Bola

Clássico entre Remo e Paysandu pode ser divisor de águas para os treinadores

Tylon Maués

No Re-Pa de hoje, cada técnico vive situação diferente. Marcelo Cabo, do Leão, vive sob “Céu de Brigadeiro”, com o time vencendo até quando joga mal ou usa uma formação reserva. Márcio Fernandes, do Papão, está em sua segunda temporada na Curuzu e em um dos piores momentos, sendo questionado por boa parte da torcida. Dependendo do clássico de logo mais, tudo pode mudar.

Cabo vai para o primeiro Re-Pa da carreira e vem de uma vitória fácil na semifinal. No Baenão, ele já disse e repetiu várias vezes que reencontrou o prazer em sua profissão e vive uma lua de mel com a torcida.

“Nós celebramos o trabalho com mais uma classificação, nossa 11ª vitória em 12 jogos, não levamos gols. Nós tínhamos uma missão aqui dentro na formatação desse elenco, que era trazer a torcida com a gente, trazer o Fenômeno Azul, mas sabíamos que só poderia ocorrer isso com muita seriedade, planejamento, trabalho e resultados”, afirmou o treinador após a vitória de 3 a 0 sobre o São Raimundo-RR.

Marcelo Cabo está em paz com a torcida, mas, para manter o clima de lua de mel, precisa vencer o clássico – Foto: Samara Miranda/Remo

O comandante azulino constantemente exalta a massa azulina, e não tem sido para menos. O Remo está entre os 20 clubes com maior comparecimento de torcida nesses três primeiros meses do ano e, ainda na sexta-feira, esgotou os ingressos para o clássico. “Eu me sinto no lugar do nosso torcedor. Sei que eles deixam de ter um outro planejamento, um outro programa, para poder assistir à sua paixão; pagam o ingresso para ter o entretenimento, para ter alegria”, destaca Marcelo Cabo.

Márcio Fernandes vem de um drama para se classificar para a semifinal e quase viu a vaga cair pelos dedos. “Sabemos que não foi uma noite que queríamos, mas conseguimos a classificação”, desabafou após a vitória nas penalidades contra o Princesa do Solimões-AM. Ele quer aproveitar essa dificuldade para usar de incentivo e fazer com que o time tire forças para se superar no clássico.

“Temos que tirar proveito disso, sabemos que temos que melhorar e que tudo pode mudar. Temos de estarmos preparados e mentalmente sermos fortes para reverter. Futebol é uma coisa que te dá essa condição. Não está legal, mas se mudar a chave e vencer, muda o jogo e muda tudo. É isso que temos que colocar na cabeça dos nossos jogadores e acreditar”, disse.

O técnico bicolor é mais experiente que seu adversário de hoje, ambos já trabalharam em gigantes do futebol nacional e hoje estão em clubes de massa, com a diferença que apenas Fernandes tem o cargo em risco logo mais. Mesmo com todas as dificuldades, ele mostra confiança no que está por vir. “Já participei de vários clássicos e nem sempre o que está melhor é o que vence. Sabemos disso e nós temos que buscar força para reverter isso, para mostrar que somos um time de qualidade. O momento não é bom, mas podemos reverter”.