Ana Laura Costa
Neste 21 de março, Dia Internacional da Síndrome de Down, a dona de casa Cléia Leal, 53 anos, revela um pouco sobre os desafios da sociedade para a elaboração de ações que garantam a participação e inclusão plena e efetiva de pessoas com síndrome de down, como o filho Felype Leal, 25 anos, que é modelo e produtor de conteúdo.
Desde os 5 anos de idade, Felype participa de atividades da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae), em Belém. A associação tem como principal objetivo oportunizar às famílias e aos usuários atendidos, a possibilidade das garantias de direitos, o fortalecimento de vínculos familiares e sociais, além do desenvolvimento das habilidades e potencialidades de pessoas com deficiência.
Na associação, o modelo participa de atividades esportivas como o Futsal e pratica exercícios físicos na academia. Recentemente, a partir de exercícios realizados junto a um dos professores de educação física da Apae, Felype conseguiu concretizar um sonho antigo: andar de bicicleta. Agora, faz parte da rotina pedalar no Portal da Amazônia, e a família também embarca. “Era o meu sonho, e me sinto muito feliz. A síndrome de down nunca me limitou, sempre gostei de esportes. Meus amigos, o apoio da minha família foi muito importante. A Apae é minha segunda casa”, ressalta.
Segundo a mãe, Cléia, a aceitação da condição desde a infância até a vida adulta, foi crucial para a qualidade de vida do filho. “Família e associação precisam andar juntos, de mãos dadas. A aceitação da condição por parte da família também é muito importante porque, enquanto não há aceitação, seu filho não progride. Hoje, vejo meu filho fazendo tudo, cada dia ele surpreende a gente. Além disso, é necessário que as atividades feitas por ele aqui, tenham continuação fora desse ambiente. Então, ele sempre foi estimulado a se superar”, pontua.
ESTÍMULOS
O professor Jessé Vitor, coordenador de Esportes da Apae, destaca que os pais são grandes parceiros e fazem parte do trabalho desenvolvido na associação, com o papel importante de dar continuação aos estímulos em casa. “Os desafios físicos, intelectuais, nós superamos com estudos, técnicas e informações, mas a questão social é mais estrutural, e quebrar essa barreira é, de fato, o grande desafio. Nosso objetivo é fazer com que eles não se limitem a desenvolver apenas aqui, mas que apareçam em outros espaços, mostrem o seu potencial gigantesco e estejam incluídos na sociedade”.
Em média, cerca de 400 atendimentos são realizados diariamente na Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) localizada na Avenida Generalíssimo Deodoro, no bairro do Umarizal. De acordo com a assistente social da Apae, Ana Carolina Salomão, todas as famílias que chegam pela primeira vez na associação, recebem acolhida diferenciada, com serviço social que faz todo o atendimento, dá orientações e encaminhamentos, além de acompanhamento à família.
Os serviços são oferecidos dentro de três centros: Centro Especializado de Assistência Social; que tem como objetivo principal a garantia de protagonismo da pessoa com deficiência e prioriza o atendimento de pessoas com 18 anos ou mais, a partir de atividades esportivas e artísticas; o Centro de Atendimento Multidisciplinar de Saúde, dividido por programas e faixa etárias de acordo com cada especificidade e o Centro de Atendimento Especializado; com atendimentos pedagógicos complementares, onde todos precisam estar matriculados no ensino regular.