'Marrom, o Musical': espetáculo celebra 50 anos da Alcione e chega a Belém

Danielle Ferreira

Especial para o DIÁRIO

Alcione Dias Nazareth, maranhense, nasceu no meio musical, ao lado de outros nove irmãos. Filha de um militar que era regente da banda sinfônica da PM, foi nesse período que ela, aos 12 anos, recebeu carinhosamente o apelido de “Marrom”. De lá pra cá, são quase 40 álbuns e mais de 8 milhões de discos vendidos em todo mundo.

Para celebrar os 50 anos de carreira da rainha do samba, Alcione é a homenageada no espetáculo “Marrom, O Musical”, com texto e direção de Miguel Falabella e idealização e direção artística de Jô Santana, e que entra em cartaz nos dias 31 de março, 1 e 2 de abril no Theatro da Paz, em Belém. Os ingressos já estão à venda.

Para reviver nos palcos a trajetória de vida intensa da cantora, Miguel Falabella resgata a fábula do bumba meu boi, trazendo aos palcos a riqueza cultural do Maranhão, que traduz a importância de Alcione na música brasileira. Em cena, são 23 atores e atrizes majoritariamente negros, quatro deles, maranhenses escolhidos durante oficinas gratuitas realizadas em São Luís.

As atrizes Karin Hils, Lilian Valeska, Anastácia Lia e Letícia Soares se revezam no papel central, interpretando sucessos como “A Loba”, “Meu Vício é Você”, “Minha Estranha Loucura”, “Sufoco” e o clássico “Não Deixe o Samba Morrer”.

“Quando Jô Santana me convidou para, a princípio, dirigir o espetáculo que encerraria sua trilogia do samba, sobre Alcione, uma das maiores intérpretes da música brasileira, não só aceitei encantado, como percebi que, para encenar um espetáculo que me satisfizesse plenamente como realizador, eu precisaria também assumir a dramaturgia”, conta Miguel Falabella.

“As minhas expectativas são altas e tenho razões para que sejam: Alcione é minha amiga, uma mulher de atitudes e coragem memoráveis e contar sua vida é mergulhar nas raízes de uma das mais ricas culturas populares do Brasil, a maranhense”, completa.

O ator e produtor Jô Santana, diretor da Fato Produções, é o idealizador da citada “Trilogia do Samba”, começando em 2016 com o musical “Cartola – O Mundo é um Moinho”, em 2018 com “Dona Ivone Lara – Um Sorriso Negro”, e encerrando em 2022 com “Marrom, o Musical”.