Bola

Torcedoras do Paysandu querem vitória e melhorias

Tylon Maués

No Dia Internacional da Mulher, as torcedoras do Paysandu, em sua imensa maioria, estarão de longe acompanhando o Papão na terceira fase da Copa do Brasil, no jogo de ida contra o Princesa do Solimões-AM. Os torcedores bicolores que estarão presentes no estádio Gilbertão, em Manacapuru (AM), devem ser mais os moradores locais, dada as dificuldades e o custo alto de uma viagem como essa. Em Belém, as torcedoras relatam as agruras e os prazeres de acompanhar o time do coração.

“Inicialmente, sempre tive receio de ir sozinha aos jogos, pela má fama que os estádios têm em dias de jogos. Mas, com a rotina de estar sempre presente, me sinto a vontade de frequentar sozinha. Hoje em dia tem-se muito mais respeito e raras vezes me senti atingida por ser mulher dentro do estádio”, conta a assistente administrativa Pamela Barbosa, de 29 anos. “No círculo que frequento, sempre sou respeitada e bem-vinda e isso faz com que eu me sinta acolhida”.

Sayonara Fontana, funcionária pública, 55, destaca que a presença feminina vai além dos estádios. “Nos dias de jogos compomos não apenas as arquibancadas, mas também as ruas, as sedes das torcidas organizadas, os bares. Hoje vejo que já se rompeu a naturalização de uma cultura machista. A presença da mulher vem aumentando e mudando essa cultura. O estádio também é lugar de mulher”.

Por mais que as coisas tenham melhorado, alguns cuidados continuam inerentes não só aos estádios como fora dele. “O cuidado que procuro é ter como voltar para casa se o jogo for tarde da noite. Procuro combinar com um Uber ou com um amigo pra me dar carona. Em relação à roupa eu nunca tive problema, já fui várias vezes sozinha e vou com amigos também, mas nunca fui desrespeitada por questão de roupa”, conta Jayne Oliveira, 29, analista administrativo.

ESTRUTURA

As estruturas dos estádios paraenses ainda são fatores a serem observados pelas torcedoras. “A falta de banheiros adequados e com o mínimo de higiene para nos receber é algo que sempre me incomodou muito”, diz Pamela Barbosa. “Frequento bastante os estádios, o que ainda me incomoda um pouco é a falta de estrutura das arquibancadas, principalmente nesse período que chove bastante”, completa Jayne Oliveira.

Sayonara Fontana destaca um aspecto ainda pouco olhado pelos clubes, o do conforto para quem vai com a família. “Hoje vejo que já melhoraram bastante os banheiros da Curuzu. Hoje tem mais cabines, tem espelho, é limpinho. Poderia ter uma caixinha com absorventes, mas na verdade acho que essa iniciativa deveria ter em todo lugar”

Jayne Oliveira, Pamela Barbosa e Sayonara Fontana e 3 querem vitória bicolor de presente nesse dia especial