Notícias

Gerson Nogueira: Papai Noel chegou em março

A Copa do Brasil paga bem aos participantes. Foto: Divulgação
A Copa do Brasil paga bem aos participantes. Foto: Divulgação

Papai Noel chegou em março

Nunca o futebol do Pará teve três representantes na terceira fase da Copa do Brasil. Melhor dizendo, nunca bamburrou tanto. Pelo sistema atual de premiações cumulativas, os clubes paraenses já faturaram R$ 9,5 milhões. Isto em apenas um mês de disputa da competição. Equivale a um fabuloso presente natalino fora de época.

Algo inimaginável quando 2022 terminou, sem maiores perspectivas de ganhos financeiros robustos. No máximo, havia a premiação por participação na Copa, R$ 710 mil, para Remo e Águia, e o bônus de R$ 2 milhões para o PSC pela vaga obtida via conquista da Copa Verde.

De repente, quase sem ninguém notar, o torneio que deixou de figurar por anos no radar de interesse dos clubes paraenses caiu como luva neste momento de dificuldades, tornando-se a maior fonte de receita dos clubes na temporada, superior à premiação que Remo e PSC receberão no Brasileiro da Série C.

Ao Águia, então, a bonificação já constitui o maior volume em dinheiro recebido pelo clube numa só temporada. Na primeira participação, o Azulão chegou a sonhar com classificação à segunda fase, mas teve seu voo interceptado pelo Fluminense. À época, as premiações da Copa do Brasil não eram tão generosas ainda.

Com os R$ 3.750.000,00 recebidos, cada um, Águia e Remo têm um início de ano próspero e aberto a investimentos que não estavam na pauta simplesmente por falta de recursos. Logo depois de derrotar o São Luís-RS, no Baenão, os jogadores azulinos foram saudados pelo presidente Fábio Bentes com a frase: “Vocês acabam de garantir a quitação do CT”.

Ele se referia ao Centro de Treinamento de Outeiro, adquirido em 2021, mas que ainda não havia sido quitado por força das dificuldades advindas do rebaixamento na Série B daquele ano. Agora, a situação se modifica. Além de fechar em definitivo a compra do CT, o Remo poderá reservar uma verba para investir no elenco e buscar o sonhado acesso.

O PSC, cujo valor é o menor– R$ 2 milhões –, também tem bons motivos para comemorar. O dinheiro serve para investir nas obras do CT, reforçar o time e quitar dívidas trabalhistas, que nos últimos meses passaram a atormentar a gestão de Maurício Ettinger.

Com o sorteio dos cruzamentos da 3ª fase, o cenário pode ficar mais risonho ainda. Dependendo dos adversários, o trio paraense pode sonhar com avanços dentro da competição nacional, chegando às oitavas, o que garantiria uma premiação de R$ 3,3 milhões.

Ao mesmo tempo, a presença de três clubes na Copa BR é um atestado de renascimento do futebol paraense, ganhando força regional e visibilidade nacional. A reinauguração do estádio Jornalista Edgar Proença (Mangueirão) deverá turbinar ainda mais este momento especial.

 

Bola na Torre

O programa começa às 22h30, na RBATV, com Guilherme Guerreiro na apresentação e participações de Giuseppe Tommaso e deste escriba de Baião. Em debate, a sétima rodada do Parazão e os jogos da Copa Verde. A edição é de Lourdes Cezar.

 

Leão tenta manter desempenho 100% no Parazão

O Remo tem uma situação curiosa pela frente na partida deste domingo contra o Castanhal, no Souza. Líder disparado do Campeonato Paraense, com o boi na sombra, campanha 100%, o time de Marcelo Cabo entrará em campo com a obrigação de vencer para se reabilitar. Como assim? – perguntará o outro.

A explicação é simples: mesmo classificado, com 18 pontos conquistados, o Leão precisará se recuperar de um tropeço sofrido em outra competição. A derrota para o São Raimundo-RR, pela Copa Verde, no meio da semana, trouxe desconforto ao elenco e preocupação à torcida.

São aquelas situações esdrúxulas que envolvem clubes de massa. O torcedor quase nunca está satisfeito e muda de humor sempre que um problema surge no horizonte. No caso, o mau passo do Remo na CV se estende ao Parazão, como se as competições estivessem conectadas.

Na cabeça do torcedor, o time terá que se reabilitar e tem a obrigação de superar o Castanhal, um dos times mais instáveis da competição. A situação aflitiva do Japiim na tabela é outro aspecto que pode dificultar as coisas para o time B do Leão.

Cabo vai escalar novamente uma equipe mesclada, como nos jogos com a Tuna e o Tapajós. Precisa poupar os titulares para a decisão da vaga na Copa Verde contra o São Raimundo, na quarta-feira. Uma das atrações pode ser Rogério, atacante recém-contratado e que está apto a estrear.

 

Craques se reconhecem em qualquer circunstância

Circula na internet um divertido vídeo de Djalminha contando um episódio ocorrido em 2002, na Espanha. Ele era ídolo no La Coruña e foi convidado para o aniversário de Ronaldo Fenômeno, astro do Real galáctico. Um senhor regabofe tendo como cenário a espetacular mansão do ídolo.

Presença de futebolistas do naipe de Zidane, Beckham, Eto’o, Raúl Blanco, Roberto Carlos, Figo, Casillas, Luis Enrique. Lá pelas tantas, com algumas na cabeça, Djalma se aproximou de Zizou e comentou: “Aqui tem muito boleiro bom, mas craque mesmo só tu e eu”.

Com a postura reservada de sempre, Zidane discordou. “Não, não, tem Ronaldo, Figo, Eto’o”. Djalma não perdeu o embalo: “Bobagem, eles são bons pra fazer gols, mas craques somos nós”. O brasileiro provava ali que, mesmo sob efeito de álcool, os craques sempre se reconhecem.