Grande Belém

SÓ 'ÉGUA' E OLHE LÁ: Belém é uma das cidades menos 'boca suja' do Brasil

Pesquisa feita pela Preply descobriu quais os municípios mais “desbocados”, a média diária de palavrões falados por um brasileiro e quando eles mais xingam. Foto: Divulgação
Pesquisa feita pela Preply descobriu quais os municípios mais “desbocados”, a média diária de palavrões falados por um brasileiro e quando eles mais xingam. Foto: Divulgação

Um estudo divulgado pelo Preply, uma plataforma de linguagem e ensino de idiomas, aponta quais as cidades mais “desbocadas” do país, em que situações mais se usa esse tipo de linguagem e quantos palavrões um brasileiro diz por dia.

Foram entrevistados 1.600 residentes de 15 municípios nacionais, incluindo Belém, que  contaram em que situações costumam falar mais palavrão, quando evitam dizer tais xingamentos e se eles se sentem ofendidos ao ouvir esse tipo de  linguagem no dia a dia. Os entrevistados também revelaram a quem essas palavras costumam ser dirigidas e qual município é o mais tolerante com palavrões.

O estudo revelou que, no geral, o Brasil está longe de ser o país mais desbocado do mundo. Muito pelo contrário, aliás: se comparado a países como a Inglaterra ou os Estados Unidos, em que a taxa média de palavrões por dia são cerca de 10 e 21, respectivamente, somos quem mais dá bons exemplos. Por aqui, a média nacional de xingamentos é de apenas 6,61 — três vezes menor, portanto, que o registrado pelos estadunidenses.

De toda forma, a quantidade de palavrões diários costuma variar dentro de grupos específicos. Na comparação entre homens e mulheres, descobrimos que eles (8,48 vezes por dia) tendem a xingar um pouco mais do que elas (5,35 vezes por dia). O mesmo acontece entre os mais  jovens e os mais velhos: como imaginado, brasileiros entre 16 e 24 anos (8,9 vezes) falam quase o dobro de palavreados por dia do que aqueles acima de 55 anos (4,74 vezes).

Mas, afinal, qual a cidade mais “boca-suja” do Brasil? De acordo com os próprios habitantes, são três os municípios que se superam quando o assunto é falar palavrões: Fortaleza, Rio de Janeiro e Brasília, todas com uma média de 8 vezes por dia. O segundo lugar vai para São Paulo e Belo Horizonte, com 7 palavrões diários, enquanto o terceiro é ocupado apenas por Manaus (6).

Por outro lado, São Luís, no Maranhão, é a cidade ideal para quem se incomoda com o uso de palavras consideradas grosseiras ou ofensivas. É por lá que se encontra a média de 1 palavrão por dia, a mais baixa de toda a pesquisa.

E como está inserida Belém na pesquisa? Bem, a capital paraense figura como a quarta menos desbocada do País. Com média de quatro palavrões por dia, segundo os entrevistados. Segundo o levantamento, 36% das pessoas usam o palavrão quando estão com amigos e outros 16% admitem que xingam mais quando estão perto de irmãos.

Para entender em que locais e circunstâncias os brasileiros mais falam palavrão, os questionamos em que tipo de situação os xingamentos tendem a aparecer mais. Embora as discussões de trânsito sejam típicas no Brasil, curiosamente, apenas 16,65% dos brasileiros revelaram xingar enquanto dirigem. O comportamento é mais provável de acontecer em Campinas, onde 33,33% disseram recorrer a ofensas do tipo ao dirigir.

Na verdade, a liberdade parece mesmo morar dentro de casa, considerando que quase 50% dos respondentes selecionaram o local como aquele onde costumam praguejar como quiserem. Em São Luís, o município nacional menos “boca-suja” entre os considerados, 60% dos habitantes xingam mais quando estão no próprio lar.

Em contrapartida, o baixo número de brasileiros (9,53%) que revelaram dizer palavrões durante o trabalho reflete uma máxima do mundo corporativo: não é de bom tom usar linguagem obscena em contextos profissionais. Nem mesmo em Porto Alegre, cujos residentes são os mais propensos a isso (19,05%), a porcentagem chega a ser considerável.