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CARIMBÓ & CARNAVAL: Lia Sophia estreia o bloco Carimbolando

Bloco surgiu em São Paulo, nas ruas de Santa Cecília, e agora ganha a Campina com Lia Sophia e participação de Pinduca. FOTO: ARYANNE ALMEIDA/DIVULGAÇÃO
Bloco surgiu em São Paulo, nas ruas de Santa Cecília, e agora ganha a Campina com Lia Sophia e participação de Pinduca. FOTO: ARYANNE ALMEIDA/DIVULGAÇÃO

Aline Rodrigues

Ao comando da cantora e compositora Lia Sophia, o bloco Carimbolando aterrissa em Belém pela primeira vez neste domingo, 5, a partir das 11h, na Cervejaria Cabôca, na Campina, com entrada gratuita. O bloco foi criado pela artista para divulgar o carimbó em São Paulo, em meio ao Carnaval. Na Cidade das Mangueiras, estende a folia com a participação de Pinduca e do Balé Folclórico da Amazônia e ainda a DJ Rebarbada.

A ideia do bloco surgiu a partir da experiência de Lia Sophia no carnaval de Pernambuco, mais precisamente em Recife, onde presenciou grandes nações de maracatu, frevo, caboclinho, que são grandes reuniões de músicos percussionistas tocando durante a folia momesca. O que remeteu a cantora um desejo de que o mesmo acontecesse em Belém, ou com o carimbó, um dia, por considerar que a música popular paraense é tão representativa e forte.

“A gente precisa ter isso durante essa grande festa que é o Carnaval, uma grande festa democrática exaltando a nossa cultura. Então, esse desejo já vem de longo tempo. E em 2020, um pouco antes do Carnaval, estava se falando muito sobre a grandiosidade do carnaval de rua de São Paulo, seriam mais de oitocentos blocos na rua, abertos, democráticos e tudo, e aí surgiu a ideia: ‘vamos fazer um bloco de carimbó, o primeiro bloco de carimbó nas ruas de São Paulo, que é a cidade onde eu vivo’. Vivo entre Belém e São Paulo. Lá me bateu muito essa vontade, essa necessidade de divulgar, mostrar a nossa riqueza”,

relembra Lia Sophia.

O bloco é de carimbó, mas a cantora avisa que ele também traz várias outras vertentes musicais, como a guitarrada, o brega, a lambada, merengue. “Todas essas linguagens daqui da nossa cultura, da nossa região, todo esse sotaque está junto com a gente”, acrescenta.

Em sua estreia, o bloco desfilou em São Paulo e logo em seguida veio a pandemia de covid-19. Mas este ano o Carimbolando voltou para as ruas do bairro de Santa Cecília. “A receptividade tem sido incrível, porque a gente apresenta uma cultura diferente para os paulistanos. Muitos paraenses participam, matam a saudade de casa, dos ritmos, das nossas canções. A gente prepara mesmo para o bloco um chapéu com fitas coloridas, para a gente colorir bastante as ruas e a galera vai, obedece e vai, vai de saia cumprida, vai com flor no cabelo, vai com chapéu na cabeça, com fitas coloridas, a receptividade é linda, porque é um bloco que acontece pela manhã. Então está todo mundo fresquinho ainda. Vão famílias, crianças, idosos, gente de todas as idades, jovens e todo mundo se envolve numa grande onda que a gente chama de uma grande pororoca nas ruas de São Paulo”, conta Lia, que repete por aqui a saída diurna.

“A minha expectativa para o bloco é maravilhosa. Eu acho que as pessoas tão entendendo isso, o paraense, o belenense, que a nossa cultura é potente, rica, criativa e a gente consegue incluir isso no Carnaval, sim. Se a gente for pensar nos grandes carnavais brasileiros, de Pernambuco, Bahia, Rio de Janeiro, a gente consegue ver a linguagem local ali inserida, e a cultura popular vibrante de cada um desses lugares. Isso não deve ser diferente aqui para a gente, temos que exaltar os nossos ritmos, gêneros e a nossa cultura, que é riquíssima, pulsante e contagiante”, defende Lia Sophia.

“Quem escuta um carimbó, vê um grupo dançando carimbó com saias rodando, é irresistível, ninguém fica parado”, garante a cantora.