aconselha.

Mesmo que no final do mês haja um peso no bolso, o nutricionista afirma que é preciso manter a dupla feijão e arroz, para obter uma dieta equilibrada. “Uma forma de retomar ou começar esse consumo, é ir adicionando cerca de 40 ou 50 gramas no cardápio diário. Também é necessário prestar atenção no preparo para garantir os bons nutrientes. Prefira cozinhar o feijão com mais legumes a fim de garantir vitaminas, e evite colocar nesse preparo aquelas proteínas gordurosas”, pontua Felipe.