Pará

Biólogo paraense desvenda o universo dos insetos

Para o biólogo, disseminar informações sobre os insetos é também uma forma de conscientizar sobre a importância deles para a natureza. Foto: Mauro Ângelo/ Diário do Pará.
Para o biólogo, disseminar informações sobre os insetos é também uma forma de conscientizar sobre a importância deles para a natureza. Foto: Mauro Ângelo/ Diário do Pará.

Pryscila Soares

Você sabia que insetos como barata, mosca, mariposa, louva-a-deus e o gafanhoto costumam aparecer dentro das nossas casas atraídos pelas luzes das lâmpadas? Esta e outras curiosidades sobre o universo dos insetos são compartilhadas diariamente nas redes sociais do biólogo César Favacho, 28 anos.

Apaixonado por esse grupo de animais, o especialista está atraindo milhares de seguidores, incluindo famosos, para os seus perfis no Instagram e Twitter por compartilhar imagens e vídeos de animais capturados por ele, que utiliza os canais digitais para disseminar informações científicas gratuitas.

“Na natureza, os bichos que voam durante à noite são guiados pela luz das estrelas e da lua. Só que a nossa luz artificial os confunde e faz eles entrarem nas nossas casas ou ficarem voando ao redor da luz. Eles não têm como diferenciar uma luz mais forte do poste da luz das estrelas. Vários bichos diurnos, quando voam à noite, acabam sendo atraídos para as nossas casas, desde baratas, mosca, mariposa louva-a-deus, gafanhoto. Vão aparecer nas casas atraídos pelas luzes mesmo”, contou César, que é doutorando em Biodiversidade e Evolução no Programa de Pós-Graduação do Museu Paraense Emílio Goeldi.

DETALHES

O belenense utiliza uma câmera fotográfica equipada com uma lente macro para captar cada detalhe do animal e, posteriormente, compartilhar com os seguidores todas as informações sobre o inseto, de como vive, do que se alimenta e como se reproduz, por exemplo.

Recentemente, o biólogo viralizou na internet ao publicar fotos e vídeos de uma barata d’água que ele encontrou na rua. A iniciativa começou pela paixão que ele tem pelos animais. Porém, essa experiência foi ganhando proporções maiores do que ele imaginava. E, hoje, César tem sido convidado para participar de eventos científicos pelo país.

“Comecei a usar minhas redes sociais para fazer essa divulgação científica em 2019, no Twitter. Comecei a macrofotografar no início da graduação por gostar muito de insetos e de mostrar eles para as pessoas. Já fui para alguns simpósios. Faço vídeos para o TikTok, onde tenho uns 300 mil seguidores, e ganhei uma visibilidade muito grande. Vai muito da sorte (encontrar os insetos), como tenho muita experiência sendo biólogo de campo, encontro eles com mais facilidade. É o famoso olho treinado. Encontro bichos muito camuflados. Geralmente, ando pelo campus do Museu, onde tem uma matinha. E aqui por casa mesmo sempre encontro coisas legais”, disse.

Para o biólogo, disseminar informações confiáveis sobre esse grupo de animais é também uma forma de conscientizar a população em geral sobre a importância deles para a natureza e desmistificar a ideia de que o inseto é perigoso.

“Gosto de inseto desde criança e as pessoas sempre tiveram receio com eles. O meu objetivo principal é sensibilizar sobre a importância deles, a existência desses bichos que, na verdade, são tão legais e, na maioria, são inofensivos para nós. As pessoas têm esse preconceito de que o inseto e outros bichos sempre vão ser peçonhentos, perigosos, vão transmitir doença, mas é uma minoria que faz isso. Então, gosto de mostrar uma outra visão, a minha visão deles, por isso que eu usei a macrofotografia e o vídeo para mostrar como eu vejo eles e tentar transmitir essa paixão”, declarou.

NOVO COMPORTAMENTO

César contou que recebe muitas mensagens de pessoas que, a partir das publicações dele, passaram a olhar os insetos que fazem parte do nosso dia a dia de forma diferente. “Recebo muitas mensagens de pessoas dizendo: ‘caramba! Eu matava todo inseto sem nem pensar, agora eu já olho e penso duas vezes, já deixo sair’”, comentou.

“Acho que a gente precisa ainda de mais gente que trabalhe com isso, com divulgação científica, que goste de falar sobre essas coisas. Sempre tentamos falar com o calouro para ele tentar ir nas escolas para mostrar os seus projetos. Sempre estou pesquisando artigos, procuro informações com fontes confiáveis. É importante não só divulgar, mas dar informação correta”, assinala.

SERVIÇO

O perfil do biólogo nas redes sociais é este: @CesarFavacho