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Gerson Nogueira: Paysandu tem prova de fogo no interior

Foto: John Wesley/Paysandu
Foto: John Wesley/Paysandu

Prova de fogo no interior

O Papão terá hoje à tarde, no estádio Navegantão, outro difícil desafio pela frente. Precisa se reabilitar no Campeonato Paraense jogando contra o Independente. O jogo vale pela 6ª rodada e é de fundamental importância para o time da casa, atualmente fora da zona de classificação e ameaçado de rebaixamento.

Apesar de bem posicionado, vice-líder com 12 pontos, o PSC não pode se distanciar do Remo, primeiro colocado, com 15 pontos – que jogou neste sábado com o Tapajós, no estádio Baenão.

Além da necessidade de superar o Independente, os bicolores carregam a responsabilidade de reagir na competição, de preferência com uma vitória que tranquilize o torcedor. A queda na rodada passada, diante do Caeté, em Ipixuna, aumentou as desconfianças que o torcedor já nutria desde o início do campeonato.

Desfalques seguidos em setores importantes do time, como o miolo da zaga e as duas laterais, ajudam a explicar as dificuldades enfrentadas pelo PSC até contra adversários de nível técnico inferior.

Sem os laterais titulares, Samuel e Eltinho, o técnico Márcio Fernandes tem sido obrigado a improvisar, deslocando o volante João Vieira para o lado direito, ou a apostar em jovens promessas, como Juan Pitbull, na esquerda.

No meio da defesa, o problema se intensifica, pois Genilson é um dos líderes do time e dos mais regulares desde a temporada passada. Naylhor vinha bem, formando uma dupla entrosada, mas também se lesionou.

A alternativa encontrada não dá a mesma segurança. Henriquez Bocanegra, que estreou contra o Bragantino, não foi bem no confronto seguinte (Caeté). Vanderson, que é mais rápido nas saídas, mostrou-se mais seguro.

Outro problema complicado envolve o meio-de-campo, nem tanto pelas ausências, mas pelas presenças que não convencem. O quadrado titular tem Jimenez, Rithely, João Pedro e Ricardinho. Não mostrou liga para conduzir o time e produzir jogadas para os atacantes, Mário Sérgio e Bruno Alves, que sofrem com a escassez de criatividade.

Do outro lado, o Independente encara o jogo com o PSC como decisivo. Estacionado nos 4 pontos, correndo risco de despencar para a zona de rebaixamento, o Galo Elétrico não pode mais adiar a recuperação dentro da competição. De técnico novo, Sinomar Naves, o time deve estrear o ex-remista Ameixa e o ex-bicolor Rafael Oliveira.

Promessa de um embate encarniçado, com os times jogando aberto e buscando a vitória, único resultado satisfatório para os dois lados.

 

Seria o crepúsculo dos desbravadores lusitanos no Brasil?

O reinado de técnicos portugueses no futebol brasileiro está seriamente ameaçado pelos maus passos de Vítor Pereira no Flamengo e Luís Castro no Botafogo. Depois dos recentes tombos, ambos se seguram nos cargos exclusivamente pelo peso financeiro das multas rescisórias. VP tem direito a R$ 15 milhões caso seja despachado. Castro pode embolsar até R$ 10 milhões se o Botafogo o dispensar.

São situações normais em futebol. Técnicos jamais podem se sentir tranquilos nos cargos, até pelas especificidades de um esporte marcado por grande instabilidade, principalmente no Brasil.

Ao contrário da fortaleza representada por Abel Ferreira, campeão e ídolo no Palmeiras, a dupla que dirige os cariocas não caiu no gosto do torcedor e tem resultados pífios para exibir. Castro até cumpriu uma primeira temporada razoável com o Botafogo, mas derrotas bizarras – como as duas frente à Portuguesa – minam a paciência do torcedor.

Vítor Pereira é mais bombardeado porque seus números são pavorosos. Caiu para o Palmeiras na SuperCopa, dançou do Mundial de Clubes perdendo para o Al-Hilal, foi derrotado pelo Independiente Del Valle na Recopa Sul-Americana e pelo Fluminense na final da Taça Guanabara.

A princípio, nada indica que o interesse por treinadores lusitanos irá arrefecer de imediato no Brasil. Ocorre que, pela primeira vez, desde que em 2019 o Flamengo entronizou Jorge Jesus no futebol do país, os técnicos oriundos de Portugal começam a ser fortemente questionados.

Ambos podem ainda se recuperar em seus clubes, mas ficou a imagem desgastada por trabalhos pouco consistentes. No caso do Flamengo, é a segunda experiência fracassada. Antes, em 2022, Paulo Souza foi defenestrado após um curto período de trabalho, apesar de não ter causado os mesmos dissabores que VP causou em tempo recorde.

 

Bola na Torre

O programa vai ao ar às 22h30, na RBATV. Guilherme Guerreira comanda, com participações de Giuseppe Tommaso e deste escriba de Baião. Em pauta, a 6ª rodada do Parazão e as projeções para as Copas Verde e do Brasil. A edição de Lourdes Cezar.