Seu bolso

De bolo a iPhone, aluga-se de tudo no Pará

Mauro Ângelo/ Diário do Pará.
Mauro Ângelo/ Diário do Pará.

Cintia Magno

Mais do que a locação de um imóvel ou de um veículo, os serviços de aluguel têm se diversificado no mercado e já oferecem diversidade de opção para quem precisa usufruir de um determinado produto por um valor mais acessível que o de compra. Neste contexto, que envolve conceitos de economia circular e novos modelos de consumo, é possível alugar itens básicos para a organização de uma festa ou mesmo fazer a assinatura de um equipamento para o uso diário e cotidiano a um custo muito mais acessível.

A ideia de economia circular foi o que deu início à allu, empresa que hoje atua no modelo de assinatura de smartphones, mais especificamente de Iphones. Apesar de mineira, a empresa atende pessoas nos 26 Estados e no Distrito Federal que buscam a possibilidade de fazer uso de um modelo de Iphone, sem precisar comprar o aparelho.

“A pessoa pode procurar a gente, por exemplo, no nosso site, escolher o modelo de Iphone que deseja assinar e a nossa assinatura hoje tem o prazo de 12 meses. Então, você assina o celular e vai pagar menos de 50% do valor de varejo”, aponta o CGO da allu, Lucas Gilbert, ao explicar que, após a assinatura através do site, o aparelho escolhido pelo cliente é enviado para o seu endereço, em qualquer lugar do Brasil.

Além do próprio celular, Lucas aponta que, ao fazer a assinatura do aparelho, o cliente também recebe uma série de serviços e acessórios que, muitas vezes, são um diferencial no momento da decisão pela assinatura, ao invés da compra. “Quando você compra o celular na loja, você recebe somente o celular. Com a assinatura, oferecemos proteção contra roubo e furto qualificado, o que dá uma tranquilizada boa porque, caso o cliente tenha o celular roubado ou furtado, ele paga só 25% do valor da assinatura como taxa de ativação e a gente envia outro aparelho novo para ele. Também tem proteção contra danos, celular reserva para, caso o celular seja furtado ou danifique, o assinante não fique sem Iphone enquanto a gente conserta ou providencia um novo para ele. Além de que o celular vai com capinha, película e também o carregador turbo que nem a Apple envia mais”.

DEMANDA

Ao final do período de assinatura, o cliente tem a opção de encerrar, devolvendo o aparelho; de renovar a assinatura do mesmo aparelho ou, ainda, de fazer um upgrade, com um modelo mais atual do que o que ele utilizada anteriormente, opção que acaba sendo a mais comum, segundo aponta Lucas Gilbert. Em sete anos em que a empresa está em funcionamento, o CGO da allu aponta que a demanda é crescente, até mesmo com fila de espera. Até que se chegasse ao modelo atual, porém, ele explica que a empresa passou por uma evolução.

“A allu começou como uma plataforma de aluguel pontual. Então, se a pessoa tinha uma câmera fotográfica em casa e que não utilizava muito, ela podia alugar por alguns dias para uma pessoa e ganhava um dinheiro com esse equipamento que antes estava parado. Mas o modelo foi evoluindo e a ideia de assinatura de Iphone começou efetivamente em 2020. A assinatura leva uma ideia de uso contínuo, diferente do aluguel que é algo mais pontual, algo para você resolver uma dor momentânea que você está tendo. Então, como o celular é algo de uso contínuo, não faria sentido você usar um celular e ter que devolver ele depois de 15 dias, por isso o modelo de assinatura”, explica, ao apontar que a empresa já possui algumas centenas de assinantes no Estado do Pará, apesar de o maior público ainda estar concentrado nos estados do Sudeste, mais especificamente São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.

Ana Carolina Assmar FOTOs: divulgação

Até bolos falsos têm demanda crescente

Foi também a partir de uma experiência pessoal, o aniversário de um ano da filha, que a idealizadora do Cake Fake, Rayssa Marsola, buscou uma alternativa mais em conta para o bolo que figura em posição de destaque nas festas de aniversário e, consequentemente, nos registros fotográficos. Com isso, há nove anos ela atua na confecção e aluguel de bolos falsos para festas e eventos, um negócio com uma demanda também crescente.

“As pessoas vêm até a loja, escolhem o modelo, agendam a data e vêm buscar. Depois de usar no evento, devolvem”, explica, ao pontuar que também há a opção do primeiro aluguel. “Todos os modelos disponíveis, hoje, são de alguém que, um dia, chegou à loja e encomendou porque a gente trabalha com o primeiro aluguel: a pessoa vem geralmente já com a ideia de um modelo que ela quer, a gente confecciona, a pessoa usa a primeira vez na festa, depois o bolo volta para a loja e a gente disponibiliza para aluguel. Então, tem pessoas que preferem fazer o primeiro aluguel e outras que alugam um modelo que já tem pronto”.

Rayssa Marsola

Além das pessoas que se programam para fazer o aluguel para a sua festa, Rayssa conta que também há uma demanda grande pelo serviço para atender situações de emergência, como quando ocorre algum problema com o bolo verdadeiro e a pessoa precisa de uma alternativa em poucos minutos, partindo para a opção do bolo falso.

“O que também acontece muito é chegar no final de semana e eu atender emergências. Uma festa em que ocorreu algum problema com o bolo que a pessoa iria usar, quase na hora do evento o bolo começou a derreter, a desmontar, por exemplo. Ou casos em que a boleira não entregou e a pessoa precisa resolver na hora da festa mesmo. Então, a gente atende a essa demanda também”.

Outra condição que costuma levar à uma grande procura pelos bolos falsos é o custo bem menor em relação a um bolo verdadeiro. “Em casamentos a gente sabe que o gasto é muito alto e a média de aluguel de um bolo de casamento fake é de R$100 até R$160. Já o orçamento de um bolo de verdade, normalmente, é R$1.500, R$2.000, então, é uma economia muito grande quando a pessoa avalia o custo total do evento. E no caso do bolo fake não tem o risco de desmontar, o bolo fica intacto até o final da festa”, considera.

“E hoje as pessoas já estão se adaptando a esse modelo porque, normalmente, as festas já têm uma mesa de doces, já servem as sobremesas e o bolo principal mesmo não é partido no dia da festa. Então, se for colocado um bolo fake, a pessoa nem sente porque já não seria servido o bolo mesmo durante a festa. Eu comecei há 9 anos e, naquela época, o serviço não era tão comum, mas sem querer eu entrei nesse ramo e foi muito rápido que as pessoas foram aderindo a essa ideia justamente por conta da economia. Em geral, os modelos prontos variam de R$70 a R$160”, completa.

Lucas Gilbert