Se não houver maiores surpresas, o Oscar 2023, que será transmitido no próximo domingo, dia 12 de março, deve consagrar “Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo” como o grande vencedor da noite, com “Top Gun – Maverick” levando a maioria dos prêmios técnicos. O filme concorre em dez categorias e venceu várias premiações anteriores, de diversas categorias, onde vários jurados também são votantes da estatueta dourada, o que amplia o favoritismo do trabalho dos diretores Daniel Kwan e Daniel Scheinert.
O prêmio de Melhor Filme é quase certo, já que os outros concorrentes na categoria não tiveram tanto êxito nesse período, seja de indicações ou críticas. Ke Huy Quan também deve ganhar fácil como Ator Coadjuvante, não apenas pelo seu bom trabalho na película de Kwan e Scheinert, mas também porque tem uma história de superação que os votantes adoram. Quan surgiu em “Indiana Jones e o Templo da Perdição”, fez “Os Goonies” e depois passou as últimas décadas sem nenhum trabalho de destaque.
Brendan Fraser também deve levar como Melhor Ator, apesar de “A Baleia” ter dividido os críticos, também por sua “volta por cima” na carreira em Hollywood. Em Atriz, Michelle Yeoh pode levar a estatueta para casa, mas tem Cate Blanchett correndo por fora nessa categoria pelo seu trabalho exemplar em “Tár”. Em Atriz Coadjuvante, Jamie Lee Curtis tem um certo favoritismo e apenas Angela Basset (“Pantera Negra”) poderia tirar seu nome da escolha. “Tudo Em Todo Lugar ao Mesmo Tempo” é barbada também em Roteiro Original. Já em Roteiro Adaptado, aposto em “Top Gun – Maverick”, o blockbuster que deu certo desde 2022.
Em Fotografia, minha avaliação é que Mandy Walker, por “Elvis” (mesmo o filme sendo bem irregular), deve ser premiada. Como diretor, é bem provável que Steven Spielberg deva ser homenageado pela sua carreira, já que “The Fabelmans” é uma obra bem autobiográfica e também deve encaminhar o “careca dourado” para as mãos de John Williams em Trilha Sonora. Já Canção Original, infelizmente, deve ser a única categoria a lembrar do ótimo “RRR”, esnobado completamente pela Academia e “Naatu Naatu” pode ganhar.
Por outro lado, é praticamente impossível que o maravilhoso “Pinocchio” não leve Melhor Animação em Longa-Metragem, dando uma das únicas vitórias para a Netflix e revivendo a carreira de Guillermo del Toro. Para Melhor Filme Internacional, a disputa fica entre o ótimo “Argentina, 1985” e a refilmagem de “Nada de Novo no Front” (Alemanha).
No mais, o restante dos meus palpites será: Melhor Edição (Top Gun – Maverick); Figurino (Babilônia); Design de Produção (Avatar – O Caminho das Águas); Cabelo e Maquiagem (Pantera Negra – Wakanda Forever); Som (Top Gun) e Efeitos Visuais (Top Gun).
Assim iremos acompanhar a festa da indústria do cinema americano, que a cada ano perde relevância e busca desesperadamente manter o interesse, principalmente da juventude pós-internet. Lembrando ainda que o prêmio não é garantia de qualidade e apenas uma maneira de Hollywood confraternizar entre os seus, com uma ou outra surpresa de fora.